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Faith No More: análise vocal de Mike Patton

Por Danilo F. Nascimento
Postado em 20 de junho de 2015

Conhecido mundialmente como o "Senhor das Mil Vozes", Michael Allan Patton nasceu em Eureka (USA), no dia 27 de janeiro de 1968. E dentre todos os projetos pelo qual participou, destaca-se como vocalista de uma das mais importantes bandas do cenário alternativo norte-americano, o Faith No More.

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Porém, antes de se tornar um dos mais completos e versáteis vocalistas da história da música, Patton teve uma infância dedicada integralmente aos estudos.

Em entrevista concedida à revista Veja em 1991, Patton falou sobre seu desempenho escolar:

Eu era um ótimo aluno. Tinha pouquíssimos amigos, porque a minha maior preocupação era estudar e tirar boas notas.

Questionado sobre os seus gostos musicais na adolescência, Patton diz:

Eu ouvia quase todas as bandas de rock dos anos 60 e 70, mas o meu maior ídolo era o Elton John. Como alguém pode cantar e tocar piano daquele jeito, e ao mesmo tempo?!"

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Mas em sua adolescência, Patton ainda não sonhava em integrar uma banda de rock, seu grande objetivo era tornar-se escritor:

"Fiz faculdade de literatura. Infelizmente não consegui conclui-la, mas terminei os dois primeiros anos. E ao contrário de todos os alunos que cursavam literatura, eu não queria ser professor. Queria ser escritor. Nesta época, eu fazia inúmeros contos dos mais variados gêneros. Mas descobri mais tarde que a profissão é muito ingrata. A grande maioria dos escritores ganham muito pouco. Viver de rock n' roll é algo bem mais fácil."

Em entrevista concedida ao portal Verbicide Magazine, Patton disse que o seu amor pela literatura impediu que se tornasse um músico melhor:

"Dedicava-me mais à escrever do que qualquer outra coisa. O meu maior arrependimento é o de não ter começado na música mais cedo. Comecei a escrever canções com 16 para 17 anos. E você sabe, foi totalmente por acaso. Se pudesse voltar atrás teria começado mais cedo."

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Mike Patton formou a sua primeira banda de destaque aos 17 anos. A Mr. Bungle trazia uma sonoridade abrangente e que viria à mostrar do que Patton era capaz.

Entretanto, Patton ainda estava longe de ser enquadrado na categoria constituída pelos melhores vocalistas da história, já que em seu início, abusava de gritos e berros desmedidos, aplicados sem quaisquer técnicas vocais apropriadas.

Em entrevista concedida ao portal Believer Mag, Patton citou suas deficiências iniciais na profissão:

"Em iniciei minha carreira em um nível extremamente básico. Eu apenas gritava o que dava na telha. Não fazia ideia do que era cantar. Quando eu descobri o que era cantar de verdade, foi fascinante, uma experiência incrível."

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Ao fim da era Mr. Bungle, Patton passará à aprender técnicas vocais oriundas das mais variadas esferas musicais. E o que é mais surpreendente, sem qualquer auxílio ou ajuda de um professor de canto tradicional, como o mesmo indagou:

"Nunca tive aulas de canto e provavelmente nunca terei."

Sobre a sua versatilidade, Patton afirma que seus pais perceberam que ele tinha um talento musical desde a infância, muito antes de tornar-se músico:

"Meus pais diziam que eu imitava o som de todos os pássaros, e sabia reconhecer cada tipo de som diferente por causa desta habilidade. Talvez isto tenha me ajudado a desenvolver uma boa noção auditiva para música."

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O vocalista afirma que a sua escola musical e o seu potencial vocal deve-se ao período em que trabalhava em uma loja de discos:

"Eu trabalhava em uma loja de discos. Tinha a oportunidade de ouvir os mais variados artistas. De Frank Zappa à todos aqueles cantores excepcionais da Motown. Foi um enorme aprendizado."

Não restam dúvidas de que a experiência de Patton trabalhando em uma loja de discos, foi fundamental para a formação de sua personalidade musical e, consequentemente, da construção de um dos personagens mais talentosos e carismáticos do rock.

Embora tenha aprendida à tocar guitarra e piano, Patton está longe de ser um instrumentista virtuoso. Segundo ele próprio, somente a sua paixão pelo cinema foi capaz de fazê-lo aprender um instrumento, já que um de seus maiores sonhos era compor trilhas sonoras para produções cinematográficas.

