Quando Lou Reed revelou seu disco de rock favorito; "Impossível bater de frente com ele"
Por Bruce William
Postado em 08 de maio de 2025
Lou Reed sempre foi visto como um artista à frente de seu tempo, mas suas influências vinham direto do passado. Antes de experimentar com sons urbanos, poesia marginal e distorções abrasivas, ele era apenas um garoto ouvindo rock and roll no rádio, fascinado por artistas que misturavam irreverência, ritmo e atitude em três minutos explosivos.
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Mesmo depois de transformar a música com o Velvet Underground, Reed nunca escondeu a admiração por nomes como Chuck Berry, Roy Orbison e Bo Diddley. Mas um deles era insuperável em sua visão: Little Richard. "O primeiro tem que ser o Little Richard, direto da caixa. Impossível bater de frente com ele!", declarou Reed em fala trazida à tona pela Far Out. A frase resumia a sensação de quem testemunhou algo tão novo e impactante que tudo o que veio depois parecia apenas seguir o rastro.
Ao longo da carreira, Lou Reed deixou claro que sua relação com a imagem também era herança daquele tempo. "Eu estava usando a moda para me divertir e brincar", disse. "Acho que influenciei algumas pessoas, mas não tanto quanto o cara que foi o primeiro a fazer isso." E para ele, esse "primeiro" era, sem dúvida, Richard Wayne Penniman.

Mas quando perguntado sobre qual seria seu álbum favorito desse ídolo, Reed apontou algo que vai além de um disco comum. Ele escolheu "The Specialty Sessions", uma coletânea em caixa com 4 LPs que reúnem tudo que Little Richard gravou entre 1955 e 1959 para o selo Specialty, incluindo sucessos como "Tutti Frutti" e "Long Tall Sally", além de demos, takes alternativos e gravações de rádio.
O box set mostra não apenas o vigor das versões finais, mas também a energia absurda das primeiras tentativas, captando o som cru de um artista ainda em formação, mas já imbatível. Não é um álbum tradicional, e algumas faixas aparecem mais de uma vez, mas esse retrato de bastidores parece ter sido exatamente o que mais fascinava Reed.

Lou não buscava perfeição técnica ou produção limpa. Ele queria intensidade, invenção, algo que ninguém tivesse feito antes. E foi isso que encontrou em Little Richard. O box The Specialty Sessions era, para ele, a prova definitiva de que aquele trovão musical dos anos 1950 ainda ecoava décadas depois — inclusive na sua própria obra.
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