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The Cult: Análise vocal de Ian Astbury

Por Danilo F. Nascimento
Postado em 26 de agosto de 2015

Embora seja negligenciado e, constantemente, esquecido por parte de público e crítica especializada, Ian Astbury é um vocalista notável, e, certamente, figura entre os melhores da história do rock n' roll.

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Natural de Heswal-Chesire (ENG), Ian Astbury Robert — conhecido apenas como Ian Astbury —, nasceu em 14 de maio de 1962.

Heswall-Chesire é um subúrbio de Liverpool, uma das mais importantes cidades do Reino Unido. Liverpool é o maior berço musical da Inglaterra, tendo exportado uma lista infindável de artistas relevantes para o mundo todo, incluindo os Beatles.

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Mas engana-se quem pensa que o Reino Unido é o local predileto de Astbury. O músico é completamente apaixonado pelo Canadá, país no qual morou dos 11 aos 14 anos de idade. O músico acompanha anualmente a NHL (Liga Nacional de Hóquei), evento esportivo mais importante do país.

Astbury não vêm de uma família de músicos. Seu pai, Robert Leighton Astbury, era oficial da marinha mercante britânica, enquanto sua mãe, Judith Lindsay, era escocesa e trabalhava como professora.

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O primeiro show acompanhado por Astbury fora dos Beatles. O jovem passeava com a sua mãe, quando se deparou com uma apresentação informal do quarteto de Liverpool em uma praça pública, no Reino Unido.

O menino Astbury ficará fascinado com o que havia presenciado e tornou-se, imediatamente, fã do quarteto. A primeira canção que Ian Astbury cantou em sua vida foi "Hey Jude", clássico concebido por Paul McCartney.

Astbury ouviu a canção em uma rádio e gravou-a em fita cassete. O jovem passará horas afinco ouvindo a fita e cantarolando cada verso da canção, acompanhado de um pandeiro, primeiro instrumento que o jovem aprendeu a tocar.

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Aos 10 anos de idade, Astbury conheceu a obra daquela que viria a ser a sua banda favorita, o The Doors. O jovem passava tardes inteiras sintonizado em rádios independentes do Reino Unido, e em uma dessas tardes, ouviu a canção "L.A. Woman" e decidiu que queria ser músico.

Acostumado a ouvir canções apenas em rádios, aos 11 anos, Astbury ganhou o seu primeiro vinil, o compacto "Life On Mars?", do David Bowie. O single "Hunk Dory" fomentou de vez a ideia de Astbury em tornar-se músico. O jovem chegou a ir à escola fantasiado de David Bowie.

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Na escola, Astbury não era um garoto popular. No ensino médio, o qual cursou no Canadá, o jovem tinha dificuldades para se enturmar, tendo preferido tornar-se amigo das crianças indígenas que frequentavam a escola. Astbury absorveu traços da cultura indígena que foram importantíssimos para a formação de sua personalidade e de seus gostos pessoais. O músico é visto, constantemente, com vestimentas e acessórios indígenas.

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Aos 12 anos, Astbury resolveu arrumar um emprego para ajudar sua família. O jovem tornou-se garçom de um restaurante, onde sofria abusos morais, físicos e sexuais de seu gerente. O episódio fora traumático para o jovem, que teve medo de denunciar o patrão e perder seu emprego.

Astbury votou ao Reino Unido aos 16 anos, onde apaixonou-se pela cultura do punk rock que se impregnava por toda parte na época. O jovem adorava a filosofia de que "você só precisa comprar uma guitarra, tocar três acordes e ter alguma mensagem pra transmitir".

Mas antes da guitarra, Astbury aprendeu a tocar saxofone, instrumento que fora importantíssimo para a sua formação como vocalista, já que desenvolveu sua respiração diafragmática.

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Pouco tempo depois, Astbury tornou-se roadie da banda punk Crass, e posteriormente teve a sua própria banda, a Southern Death Cult, onde compunha e cantava covers dos Sex Pistols.