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Patton também é conhecido por produzir discos sozinho em estúdio. O vocalista, porém, diz que é apenas um turista nesta função.

Em entrevista concedida ao portal Lollipop, Patton falou mais sobre o assunto:

"Eu não sou um especialista em técnicas de estúdio. Eu apenas finjo que sou (risos). Essa é a minha maneira de escrever músicas, apenas vou para o estúdio e faço experimentações. Eu gravo todas as ideias que tenho para não esquecê-las, e depois volto para gravá-las decentemente."

Embora seja, frequentemente, considerado um músico virtuoso, Patton contradiz esta máxima:

Muita gente não sabe ou se engana ao meu respeito. Eu não tenho formação clássica. Eu não sei ler cifras ou partituras. Eu faço tudo de ouvido. A experiência de gravar a si próprio é fundamental para tamanha capacidade outiva. Você precisa gravar a si próprio várias vezes, e a experiência de se ouvir, irá lhe dar a base necessária para moldar as suas habilidades. As pessoas são muito preocupadas com conhecimento teórico. Acho que o importante é se ouvir mais."

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O ponto de vista de Patton é interessante e traz à tona uma ressalva que atormenta inúmeros fãs de rock n' roll.

Afinal de contas, se Patton nunca teve aulas de canto formalmente com um professor, porque sua voz continua intacta?

Inúmeros vocalistas, das mais variadas vertentes do rock, passaram por sérios problemas ao longo de suas respectivas trajetórias vocais.

Os problemas nas cordas vocais podem variar de acordo com cada pessoa. Mas em tese as causas mais comuns são:

Rouquidão: Causada por uso incorreto da voz e por inadaptação fônica. Na maioria das vezes, ocorre devido à falta de adaptação do aparelho fonador à produção da fala. Essas inadaptações podem ser anatômicas, como malformações da laringe, o que dificulta a produção dos sons; ou funcionais, como alterações das relações fala/respiração, fala/deglutição.

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Nódulos ou pólipos: São tumores benignos das cordas vocais, e podem se originar do mau uso da voz.

Cistos: São tumores também benignos, que contém líquido no seu interior (são como "bolsas de líquido").

Edema de Reinke: É o inchaço das cordas vocais, que ocorre devido ao tabagismo (fumo). Esse inchaço prejudica a movimentação das pregas vocais. É a principal causa de voz rouca e grave em mulheres fumantes.

Paralisia das pregas vocais: Ocorre quando há uma lesão dos nervos que comandam as pregas. Existem várias causas: cardíacas, tumores de outros locais próximos, após cirurgias na região.

Papilomas: São tumores vegetantes (com aspecto semelhante ao de "couve-flor"). Eles causam rouquidão importante.

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Existem outras causas também comuns, como o refluxo gastresofágico (há passagem de secreção ácida do estômago para o esôfago, que pode alcançar a laringe e irritar as pregas vocais); gripes e resfriados; após esforço vocal intenso (após shows, jogos de futebol).

No caso de Patton, há alguns fatores que contribuem para que, mesmo não tendo estudado formalmente com um professor, tenha passado ileso de problemas em suas cordas vocais. Patton não é adepto de bebida alcoólica, nem muito menos de drogas ou cigarras. Pelo contrário, o vocalista possuí uma rotina regrada, que inclui boa alimentação e exercícios físicos diários.

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Outro ponto fundamental é o estudo. Mas como assim o estudo se Patton alega nunca ter estudado? Diriam alguns.

Bem, o vocalista alega nunca ter tido aulas formalmente com um professor, mas não significa que não tenha estudado de forma auto-didata. E sim, Patton o fez.

Os seus ouvidos são tomados por sons que pouquíssimas pessoas percebem. Seu sentido auditivo é privilegiado e lhe dá uma ótima capacidade de percepção. E tais características são essenciais para que, mesmo de forma auto-didata, Patton tenha adquirido conhecimento em inúmeras técnicas vocais, que hoje são indispensáveis em seu vasto leque musical.

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publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Andre Facchini Medeiros | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Jesus Leitão Souza | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Roberto Andrey C. dos Santos | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |

Sua gama vocal é assustadoramente ampla. Sua tessitura lhe permite cantar um variado e vasto conjunto de notas, articulando-as sem esforço, de modo que o seu timbre seja ouvido de forma clara e limpa.

