Quinze curiosidades interessantes sobre o Dream Theater, maior nome do Prog Metal
Por Mateus Ribeiro
Postado em 26 de novembro de 2024
O Dream Theater é o maior expoente da história do Metal Progressivo, gênero musical caracterizado por obras complexas, longas, melódicas e repletas de feeling. Na ativa desde a década de 1980, o quinteto é responsável por álbuns que se tornaram clássicos do Prog Metal, com destaque especial para os magníficos "Images and Words" (1992) e "Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory" (1999).
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Atualmente, o Dream Theater está celebrando 40 anos de existência, com uma tour que passará pelo Brasil em dezembro. E se você deseja entrar no clima da turnê, precisa conferir a lista a seguir, composta por 15 curiosidades sobre a banda.
Separe alguns minutos do seu dia e confira a compilação de fatos interessantes, como a origem do nome do Dream Theater e a curiosa relação entre Elon Musk e o Grammy que a banda ganhou. Boa leitura!
Origem do nome
O nome Dream Theater foi uma sugestão de Howard Portnoy, pai de Mike Portnoy. O baterista contou a história durante entrevista concedida ao Loudwire.
"Existia um cinema chamado The Dream Theater (...). Eu costumava ver ‘Rocky Horror’, ‘Rock And Roll High School’, ‘Clockwork Orange’, sabe? Eu ia lá todos os finais de semana, era um cinema muito legal.
Quando estávamos procurando o nome, meu pai, na verdade, eu me lembro de chegar em casa e havia uma mensagem na minha secretária eletrônica [a mensagem foi deixada por Howard]: ‘O que você acha do nome Dream Theater?’.
Eu nem dei bola, pensei ‘Não, não gosto disso’, e alguns dias depois, quando a banda estava lutando para encontrar um nome, eu disse: ‘Sabe, meu pai deixou essa mensagem na minha secretária eletrônica, o que vocês acham disso?’. Como todo mundo gostou, nós escolhemos."
Uma banda com alguns xarás
Dois dos membros fundadores do Dream Theater dividem o nome John: o guitarrista e o baixista, cujos sobrenomes são, respectivamente, Petrucci e Myung. O vocalista James LaBrie se chama Kevin, enquanto o tecladista original da banda é Kevin Moore. Por fim, o grupo teve dois bateristas ao longo de sua história. Para variar, eles são xarás: Mike Portnoy e Mike Mangini.
O vocalista demitido após imitação desastrosa
Charlie Dominici gravou os vocais do primeiro disco do Dream Theater ("When Dream and Day Unite") e foi demitido no final de 1989. Enquanto procuravam por um novo cantor, os membros do grupo deram uma chance a Steve Stone.
"Começamos a procurar um novo vocalista e estávamos trabalhando com um cara, Steve Stone, de Seattle, que era parecido com Geoff Tate [na época, vocalista do Queensryche] e soava como ele. Tínhamos um show de abertura programado e deveríamos fazer o show instrumental, mas pensamos: ‘Sabe de uma coisa, na metade do show, por que não levamos Steve e revelamos nosso novo vocalista’", Portnoy contou ao Loudwire.
O baterista do Dream Theater deu algumas instruções a Steve. No entanto, o vocalista aparentemente não entendeu muito bem o que Portnoy quis dizer.
"Antes do show, eu estava mostrando a ele os vídeos do ‘Live After Death’ [álbum ao vivo do Iron Maiden, lançado em 1985], então disse: ‘É isso que queremos, queremos um estilo Bruce Dickinson’."
Pois bem, Bruce Dickinson repete a frase "Scream for me Long Beach" algumas vezes ao longo de "Live After Death". Steve repetiu o bordão, porém, o show citado por Mike foi realizado em outro local.
"Então, ele subiu ao palco e ficou cantando ‘Scream for me Long Beach’, e estávamos em Bay Shore. Esse foi um relacionamento muito curto, nós imediatamente o demitimos depois disso."
Sucesso na época do Grunge
Ironicamente, o Dream Theater fez sucesso na época em que as programações das rádios eram dominadas por bandas de Grunge (estilo musical bem diferente do Prog Metal). Petrucci, Portnoy e seus camaradas alcançaram a fama graças à "Pull Me Under", faixa de "Images and Words".
"O período do Grunge, para nós, foi realmente ótimo. Foi exatamente quando ‘Images And Words’ foi lançado, e de alguma forma tivemos um hit radiofônico com ‘Pull Me Under’, que afetou todo o sistema", disse John Petrucci à Classic Rock.
Um pesadelo para ser lembrado
Quando era jovem, John Petrucci passou por uma situação terrível. Os seus familiares quase morreram em um acidente automobilístico. Felizmente, ninguém faleceu na ocasião.