A Southern Death Cult durou de 1981 a 1983, até o vocalista encontrar Billy Duffy, Jamie Stewart, Raymond Taylor Smith e formar o Death Cult, banda responsável por ser o embrião daquilo que, mais tarde, viria a se chamar The Cult.

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O The Cult surgiu sob uma faceta originalíssima, unindo punk rock, pós-punk, hard rock e um visual dominantemente gótico. O ecletismo do grupo, aliado ao talento e capacidade técnica de seus membros, levou o The Cult ao rol das melhores bandas da época.

Mas falemos agora sobre a capacidade vocal de Ian Astbury. Sua voz é impressionantemente singular e deveras inimitável, características que transformaram o vocalista em um dos maiores expoentes da indústria fonográfica dos anos 80.

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Os críticos da época exaltavam a versatilidade de Astbury, alegando que o vocalista era um cruzamento perfeito entre Jim Morrison, Mick Jagger e Billy idol.

Entretanto, o jogo virou conta o vocalista no momento em que decidiu se reunir com os integrantes originais do The Doors. Sobre isto, Astbury fora enfático:

"Eu não estou substituindo Jim Morrison. Não estou preenchendo o espaço dele. O espaço que ele deixou não pode ser preenchido e eu não estou tentando fazer uma versão teatral e diluída de Jim Morrison. Só estou sendo eu mesmo. O que acontece é que minha voz é de barítono, tenho um registro semelhante ao dele e nós até podemos ser um pouco parecidos, mas eu não estou aqui para tentar emular Jim Morrison."

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As semelhanças entre as vozes de Jim Morrison e Ian Astbury, realmente existem e são notoriamente perceptíveis, e não se deve ao fato dos dois serem classificados como barítono, e sim à profunda influência musical que Astbury sofreu de Morrison em sua carreira. E não há nada de errado com isto, afinal de contas, Astbury sempre conseguiu imprimir a sua personalidade em todos os trabalhos do qual participou.

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Mas antes de analisar minuciosamente a voz de Astbury, deixarei que o mesmo faça isso primeiro. Em uma postagem de sua página oficial no Facebook, o vocalista rebateu as críticas e falou sobre a sua forma de cantar:

"Tenho visto comentários sobre várias coisas, desde uma gramática incorreta até a forma como eu canto. Todos os shows são diferentes, todos os ambientes e públicos são diferentes. Nos últimos cinco shows, por exemplo, cantei com um problema no pé que ainda está sendo tratado. Alguns bastidores e palcos são de madeira, outros são de concreto. Os de madeira são melhores para o som e para o desempenho em geral.

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Sobre cantar as músicas exatamente como nos álbuns, tenho dúvidas de que sempre ocorreria com a mesma espontaneidade das gravações. Nós não somos este tipo de banda, que procura a perfeição em cada nota. Nós vamos pelo feeling, que prospera com a beleza do caos e da desordem de cada momento. Não somos máquinas. Este não é o motivo pelo qual começamos a tocar. Às vezes podemos ser grosseiros, vulgares, em outros momentos podemos ser santos e extraordinários. A música tocada ao vivo é imprevisível.

Então, se você vem ao nosso show esperando ouvir nota por nota de uma gravação, guarde seu dinheiro e fique em casa ouvindo os álbuns.

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Para aqueles que vierem, vocês deverão experimentar uma performance ao vivo, e testemunharão um evento que vai acontecer uma vez e apenas uma vez.

Um conselho, se quiserem experimentar a melhor experiência sonora, fiquem perto da caixa de som. Se quiserem que seus ouvidos sangrem, fiquem próximos aos alto-falantes PA e se quiserem ver o melhor resultado do trabalho, fiquem na minha frente.

Além disso, dependendo da configuração do palco, alguma vezes vocês poderão não obter o melhor som quando estiverem na frente do palco, com os alto-falantes virados para uma direção diferente.

Necessário dizer que vocês podem fazer o que quiserem, vamos dar o nosso melhor e sangrar por todos os poros.

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Estou ansioso por vê-los em breve.

