As músicas que Eddie Van Halen preferia não ter gravado, mas elas cumpriram seu papel
Por Bruce William
Postado em 05 de julho de 2025
Nos primórdios do Van Halen, a banda era conhecida por fazer qualquer bar local parecer pequeno demais para tanta energia. Parte disso vinha da guitarra afiada de Eddie Van Halen, parte da cozinha sólida de Alex e Michael Anthony, mas o ingrediente decisivo foi David Lee Roth. Mesmo sem ser um grande vocalista no estrito sentido técnico, Roth compensava isso com carisma e, principalmente, com uma presença de palco absolutamente fora do comum.
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Ele também sabia jogar o jogo. Quando a banda ainda era só mais um nome tentando espaço nos clubes de Hollywood, Roth entendeu que para conquistar plateia, não bastava só mandar bem, mas era preciso entregar músicas conhecidas. Foi assim que começaram a incluir versões aceleradas e pesadas de sucessos de outros artistas no repertório, incluindo até KC & the Sunshine Band.
A coisa funcionava ao vivo, mas Eddie nunca gostou muito da ideia de registrar essas covers em disco. Com o tempo, ele passou a expressar abertamente essa frustração que ele carregava consigo. Em 1988, ele comentou: "Acho que nossas composições ficaram bem melhores com o passar do tempo. Pra mim, principalmente algumas das versões... Eu diria 'You’re No Good'. Escuto isso hoje e penso: 'Ah...'. Esse tipo de coisa não foi ideia minha."

Além de "You're No Good", que originalmente é de Dee Dee Warwick mas ficou famosa com Linda Ronstadt, outra que Eddie citava com certo desdém era "Dancing in the Street", da Motown. Ambas acabaram entrando nos álbuns de estúdio da banda, mas não contaram com o entusiasmo dele, que preferia usar o espaço para material próprio.
Apesar disso, é fato que Eddie conseguia deixar qualquer coisa com a cara do Van Halen. Mesmo em músicas que ele não queria gravar, como "You Really Got Me", dos Kinks, sua forma de abordar a execução transformava completamente a faixa. Ele adicionava camadas de eco, dinâmicas inesperadas e, claro, solos cheios de personalidade.
Se dependesse dele, talvez essas versões nem tivessem saído do estúdio. Mas, no fim das contas, elas cumpriram seu papel. Ajudaram a banda a conquistar público lá no início e, conforme o tempo passou, serviram de porta de entrada para ouvintes que, ao se encantarem com as releituras acabavam fisgados pelo material autoral, que trazia a assinatura completa de Eddie Van Halen.

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