Sua extensão vocal, em determinados momentos, permite que Patton alcance 6 oitavas, mas não devemos confundir extensão com tessitura, já que extensão é o conjunto de notas atingidas, independentemente da qualidade atingida.

Falando sobre o seu afeiçoamento e constante redescobrimento vocal, Mike Patton foi casado com a italiana Cristina Zuccatosta, entre 1994 e 2001, passando, inclusive, algumas temporadas em território italiano.

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Durante este período, Patton teve contato com a técnica vocal oriunda do método Vaccai, nascendo aí a sua paixão pela ópera.

Patton decidiu abrir ainda mais o seu vasto leque de experiências músicas, passando à estudar o método vaccai, de forma auto-didata, por anos.

O método Vaccai originou-se de Nicola Vaccai, um compositor italiano e renomado professor de canto do século 19.

Seu método permanece até hoje como um dos mais importantes na concepção e elaboração de aulas de canto, sendo, inclusive, utilizado por professores brasileiros. O autor que vos escreve também fora submetido à este método em uma escola de música brasileira.

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E porque o método Vaccai é um dos mais utilizados em todo mundo para lecionar aulas de canto? Simples. Porque este método tem uma progressão no nível de técnica gradual e de fácil acompanhamento,a proposta metodológica é excelente, pois os exercícios tem linhas melódicas leves e simples, então o estudante não estará trabalhando somente técnica vocal pura, mas já terá a oportunidade de estudar algo de interpretação.

E o que o método Vaccai lhe permite aprender?

A escala

• Respiração sem problemas, visto que tinham pausas de semínimas no final de cada frase.
• Fraseio objetivo, com movimento em graus conjuntos seguindo em direção a tônica.
• Ritmo simples, composto de mínimas e semínimas.
• O vocalize é em P, sendo na última frase uma variação da dinâmica para F, mas deve-se observar a intenção de "crescendo" nas frases..
• A sustentação do som sem problema, tessitura mediana.
• Intervalos em graus conjuntos.
• A maior dificuldade técnica são os acidentes no percurso do vocalize, não sendo de grande dificuldade.

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Salto de terças

• Respiração deve ser rápida, no fim de cada frase onde há no texto uma vírgula e na pauta uma pausa.
• Fraseio um pouco mais difícil pois os saltos "atrapalham" o legato.
• Compasso composto com ritmo simples: semínimas e colcheias.
• O cantor deve tomar cuidado para não atacar os saltos, para não deixar a música saltitante.
• A tessitura é de uma oitava, sem exigir muito da extensão do cantor.
• Como diz o nome da lição, os saltos são de terças.
• A maior dificuldade técnica é acertar os saltos e deixar o exercício legato.
• A letra do vocalize pode ser uma dificuldade em trechos como o trecho em verde.

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Saltos de quinta

• Este exercício exige um pouco mais de respiração e apoio para o salto ser afinado e para o estudante não desperdiçar todo ar no salto.
• O cantor deve estar mais atento para o fraseio.
• Ritmo simples: mínimas, semínimas e colcheias.
• O cantor deve tomar cuidado para não atacar os saltos, para não deixar a música saltitante e para não deixar o andamento do exercício morrer.
• A tessitura é de uma oitava, sem exigir muito da extensão do cantor.
• O foco da lição são os saltos de quinta, mas há também graus conjuntos.
• A maior dificuldade técnica é acertar o apoio para os saltos.

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Inevitavelmente, Patton aprofundou-se também em bel canto, o que possibilitou-nos ver Mike Patton cantando ópera e música popular italiana com desenvoltura e perspicácia, como pode ser aferido no seu projeto intitulado Mondo Cane.

Nota do autor: Bel Canto é uma tradição vocal, técnica e interpretativa da Ópera italiana. Os maiores representantes dessa escola de canto foram Gioacchino Rossini, Gaetano Donizetti e Vicenzo Bellini. O Bel Canto é tratado por muitos como um "mero pastiche de virtuosismo vocal", mas na verdade, é uma técnica muita complexa, ampla e abrangente do que se pensa, podendo dar ao estudante não apenas técnica vocal para cantar, como também capacidade intuitiva de interpretação para o que se está cantando.