E com todo respeito, sinto um desejo de alertar aqueles que não têm uma visão real sobre a natureza da performance que escolhi fazer livremente. Esta é uma visão que compartilho."

Baseado na forma como o vocalista canta, é absolutamente plausível considerar a possibilidade de ele ter passado por, não só aulas de canto, como também por consultas com fonoaudiólogos.

Algo que chama atenção em Astbury é a sua estarrecedora versatilidade. O vocalista pode transitar por regiões médias e graves com uma qualidade assustadora, controlando de maneira formidável a sua voz de peito e de cabeça, sempre com boa impostação.

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Confira abaixo o conjunto das principais técnicas utilizadas por Ian Astbury:

Voz mista: Dupla adução com sinergia de TA (Músculo Tireoaritenoídeo - músculo intrínseco da laringe) e CT (Músculo Cricotireóideo - músculo intríseco da laringe), com selamento glótico pleno.

Belting: Técnica baseada em uma posição de laringe ligeiramente para cima, com ampla abertura vocal, som muito alveolar, ao contrário do velofaríngea de tessitura perto de falsete, mas soando natural. O resultado é um timbre agudo e limpo.

Belting Pleno: Voz mista com predominância de musculatura tireoaritenóidea e selamento glótico pleno, resultando, acusticamente, em notas agudas e encorpadas.

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Conceitos técnicos acima são de cortesia de Ariel Coelho:
http://www.arielcoelho.com.br

Outra técnica também muito utilizada por Astbury é o vibrato laríngeo. Ele é produzido pela correta colocação da laringe, que oscila somente com a pressão exata de ar que por ela passar, com a laringe em estado de relaxamento. Somente com o decorrer da prática, Astbury percebeu a intensidade correta para o desenvolvimento do efeito que queria dar à sua voz.

Porém, Astbury demorou até desenvolver-se dentro destas técnicas. No início de carreira, o vocalista costumava cantar com uma constrição laríngea, forma tecnicamente inadequada de cantar, pois contribui para pressionar a garganta e prejudicar as pregas vocais.

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Isto acontecia pelo fato de fato de Astbury ter composto algumas canções que não respeitavam a sua extensão vocal. É imprescindível que, além de ter um bom domínio de respiração diafragmática e de técnicas elementares, o vocalista componha canções que estejam dento da sua esfera de alcance.

Astbury percebeu isto a tempo, e passou a treinar, cantando uma escala no meio do seu alcance. Neste aprimoramento, Astbury cantava a escala inteira, tentando produzir uma boa sonoridade em cada nota. Isto contribuiu para que o vocalista identificasse os limites da própria voz.

Sobre a sua saúde vocal, certa vez, Ian Astbury fora questionado sobre qual seria o seu método infalível para manter a voz saudável:

"Além dos exercícios que todos sabem, o melhor método pra mim é a hidratação da voz. É o que melhor funciona comigo. Bebo muita água, antes, durante e depois de uma apresentação. A água é imprescindível na estrada, poucas pessoas dão importância a isso, mas não há cerveja no mundo que hidrate a sua voz como a boa e velha água."

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Confira uma análise sobre o seu alcance em algumas das suas melhores canções:

Brother Wolf, Sister Moon

Nesta canção, Astbury mostra a sua privilegiada gama vocal, alcançando expressivos G4, com tonalidade limpa e cristalina.

All Glory

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Nesta excelente canção da banda embrionária do The Cult, o vocalista também consegue sustentar um expressivo G4, de forma relativamente fácil.

White

Nesta boa canção do álbum "Ceremony", Astbury alcança um poderoso G♯4.

Christians

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Nesta ótima canção, a sua voz está limpa e cristalina, lembrando o vocalista Morrissey em alguns momentos, o que não é nenhuma surpresa, já que o vocalista era adepto ao movimento pós-punk. Astbury chega à bela marca de A4.

Rain

De forma descontraída e com a voz relaxada, Astbury chega novamente à marca de A4.

