O curioso significado científico do termo "Ouro de Tolo" que batiza hit de Raul Seixas
Por Gustavo Maiato
Postado em 05 de janeiro de 2025
A expressão "ouro de tolo", que dá nome a um dos maiores sucessos de Raul Seixas, carrega significados que vão além da música. O termo é usado para descrever algo que parece valioso, mas não tem o valor que aparenta. Sua origem está ligada à pirita, um mineral de brilho dourado que frequentemente engana os menos experientes.
De acordo com o site JoiasVip, a pirita tem uma aparência semelhante ao ouro verdadeiro, embora suas propriedades sejam bem diferentes. "A confusão acontece porque a pirita, brilhante e amarela, lembra o ouro. Ainda assim, as diferenças entre os dois são significativas", explica o site.
O site Brasil Escola complementa: "Assim, o ouro é bastante desejado e tem alto valor comercial, mas, com o tempo, surgiram algumas imitações. Entre elas, a mais conhecida é a chamada "ouro dos tolos" ou "ouro de gato", um mineral do enxofre denominado de pirita, que é o dissulfeto de ferro (FeS2). O nome "pirita" vem do grego pyr, que quer dizer "fogo", provavelmente porque, quando a pirita é golpeada com um martelo, saem faíscas e em razão de seu uso em mecanismos de armas de fogo, tais como o wheellock."
Na música "Ouro de Tolo", lançada em 1973 no álbum "Krig-Ha, Bandolo!", Raul Seixas usa a expressão para criticar valores superficiais e refletir sobre sua própria insatisfação. O site Psicanálise Clínica interpreta o refrão como uma ironia sobre o sucesso que Raul alcançava na época. "Embora tivesse obtido o que buscava, Raul não estava satisfeito. A canção expõe esse vazio e questiona o significado do que consideramos conquistas."
Além de uma análise pessoal, a música traz críticas ao contexto social e político do Brasil na ditadura militar. O site Memória Sindical aponta que "Ouro de Tolo" era uma afronta à classe média que apoiava o chamado "milagre econômico". "Raul Seixas desmascara a euforia ilusória promovida pela ditadura, comparando-a a um ouro de tolo: brilhante na aparência, mas sem valor real."
O refrão icônico, que rejeita "sentar no trono de um apartamento... esperando a morte chegar", reflete um profundo inconformismo com uma vida automatizada. Segundo o site Fala Fera, a estagnação descrita por Raul espelha um vazio comum. "O artista dá voz a um sentimento de frustração compartilhado por muitos, principalmente aqueles que vivem sem perspectivas de mudança."
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