O acidente que a família de John sofreu é o tema de uma das composições mais intensas do Dream Theater, "A Nightmare to Remember". A música abre "Black Clouds & Silver Linings" (2009), nono álbum do conjunto.
A conexão que une Dream Theater e Mamonas Assassinas
O pesado riff da música "The Mirror" (faixa de "Awake") pode ser ouvido em "Bois Don't Cry"), música da banda brasileira Mamonas Assassinas. Duvida? Acesse o player abaixo e tire suas próprias conclusões.
A tragédia familiar que originou "A Change of Seasons"
Com mais de 23 minutos de duração, "A Change of Seasons" figura entre as músicas mais longas da carreira do Dream Theater. A obra-prima que dá nome ao EP lançado em 1995 tem como inspiração uma tragédia que mudou a vida de Mike Portnoy. Ele relembrou a triste história em vídeo publicado no seu canal do Youtube.
"16 de novembro de 1984 e eu estava no último ano do ensino médio. Um professor da turma [Pat Lynch, falecido em 2015] estava dando uma aula sobre [a expressão] ‘carpe diem’, sobre aproveitar o dia. Ele estava dizendo basicamente como a vida poderia mudar a qualquer momento.
[an error occurred while processing this directive]O professor deu essa lição e disse: ‘Quando chegar em casa, esta noite, dê um abraço e um beijo na sua mãe e no seu pai, diga a eles que você o ama, porque nunca se sabe’.
Fui para casa naquela noite, estava me preparando para sair com meus amigos. Minha mãe estava se preparando para pegar um avião para Atlantic City, eu estava correndo para a porta, então me lembrei da lição do ‘carpe diem’. Eu me virei, voltei para casa, dei um grande abraço e um beijo na minha mãe e disse a ela que a amava. Ela disse ‘Uau’ (...). E essa foi a última vez que a vi, porque ela morreu em um acidente de avião naquela noite, a caminho de Atlantic City (...).
Por causa da lição de ‘Carpe Diem’ que recebi naquele dia, dei esse último adeus à minha mãe. Ela entrou no avião, que caiu bem na costa de Atlantic City e eu nunca mais a vi. Mas eu tive aquele momento.
Tatuei 'Carpe Diem' em meu braço e escrevi a música 'A Change of Seasons' com o Dream Theater, que conta toda essa história. Foi uma coisa muito pesada para um garoto de 17 anos se adaptar, sabe, perder sua mãe de forma tão inesperada."
O Dream Theater quase acabou nos anos 90
A trajetória do Dream Theater poderia ter acabado na segunda metade dos anos 1990, mais precisamente, durante as gravações de "Falling Into Infinity". O álbum foi lançado em 1997, e durante a tour de divulgação, Mike Portnoy resolveu picar a mula, como aponta matéria publicada no site da revista Prog.
[an error occurred while processing this directive]"Para mim, o Dream Theater havia chegado ao ponto de fazer ou morrer. Durante a turnê de ‘Falling Into Infinity’, decidi deixar a banda - e o fiz por alguns dias. Estávamos na Finlândia e, basicamente… Não vou falar sobre tudo isso novamente, mas estávamos passando por momentos incrivelmente difíceis. Resumindo a história, a única maneira de colocar o Dream Theater de volta nos trilhos era recuperar o controle de quase todas as facetas da banda."
A música escrita por hitmaker (que não vingou)
A Elektra Records gostaria que o Dream Theater criasse músicas radiofônicas para o tracklist de "Falling Into Infinity", o que causou alguns conflitos entre Portnoy e Petrucci. Até mesmo o hitmaker Desmond Child, compositor de hits como "Livin' On a Prayer" (Bon Jovi) e "Angel" (Aerosmith), participou do processo de composição de uma das faixas do álbum: "You Not Me".
De acordo com depoimento concedido por Petrucci à Prog, Mike Portnoy não gostou muito da parceria. O ícone da guitarra afirmou:
"Ele [Mike] se ressentia do fato de eu ter passado um dia trabalhando nas músicas com Desmond Child. Não quero tirar nada do ponto de vista do Mike, mas eu não via as coisas dessa forma. Eu adorava [o produtor] Kevin Shirley. E, independentemente de trabalhar ou não com um compositor como Desmond ter sido a coisa certa a fazer, eu me diverti muito e foi uma experiência útil."
No fim das contas, "You Not Me" flopou. A música, que aparentemente não funcionou muito bem ao vivo, foi tocada em apenas três concertos do Dream Theater.