Fire Woman

Aqui, Ian Astbury mostra porque é comparado ao seu grande ídolo, Jim Morrison, sua voz está incrível, e o vocalista permanece, praticamente, a canção inteira cantando em A4.

Edie (Ciao Baby)

Esta belíssima canção traz Ian Astbury no auge de sua voz. Mas uma vez o vocalista canta com facilidade, atingindo mais um A4.

Backdoor Man

Esta performance deixou sem palavras até o mais fanático dos fãs do The Doors. Esta talvez seja a forma mais "crua" que a voz de Astbury já soou. O vocalista utiliza drive para alcançar um resultado surpreendente, mantendo-se em A4.

Sweet Soul Sister

Aqui, Astbury mantem a sua voz relaxada, e permanece em B♭4. A colocação e impostação de Astbury nesta canção, influenciou o vocalista Mark Slaughter em seus trabalhos pós-anos 90.

Host of Angels

Nesta maravilhosa canção composta nos primórdios da banda, Ian Astbury mostra porque é um dos vocalistas versáteis do rock n' roll, exalando qualidade em uma performance "blueseira" de tirar o chapéu. O vocalista aterrissa em um B4, e em seguida realiza um G♯4, e finaliza com um espetacular B♭4 à la Robert Plant.

Butterflies

Mais uma performance melódica de Ian Astbury, cantada quase sempre em B4.

Soul Asylum

Esta dramática canção traz uma das melhores performances vocais de Ian Astbury em todos os tempos. A interpretação e a impostação do vocalista surpreendem, e o seu alcance permanece em B4.

Phoenix

Mais uma performance com predominância em B4 pra conta de Ian Astbury.

Automatic Blues

Neste rock n' roll pesado e visceral, Ian Astbury permanece quase sempre em B4.

American Horse

Aqui, a versatilidade de Astbury alcança níveis absurdos, e o vocalista, mesmo sendo barítono, chega a cantar com características de um tenor, atingindo um impressionante C5.

War (The Process)

Ótimo controle sobre as notas cantadas, atingindo um louvável C5.

Coming Down (Drug Tongue)

Aqui, Astbury alcança um C♯5 na melodia do refrão da canção.

Star

Aqui, Ian Astbury utiliza voz mista com maestria, transitando entre D5 e B4.

Love Machine Removal

Nesta lendária canção, Astbury estarrece o ouvinte com um D5, e posteriormente com um F5.

Backdoor Man (Live In Chile)

Sob o efeito de falsete, Astbury chega a um A5.

Edie (Live New York 2006)

Aqui, sua laringe encontra-se em posição neutra, e embora cometa alguns deslizes, o vocalista consegue permanecer em B2.

When Things Explode

Canção calma, que traz um Ian Astbury introspectivo, porém, não menos competente. O vocalista permanece em A2.

Burn My Shadow

O vocalista permanece nas proximidades do mesmo campo harmônico anterior.

Teeth and Claws

Voz grave e potente, colocada com precisão cirúrgica, e com assentamento em torno de G♯2.

Deuses Zoo (These Times)

Aqui, Ian Astbury chega desconfortavelmente à marca de G2. A canção é dos primórdios de sua carreira.

Embers the cult

Uma voz baixa e densa, permanecendo quase sempre em G♯2, embora seja possível encontrar uma variação para F♯2 em breves momentos.

Savages

Nesta canção, o F♯2 não aparece apenas de maneira breve, ele permanece por um bom tempo.

Metaphysical Pistol

Nesta canção de trip-rock, o ponto central da melodia vocal fica em F♯2, variando eventualmente para E2.

Com o passar dos anos, sua tornou-se mais encorpada, porém, menos densa e cristalina. Resultado do envelhecimento natural que a voz humana sofre.

A voz envelhece, com perda de força, velocidade, estabilidade e precisão articulatória. A qualidade vocal é extremamente modificada com o passar dos anos, sendo fácil reconhecer pela fonação um indivíduo após a quinta ou sexta década de vida. Ocorrem atrofia e arqueamento das pregas vocais e a musculatura da laringe fica mais flácida, o que torna a voz trêmula, rouca, soprosa, com pouca projeção.

