RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas

imagemCinco países com muita tradição no mundo do heavy metal

imagemA banda punk que zombou do AC/DC em 1976, mas depois se arrependeu

imagemRobert Plant e a banda que ele se ofereceu para tocar baixo

imagemSupergrupo com membros de Van Halen, Bon Jovi e Aerosmith terá Jeff Scott Soto no vocal?

imagemO profundo significado do "Trem" nas letras de Raul Seixas, segundo o próprio

imagemO hit dos Beatles que Paul McCartney faz ligeira indireta para indesejada Yoko Ono

imagemGráfico em vídeo mostra cantoras de metal mais populares entre 2004 e 2023

imagemO álbum dos Rolling Stones que Keith Richards considera "subestimado"

imagemMaterial inédito do Led Zeppelin pode ter sido encontrado por Jason Bonham

imagemSamuel Rosa publica mensagem tocante antes de último show do Skank

imagemA diferença entre Marty Friedman e Kiko Loureiro, segundo Dave Mustaine

imagemMatt Cameron nega que vai assumir lugar de Taylor Hawkins no Foo Fighters

imagemLemmy Kilmister sobre saída de Dee Dee dos Ramones: "Aquilo acabou com Joey"

imagemMustaine diz que doença de Bruce Dickinson fez Megadeth trocar de baterista e guitarrista

imagemContinuação abandonada do "Van Halen III" "soava muito bem" para Michael Anthony


Summer Breeze B
Pomba

Megadeth: Análise vocal de Dave Mustaine

Por Danilo F. Nascimento
Postado em 06 de novembro de 2014

David Scott Mustaine, conhecido apenas como Dave Mustaine, é vocalista, guitarrista e compositor do grupo de thrash metal Megadeth. Mustaine nasceu em 13 de setembro de 1961, na cidade de La Mesa, na Califórnia (USA).

Bruce Dickinson

Os primeiros contatos de Mustaine com a música ocorreram muito cedo, ainda em sua infância. Influenciado pela irmã, o jovem começou a tocar piano e teclado.

A música servia como uma válvula de escape para Mustaine, já que sua família era problemática e inconsequente. Mustaine era, frequentemente, agredido pelo pai, o que culminou uma separação relâmpago de seus pais.

Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

Tentando sobreviver à margem das brigas e discussões dos pais, Mustaine trancava-se no quarto junto de sua irmã, onde passava horas e horas sentado ao piano praticando.

Com o passar do tempo, Mustaine aferiu que jamais tocaria piano tão bem quanto a irmã, então escolheu outro instrumento, a guitarra.

No início, Mustaine reproduzia, na guitarra, as notas tocadas pela irmã no piano e aos poucos fora aprimorando-se.

Aos 15 anos, decidiu que era hora de obter sua independência financeira. Alugou um apartamento onde passou a morar sozinho. Seu meio de sobrevivência era o tráfico de drogas.

Mustaine angariou uma boa cartela de clientes, e um deles nunca tinha dinheiro para pagá-lo. O cliente em questão trabalhava em uma loja de discos e, quando não tinha dinheiro, pagava Mustaine com discos de bandas como Black Sabbath, Iron Maiden e Judas Priest. Dava-se aí o primeiro contato de Mustaine com o heavy metal.

publicidadeAdemir Barbosa Silva | Alexandre Faria Abelleira | André Silva Eleutério | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Daniel Rodrigo Landmann | Décio Demonti Rosa | Efrem Maranhao Filho | Euber Fagherazzi | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Filipe Matzembacher | Gabriel Fenili | Henrique Haag Ribacki | José Patrick de Souza | Julian H. D. Rodrigues | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Reginaldo Tozatti | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Vinicius Valter de Lemos | Wendel F. da Silva |

Cada vez mais apaixonado pela guitarra, Mustaine decidiu que era hora de formar a sua primeira banda. A Panic surgiu no final dos anos 70 e não durou muito tempo, mas ainda sim serviu para Mustaine decidir o que queria fazer pelo resto de sua vida, tocar guitarra em uma banda.

Em 1981, Mustaine conheceu Lars Ulrich por meio de um anúncio no jornal "The Recycler".

Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Nota do autor: O "The Recycler" é um jornal de classificados. Fora muito importante para as bandas norte-americanas dos anos 80. Muitas bandas se conheceram por meio de anúncios neste jornal. Só para citar dois exemplos, bandas como Metallica e Guns N' Roses não teriam sido formadas sem a contribuição do jornal.

Bruce Dickinson

Mustaine ingressou no Metallica e logo percebeu-se que a sua relação com James Hetfield não seria nada amigável. Assim como Hetfield, Mustaine tinha um problema sério com alcoolismo. Mas além do álcool, o jovem usufruía de drogas pesadas, o que o tornava uma pessoa de difícil convivência.

Mustaine foi expulso do Metallica algumas vezes, mas a banda sempre reconsiderava, devido ao seu talento extraordinário nas seis cordas. Mas a situação chegou a ficar calamitosa, a ponto da banda expulsá-lo por uma última vez e não reconsiderar. Era o fim da era Mustaine na banda.