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Mas a versatilidade vocal de Mike Patton está muito longe de parar por aí. Além de ter adquirido um ótimo controle sobre sua respiração diafragmática, Patton é capaz de cantar sob as mais variadas formas de interpretação. São elas:

Crooner: Muito utilizado para classificar cantores populares, como Russ Columbo, Frank Sinatra e Bing Crosby. Suas raízes são fincadas no bel canto, porém, a ênfase é encontra-se em nuances vocais sutis, muito encontradas em cantores de jazz, já que funciona como uma às ornamentações elaboradas ou volume acústico empinado encontrado nas casas de ópera.

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Falsete: É o registro vocal por meio da qual o cantor emite, de modo controlado (não natural, por isso "falso"), sons mais agudos ou mais graves que os da sua faixa de freqüência acústica natural (tessitura). É assim chamada por depender diretamente do conjunto de músculos intrínsecos da laringe. É especialmente usada por cantores do sexo masculino para alcançar os registros de contralto (alto), meio-soprano e, eventualmente, de soprano. No falsete, a voz é gerada numa região da garganta que não permite um controle tão preciso de tom quanto é o controle natural do cantor.

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Screaming: Técnica vocal extremamente propagada nos sub-gêneros do heavy metal, além do punk rock e do rock industrial. A intensidade da utilização da técnica varia de vocalista para vocalista. No caso de Mike Patton, o início da Mr. Bungle mostrou um jovem vocalista se descobrindo e utilizando está técnica sem precisão, de forma, muitas vezes, atabalhoada, entretanto, ela foi aprimorada, e em discos posteriores do Faith No More de sua carreira solo, é possível vê-lo usando a técnica de forma correta, por intermédio do palato mole, e não da garganta. A garganta deve ser apenas um túnel pelo qual o som será emitido, e não a razão principal de sua emissão.

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Gutural: É uma técnica vocal muito utilizada no death metal, metalcore, deathcore e thrash metal, e produz um som rouco, grave ou profundo, que se obtém através do apoio diafragmático (comumente usado na maioria dos estilos de canto), que é uma técnica de respiração, juntamente com distorções no som produzido nas pregas vocais e laringe, que produz um som grave e rouco, com uma agressividade característica.

Nota do autor: Esta técnica é extremamente perigosa, se executada de forma incorreta. A renomada professora de canto Melissa Cross, é detentora de uma marca respeitável, já que é a professora mais requisitada por vocalistas que utilizam este tipo de método. Embora seja formada em canto lírico, atualmente, a professora vêm ensinando inúmeros cantores de metal a utilizar esta técnica, sem que haja danos nas cordas vocais. Entre seus alunos, estão músicos como Angela Gossow (Arch Enemy) e Dani Filth (Craddle of Filth).

Puirt à beul: Técnica vocal utilizada por cantores populares da Escócia. Patton nunca escondeu sua fascinação pela cultura dos mais variados países, entre eles, a Escócia. O vocalista é fã de Belle & Sebastian, Primal Scream e The Jesus and Mary Chain. Está técnica, normalmente é utilizada por cantores que cantam canções com compassos que variam entre 4/4 ou 6/8.

Scat: É uma técnica vocal criada por Louis Armstrong, que consiste em cantar vocalizando tanto sem palavras, quanto com palavras sem sentido e sílabas, como usado por cantores de jazz, os quais criam o equivalente de um solo instrumental apenas usando a voz. Enquanto o uso de sílabas sem sentido durante o canto define scat, cantar scat é distinguido pelo fato que, em vez de usar sons para reproduzir exatamente uma linha melódica, improvisações são feitas com a melodia e com o ritmo, como em outras improvisações de jazz. O vocalista da banda de New Metal Korn, Jonathan Davis, é conhecido pelo uso recorrente da técnica em suas músicas.

A ausência de um professor de canto convencional, não impediu que Mike Patton estudasse as mais variadas formas de técnicas vocais e de interpretações. O vocalista pode ir de uma interpretação romântica e casual à algo épico e grandioso. A maioria de seus projetos paralelos estão a frente do seu tempo, são difíceis de digerir, mas mostram que Mike Patton é um dos melhores músicos de seu tempo.