Este processo tem início a partir dos 50 ou 55 anos de idade, acentuando-se de forma dependente do estilo de vida e histórico de doenças do indivíduo. Os principais sintomas apresentados são as alterações morfofuncionais na laringe, cavidade oral, faringe e sistema respiratório.

Ian Astbury continua cantando razoavelmente bem, principalmente, em virtude de o vocalista ser adepto de consultas fonoaudiólogas. A voz é uma função adaptada e pede emprestado para outros sistemas do corpo humano para ser produzida, como o sistema respiratório, digestório e sistema nervoso central.

Com a tenra idade, Astbury sentiu-se na obrigação de realizar um aprimoramento vocal. O vocalista já declarou realizar exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal, pois eles amenizam o envelhecimento precoce das pregas vocais, além de contribuir para a prevenção da fadiga vocal e rouquidão, que alguns cantores sofrem no final de suas apresentações.

A preparação de Astbury mantém a sua voz no "encaixe" correto, as cavidades de ressonâncias abertas, e a musculatura "malhada", resistente e elástica, pronta para responder as exigências que a performance ao vivo poderá exigir.

Os grandes adversários de Astbury durante as suas preparações foram as drogas. O vocalista não chegou a tornar-se um viciado, mas o uso abusivo em algumas oportunidades rendaram performances catastróficas ao líder do The Cult, principalmente em meados dos anos 90, quando o uso de entorpecentes atingiu níveis alarmantes. Mas hoje, o vocalista diz ter hábitos completamente saudáveis.

A sua voz não é a mesma, em parte por causa do envelhecimento natural da voz humana, e em outra parte pelos abusos de drogas e cigarros, que lhe renderam pigarros, que contribuem para deixar a sua voz mais grossa, porém, menos natural. Ver uma apresentação ao vivo do cantor ainda vale a pena, entretanto, algumas ressalvas devem ser feitas. Não dá pra conferir uma apresentação esperando o Ian Astbury de 20 ou 30 anos atrás.

Além de ser um exímio vocalista, Ian Astbury é multi-instrumentista. O músico domina instrumentos como pandeiro, guitarra, contrabaixo e saxofone. Tais habilidades foram fundamentais para desenvolver as suas habilidades outivas, que lhe renderam ótimos desempenhos vocais, mesmo tratando-se de um cantor sem uma formação clássica. O saxofone lhe fez aprender a respirar com o diafragma de maneira correta, enquanto a guitarra e o contrabaixo aprendidos sem aulas prévias, treinaram o seu ouvido para identificar as mais variadas notas.

Características vocais de Ian Astbury (The Range Plance 2.0):

Timbre: Barítono
Alcance: E2-A5

Por característica, Ian Astbury possuí uma voz mais grave e aveludada que a de outros vocalistas de sua época, que, em sua maioria, eram tenores. Porém quase nunca o seu timbre conta com a agilidade de um tenor.

Entretanto, esta ausência de agilidade, é compensada no volume e na beleza da produção de notas mais graves e cavernosas, resultando em uma voz madura, viril e poderosa em todos os registros.

Em muitas oportunidades Ian Astbury adentrava a zona de um tenor. Isto é o que acontece quando a voz de um barítono é bem treinada, ela pode adentrar regiões cabíveis apenas a tenores, assim como também pode adentrar a região dos baixos.

A voz de Ian Astbury contém um brilho palpável, e o vocalista possuí facilidade na transição das notas.