A curiosa mensagem escondida em "In the Name of God"
Faixa que encerra "Train of Thought" (2003), "In the Name of God" tem uma mensagem subliminar. Entre o fim do quinto minuto da música e o início do sexto, há uma sequência de sons escondida. Um fã com o pseudônimo "DarrylRevok" mencionou que no referido período de tempo, há um código Morse audível. Outro fã isolou o som e descobriu que, quando traduzido para o inglês, o código se transforma na frase ‘eat my ass and balls’, bordão inusitado utilizado por Mike Portnoy e James Labrie.
O interessante jogo de palavras presente em "Octavarium
Intitulada "Full Circle", a terceira parte de "Octavarium" apresenta várias referências, como "Lucy in the Sky With Diamond", "Ripper Owens", "Gabba Gabba Hey" e "Show me the Way". Em entrevista aos jornalistas Marcelo Vieira e Mateus Ribeiro, Portnoy explicou curioso o jogo de palavras.
"As letras foram divididas entre eu e John Petrucci. Essa seção, em particular, foi minha. Foi simplesmente uma ideia divertida que tive de conectar palavras, foi uma espécie de experimento em criar uma conexão de palavras que criam um círculo completo. Toda a ideia de ‘Octavarium’ é sobre fechar o círculo. Isso foi ideia minha, me divertir com a cultura pop, música, filmes, referências líricas e conectar palavras. É uma experiência divertida."
Vários discos ao vivo
Ao todo, o Dream Theater tem 15 discos de estúdio, e o décimo sexto ("Parasomnia") tem lançamento programado para fevereiro de 2025. Quanto aos trabalhos ao vivo, o grupo possui nada menos que nove registros, sendo o mais recente "Distant Memories- Live in London", de 2020.
Maratona do Prog Metal: as músicas que ultrapassam 20 minutos de duração
Em seu vasto catálogo, o Dream Theater possui algumas músicas que ultrapassam 20 minutos de duração: "A Change of Seasons", "Octavarium", "Illumination Theory" e "A View from the Top of the World". "Six Degrees of Inner Turbulence" tem 42 minutos, porém, é dividida em oito partes.
A coletânea que tem apenas um sucesso
Ao longo de suas quatro décadas, o Dream Theater emplacou apenas um hit, "Pull Me Under". Tal fato explica o interessante título da coletânea "Greatest Hit (...And 21 Other Pretty Cool Songs)", que em português significa "O Maior sucesso (...e outras 21 músicas bem legais)".
Elon Musk "ajudou" o Dream Theater a conquistar o Grammy
A lista de premiações recebidas pelo Dream Theater conta com um Grammy, ganho em 2022, na categoria "Best Performance Metal". O prêmio foi conquistado por conta da música "The Alien", que tem uma origem curiosa, como James LaBrie relatou ao site V13.
"Assisti a um podcast com Joe Rogan e Elon Musk, eles estavam falando sobre ir a Marte, terraformar o planeta, e foi daí que surgiu a ideia. Era um podcast de mais ou menos três horas e, na verdade, meu filho me chamou a atenção. Ele disse: ‘Você precisa ouvir isso, é uma loucura’, e enquanto eu o ouvia, pensei: ‘Puxa vida, isso é muito legal, é um ótimo assunto’.
Comecei a fazer anotações e, quando estava começando a escrever algumas letras para o álbum, achei que essa música era perfeita, a energia por trás dela, a vibração, o groove (...). Então, achei que essa letra se encaixaria perfeitamente em algo com essa direção, com essa vibração musical, e foi assim que fiz."
Agora que você sabe um pouco mais sobre o Dream Theater, que tal curtir o setlist da "40th Anniversary Tour"? Aperte o play e divirta-se.
Banda: Dream Theater
País de origem: EUA
Ano de fundação: 1985
Formação atual: James LaBrie (vocal), John Petrucci (guitarra), John Myung (baixo), Mike Portnoy (bateria) e Jordan Rudess (teclado)
Ex-integrantes: Charlie Dominici (vocal), Kevin Moore (teclado), Derek Sherinian (teclado) e Mike Mangini (bateria)
Discografia (de estúdio)
"When Dream and Day Unite" (1989)
"Images and Words" (1992)
"Awake" (1994)
"Falling Into Infinity" (1997)
"Metropolis Pt.2: Scenes from a Memory" (1999)
"Six Degrees of Inner Turbulence" (2002)
"Train of Thought" (2003)
"Octavarium" (2005)
"Systematic Chaos" (2007)
"Black Clouds & Silver Linings" (2009)
"A Dramatic Turn of Events" (2011)
"Dream Theater" (2013)
"The Astonishing" (2016)
"Distance Over Time" (2019)
"A View From the Top of the World" (2021)
"Parasomnia" (2025)
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