A Concert Hotels elegeu Patton o melhor cantor de todos os tempos, tendo em vista, o alcance do vocalista em gravações profissionais. Não há como analisar todos os cantores da história para chegar-se à um consenso como este, mas sem dúvida alguma, Mike Patton está entre eles.

Sua voz pode apresentar-se de forma nasalada e aguda, como é possível aferir no clássico "Epic", do Faith No More. E não é só isto, as regiões médias e graves também são preenchidas com exatidão em canções como "Ashes to Ashes", por exemplo.

Ao longo dos anos, Mike Patton trancou-se em seu estúdio particular e estudou os mais variados gêneros musicais, aperfeiçoando sua técnica vocal e levando-a à patamares estratosféricos. Dentre elas, podemos citar:

Nota do autor: Os termos conceituados abaixo foram, gentilmente, cedidos por Ariel Coelho.

http://www.arielcoelho.com.br/principal

Belting pleno: Dupla adução com preponderância de TA (Músculo Tireoaritenoídeo - músculo intríseco da laringe), com selamento glótico pleno.

Voz mista: Dupla adução com sinergia de TA (Músculo Tireoaritenoídeo - músculo intrínseco da laringe) e CT (Músculo Cricotireóideo - músculo intríseco da laringe), com selamento glótico pleno.

Drive Scream: Drive responsável por proporcionar uma voz mais gritada, muito utilizada por vocalistas de death metal. Para execução desta técnica, é necessário que o vocalista tenha pleno domínio de sua respiração para sustentar a apoiar as notas.

Drive Creacky Voice: Drive de natureza glótica e constitui-se em um subtipo do drive fry.

Drive de epiglote: Drive de natureza estrutural, produzido pelo abaixamento parcial da cartilagem epiglote em direção ao ádito da laringe, realizado pelo músculo ariepiglótico.

False Chord: Nesta técnica, Patton "encolhe" os músculos do seu abdômen e vai abrindo boca, as notas mais pesadas vão saindo gradualmente e mudando de um canto normal para um canto mais gutural. Neste tipo de técnica é imprescindível que o vocalista evite usar os músculos do seu peito e os pulmões para cantar.

A impostação de Mike Patton também é algo que chama a atenção. Impostar a voz nada mais é do que colocar a voz corretamente, ou seja, é a maneira de conseguir a máxima qualidade natural da voz sem esforço algum. Fácil pra uns. Difícil para tantos outros. Patton domina a técnica com maestria, e mantém o mecanismo de impostação na região das duplas aduções, independentemente das preponderâncias.

Patton também possuí uma incrível coordenação pneumofonoarticulatória, que pode ser definida como a sinergia entre os sistemas de apoio diafragmático, de contra-apoio laríngeo e de fonoarticulação.

Chegou a hora de conhecermos algumas das melhores performances apresentadas por Patton, no que tange às notas altas e baixas, bem como destrinchar algumas de suas características vocais fundamentais.

Confira (The Range Place):

Timbre - Barítono
Alcance vocal - E♭1-F♯7

Notas altas significativas:

F♯7 ("Delirium Cordia")

F7 ("Litany IV")

E7 ("Abraxas", "Page 17 & 18" live, "The Man in the Blue Slip")

C♯7 ("Introduce Yourself" live at Download Festival 2009, "Smaller and Smaller")

B♭6 ("Egg")

A6 ("Aubade")

G♯6 ("Like I Love You" live)

F6 ("Book of the Month")

E6 ("Caligula", "Malpractice")

D6 ("Cuckoo for Caca" live Exit Festival 2010, "Litany I", "Act Three: A Barren Plain at Midnight; An Unnamed Location", "Almadel", "Litany II", "Litany III", "Litany IV", "When Good Dogs Do Bad Things")

C♯6 ("Libera Me", "Litany V", "Nuit Silencieuse", "Sleep (Part II): Carry Stress in the Jaw") live in Germany 2000)

C6 ("Templi Secritum")

B5 ("Der Golem" live Director's Cut Live 2011, "Grand Guignol (Version Vocale)", "Litany VI", "Caffeine", "Litany I")

B♭5 ("Act One: A Secluded Clearing in the Woods; A Single Bed in a Small Room; The Innermost Chapel of a Secret Temple", "Litany I", "Shapeshifting")

A5 ("Flashback", "Litany III", "Slayer Medley" live, "Red Clover", "Star A.D.", "Templi Secritum")