Notas altas significativas:

A5 ("Backdoor Man")

G♯5 ("Flame On")

G5 ("Break On Through (To the Other Side)")

F♯5 ("Peace Dog")

F5 ("Fire Woman", "Love Removal Machine")

D5 ("Star")

C♯5 ("Bangkok Rain", "Coming Down (Drug Tongue)", "Full Tilt", "Heart of Soul" acoustic version, "Join Hands", "Wild Hearted Son")

C5 ("American Horse", "Aphrodisiac Jacket", "Breathe", "Dreamtime", "Gimmick", "If", "It's Over", "Real Grrl", "Shape the Sky", "Sweet Salvation", "Take the Power", "The Saint", "The Witch", "True Believers", "War (The Process)")

B4 ("Automatic Blues", "Be Free", "Beauty's on the Street", "Born to Be Wild", "Break On Through (To the Other Side)", "Brother Fights", "Butterflies", "Ceremony", "Emperor's New Horse", "Ghost", "Go West (Crazy Spinning Circles)", "Heart of Soul", "Host Of Angels", "Indian", "Joy", "King Contrary Man", "Lucifer", "My Bridges Burn", "Opium", "Painted On My Heart", "Phoenix", "Red Jesus", "Rider in the Snow", "Saints Are Down", "Sea and Sky", "Siberia", "Soldier Blue", "Soul Asylum", "Sound of Destruction", "Speed of Light", "Stand Alone", "Star", "The River", "Tiger In The Sun", "War Pony Destroyer", "White")

B♭4 ("83rd Dream", "American Gothic", "Back on Earth", "Bad Fun", "Bangkok Rain", "Black Sun", "Brother Wolf, Sister Moon", "Changeling", "Citizens", "Earth Mofo", "El Ché/Wild Like a Horse", "Flame On", "Full Tilt", "Gone", "High Time Amplifier", "Host Of Angels", "Join Hands", "It's Over", "Naturally High", "Peace Dog", "Resurrection Joe", "Spiritwalker", "Sweet Soul Sister", "Wonderland")

A4 ("A Flower in the Desert", "A Pale Horse", "Aphrodisiac Jacket", "Ashes and Ghosts", "Backdoor Man" live, "Be Free", "Bleeding Heart Graffiti", "Bonebag", "Breathe", "Christians", "Diamonds", "Edie (Ciao Baby)", "Electric Ocean", "Embers", "Faith Healer", "Fire Woman", "Ghost", "Gimmick", "Heart of Soul", "Horse Nation", "If", "Illuminated", "In The Clouds", "Life > Death", "Lil' Devil", "Love", "Love Removal Machine", "Memphis Hip Shake", "New York City", "Nico", "Nirvana", "Outlaw", "Rain", "Real Grrl", "Revolution", "Rise", "Sacred Life", "Saints Are Down", "She Sells Sanctuary", "Space Junkie", "Speed of Light", "Sun King", "The Witch", "The Wolf", "This Night in the City Forever", "Universal You", "Wild Flower")

Notas baixas significativas:

E2 ("Metaphysical Pistol")

F♯2 ("Embers", "Metaphysical Pistol", "Savages")

G2 ("Electric Ocean", "Emperor's New Horse", "Gods Zoo (These Times)

G♯2 ("Indian", "Teeth and Claws", "Tyger")

A2 ("Backdoor Man" live, "Burn My Shadow", "Ghost", "It's Over", "Nico", "Saints Are Down", "Space Junkie", "Tiger in the Sun", "When the Music's Over", "When Things Explode")

B♭2 ("Black Sun")

B2 ("Beauty's on the Street", "Break On Through (To the Other Side)" live, "Edie (Ciao Baby)" live, "Go West (Crazy Spinning Circles)", "Opium", "Painted On My Heart", "This Night in the City Forever", "When the Music's Over", "White", "Wild Flower")

Atendendo aos inúmeros pedidos computados nas edições anteriores, esta foi a análise vocal de Ian Astbury. Agradeço a todos e peço, encarecidamente, que sugiram outros vocalistas para serem analisados. Tentarei atender aos pedidos na medida do possível.


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Sobre Danilo F. Nascimento

Administrador por casualidade. Músico por instinto. Escritor por devaneio. Fascinado por música, literatura e cinema. Seu primeiro contato com o mundo do rock data de meados dos anos 90, uma época de transição entre o analógico e o digital, e, principalmente, uma época onde a MTV ainda era aprazível e relevante. Idolatra e cultua o legado instituído pela maior banda de todos os tempos, o Queen.
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