G♯5 ("Mr. Nice Guy", "Crépuscule")

G5 (Act Two: A Medieval Laboratory; In the Magick Circle", "Just a Man", "Psychoanalytwist", "Litany IV", "Crépuscule")

F♯5 ("One Step Beyond", "Murder of the Magicians", "Zombie Eaters")

F5 ("High Anxiety", "The Initiate", "She Loves Me Not", "Nuit Silencieuse")

E5 ("Caffeine" live, "Cape Fear", "Der Golem", "I Won't Forget You", "Litany V", "Mood Swing", "Surprise, You're Dead" live, "9 x 9")

E♭5 ("Mayday", "Star A.D.")

D5 ("A Leper with the Face of a Baby Girl", "Ashes to Ashes" live, "Edge of the World", "Tabula Smaragdina", "Epic" live, "Jockstrap")

C♯5 ("Urlo Negro", "Ars Moriendi", "Cuckoo for Caca", "Caffeine" live, "Grand Guignol (Version Vocale)", "Rosemery's Baby")

C5 ("Il Cupo Dolore", "Mr. Nice Guy", "Vanity Fair", "Star A.D.", "Bird's Eye", "Violence", "Soulympics", "Mescal Rite 1", "Rosemary's Baby", "Slowly Growing Deaf", "Last Cup of Sorrow" live, "Just a Man" live, "The Gentle Art of Making Enemies" live, "Ben" live, "Lookaway" live, "MTV Medley" live, "Der Golem" live, "Simply Beautiful" live)

B4 ("Bloody Mary", "Falling to Pieces", "Henry: Portrait of a Serial Killer", "Infinito", "Kill the DJ", "Star A.D.", "Ajde Jano" live, "Rotgut", "The Morning After", "The Real Thing", "Thunderball" live, "God Hates a Coward", "Light Up and Let Go", "Midlife Crisis" live, "Surprise! You're Dead!" live, "We're Not Alone", "When the Stars Begin to Fall", "White Hats/Black Hats").

Notas baixas significativas:

E♭1 ("Orc")

F1 ("Cudgegokalalumosospasashatetewaat")

F♯1 ("I Can Almost See Them", "Everything's Ruined")

G1 ("Voice acting in The Darkness")

G♯1 ("Ballad of a Thin Man", "Book of the Month")

A1 ("A Thousand Eyes", Bionic Commando voice acting, "Der Golem", "Investigation of a Citizen Above Suspicion", "I Can Almost See Them", "Putting on the Blitz")

B♭1 ("Ballad of a Thin Man", "Book of the Month", "Delìrivm Còrdia", "Dracula Cha Cha", "How U Feelin?", "Vanity Fair")

B1 ("Antelope Ceremony", "Crépuscule", "Lookaway" live, "Happy Birthday" live, "King for a Day", "Midlife Crisis" live, "Kool-Aid Party", "Mood Swing", "The Waste")

C2 ("Cudgegokalalumosospasashatetewaat", "Ford Mustang", "Honeymoon", "Crépuscule", "Mojo", "Where Is the Line", "Cradle Song", "Point and Click", "Star A.D.", "RV", "Paths of Glory", "Stone Letter", "Stripsearch", "Just a Man" live, "Birdsong", "Jockstrap", "Midlife Crisis", live in Moscow 2012, "Pristina" live)

C♯2 ("God Hates a Coward", "Mayday", "Pit Stop", "Sweet Smell of Success", "The Devil Rides Out", "The Omen (Ave Satani)", "Where is the Line", "20 Km Al Giorno")

D2 ("Caffeine" live Hurricane 2009, "Don't Even Trip", "Anger Management", "Pitie Pour Mes Larmes", "Take This Bottle", "Litany IV", "Everything's Ruined", "Crack Hitler", "Helpless", "La Chanson de Jacky", "I Come", "Catch My Heart", "Pink Cigarette", "Mescal Rite 2", "Quote Unquote", "Helpless" live, "White Hats/Black Hats")

E♭2 ("The Christmas Song", "War Song", "Kindergarten", "Planemo", "Catch My Heart", "Henry: Portrait of a Serial Killer", "She Loves Me Not", "Spider Baby", "101 North")

E2 ("A Small Victory", "Aubade", "Caffeine", "Delìrivm Còrdia", "Evidence", "Ghost Dance", "G.I. Joe", "Kool-Aid Party", "Land of Sunshine", "Malocchio", "Point and Click", "Prairie Fire", "The Ballad of Hank McCain", "Totem", "Waratorium")

As melhores performances vocais de Mike Patton (Estúdio):

1) Il Cupo Dolore

2) Mayday

3) Infinito

4) Litany IV

5) Delìrivm Còrdia

6) Der Golem

7) Evidence

8) Vanity Fair

9) 9 X 9

10) Just A Man

As melhores performances de Mike Patton (Ao Vivo)

1) Moonchild

2) Air-Conditioned Nightmare (Mr. Bungle live at Bizarrofest)

3) Just A Man (Soundwave, Brisbane 2010)

4) Deep, Deep Down (Live in Amsterdam)

5) Scalinatella (Live at the Holland Festival in Amsterdam)

Dissecar os principais projetos da longeva carreira de Mike Patton não é uma tarefa fácil, mas vale o esforço. Confira uma breve análise sobre algumas das fases e projetos ministrados por Patton que valem a pena serem observados e ouvidos:

Mondo Cane

Neste projeto, Patton usa e abusa do bel canto, bem como de artifícios retirados da metodologia Vaccai, variando dos mais leves sussurros à agudos e graves irrepreensíveis. Em sua maioria, Mondo Cane contém covers dos anos 60 do pop italiano.

Peeping Tom

"Eu não ouço rádio, mas se ouvisse, é assim que gostaria que soasse. Essa é a minha versão de música pop". É assim que Mike Patton sintetiza o Peeping Tom, trabalho que deu origem ao álbum homônimo, lançado em 30 de Maio de 2006, após seis anos de preparação. Fazendo jus ao próprio ecletismo, Patton convidou artistas de diferentes estilos musicais para participar, como Norah Jones, o rapper Rahzel, as bandas Massive Atack e Dub Trio, o DJ Kid Koala e até a brasileira Bebel Gilberto. O resultado dessa miscelânea é um projeto que integra elementos do trip hop (música eletrônica marcada por batidas mais lentas e uso de instrumentos acústicos), hip hop e música eletrônica tradicional.

Kaada/Patton

Talvez um dos melhores projetos paralelos de todos os tempos. Refinado, brilhante e compacto, o projeto é um tributo às trilhas sonoras dos filmes clássicos de terror.

Lovage

Projeto realizado com Dan the Automator, que apresenta um Mike Patton contido e emana o seu variado leque de interpretações vocais.

Fantomas

Neste projeto, concentram-se doses cavalares de heavy metal e todas as suas vertentes. Patton começou a conceber o projeto quando o Faith No More passava por uma enorme instabilidade criativa, e o resultado foi aclamado pelos fãs e a crítica especializada.

Tomahawk

Projeto de rock experimental, calcado nas mais variadas esferas da música industrial e contemporânea.

Está foi mais uma análise vocal. Deixo desde já o meu agradecimento e o meu pedido para que continuem dando sugestões de vocalistas a serem analisados.


Análise Vocal

Deep Purple: Análise técnica da voz de Ian Gillan

Alice In Chains: Análise vocal de Layne Staley

Helloween: Análise vocal de Michael Kiske

Glenn Hughes: Análise vocal do cantor

Metallica: Análise vocal de James Hetfield

Skid Row: Análise vocal de Sebastian Bach

Black Sabbath: Análise vocal de Ozzy Osbourne

AC/DC: Análise vocal de Bon Scott

Pantera: Análise vocal de Phil Anselmo

Rush: Análise vocal de Geddy Lee

Angra: Análise vocal de Fabio Lione

The Cult: Análise vocal de Ian Astbury

Stone Temple Pilots e Velvet Revolver: Análise vocal de Scott Weiland

Van Halen: Análise vocal de Sammy Hagar

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Sobre Danilo F. Nascimento

Administrador por casualidade. Músico por instinto. Escritor por devaneio. Fascinado por música, literatura e cinema. Seu primeiro contato com o mundo do rock data de meados dos anos 90, uma época de transição entre o analógico e o digital, e, principalmente, uma época onde a MTV ainda era aprazível e relevante. Idolatra e cultua o legado instituído pela maior banda de todos os tempos, o Queen.
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