O guitarrista gravou inúmeras passagens, riffs e solos para o disco "'Kill' Em All" e em seguida fora demitido, formando o Megadeth logo depois. E o resto da história, todos nós conhecemos.

Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp

A expulsão do Metallica pegou Mustaine de surpresa, e o músico se viu na "obrigação" de formar uma banda tão boa quanto o Metallica.

Mas, infelizmente, o músico não conseguirá encontrar um frontman para a sua banda, o que o obrigou a tornar-se o cantor do grupo. E Mustaine não sentia-se nada confortável nesta posição, já que nunca havia cantado seriamente, nem muito menos passado por qualquer tipo de treinamento vocal.

Como consegui viver de Rock e Heavy Metal

Cantar era um constrangimento para Mustaine, pois o músico tinha total consciência de suas limitações vocais.

Em 2013, Mustaine fora questionado pelo programa de rádio "Lewis & Floorwax" sobre como decidiu tornar-se vocalista do Megadeth, sem nunca ter cantado seriamente antes.

"Testamos uns caras e meio que ficamos sem paciência. O último sujeito que fez teste pra vocalista veio – e éramos sem-teto na época – e ele me aparece com 12 latas de cerveja, e pensamos, ‘Ótimo! ’. Daí olhamos melhor pra ele e ele estava de lápis de olho. E decidimos, ‘tão logo acabe a cerveja, ele está fora da banda’. Era véspera de ano novo, à noite, e David, manda, ‘Cara, por que você não canta? ’ e eu respondi, ‘por que não canta você?’ E aí eu acabei cantando, e rolou. Eu realmente curto isso tem vezes, mas não é meu forte. Eu tenho trabalhado muito em cima disso nos últimos anos. Eu queria ter dado mais atenção a isso no começo, como eu dou agora... é com certeza uma sonoridade única de voz. Sabe, você ouve pessoas como Axl (Rose, GUNS N’ ROSES) ou a mim e James (Hetfield, METALLICA) ou algumas outras pessoas que são muito facilmente identificáveis, é raro. Como Chris Cornell (SOUNDGARDEN), você ouve Chris, você sabe que é ele."

Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

No início da carreira como vocalista, Mustaine não cuidava previamente de suas pregas vocais. Não tinha o menor conhecimento sobre sobre respiração diafragmática e/ou exercícios fonoaudiólogos. O músico chegou a fazer turnês inteiras sem, sequer, realizar aquecimentos vocais antes de suas apresentações.

Nota do autor: Atualmente, as cordas vocais são chamadas de pregas vocais. Isso porque, achava-se que essa estrutura era solta no meio, e presa nas pontas, como uma corda de violão. Hoje sabe-se que elas são presas, e vibram, como pregas, e não como cordas.

Como todos os vocalistas de thrash metal, Mustaine utilizava drive de constrição laríngea, o que tornava a sua voz superficial e áspera, transmitindo a sensação de que o músico estava esgoelando-se.

Bruce Dickinson

Nas performances de Mustaine é possível correlacionar o uso desse recurso interpretativo ao padrão laríngeo elevado, constrição medial e ântero-posterior de graus variados em faringe e pregas vestibulares, com possível associação ao grau do drive e prevalentemente intenso. Na análise perceptivo-auditiva de Mustaine, é possível aferir tensão, rouquidão e aspereza na qualidade vocal, o que pode ser justificado pelo grau de constrição supraglótica global e harmônicos aperiódicos nas emissões cantadas.

Os vocalistas de thrash metal são submetidos a exigências interpretativas singulares. Estes cantores necessitam de tensões e
constrições laríngeas, com qualidade vocal que pode ser intensamente desviada, áspera ou rouca, por vezes tensa e comprimida. Esta vertente é marcada pelos excessos na produção dos sons, principalmente nas freqüências altas e em emissões de forte intensidade.

Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

Com os abusos cometidos no passar dos anos, Mustaine fora submetido à exames de nasofibrolaringoscopia. Os exames revelaram que a suas pregas vocais estavam em frangalhos.

A partir de então, o músico passou a preocupar-se mais com questões fisiológicas inerentes ao canto, passando a frequentar, constantemente, otorrinolaringologistas e fonoaudiologos.

Na avaliação realizada com um otorrinolaringologista, o mesmo verificou questões como configuração das pregas vocais, coaptação glótica, supraglote, laringofaringe, deslocamento vertical da laringe e também a base da língua. E sim, a situação de Mustaine era crítica.

Em consultas realizadas com diversos fonoaudiólogos, fora realizada uma análise perceptivo-auditiva com base nos seguintes parâmetros: pitch, projeção, brilho, qualidade vocal e drive.

E o veredito era o mesmo. Com os anos de abusos, na utilização de drives de constrição laríngea, que são tecnicamente inadequados, Mustaine havia prejudicado consideravelmente a saúde de suas pregas vocais.

Mas este não foi o único fator preponderante para culminar nesta decadência de Mustaine. O músico ingeria quantidades cavalares de álcool e drogas, itens extremamente prejudiciais e que podem comprometer, consideravelmente, a saúde das pregas vocais.

Nota do autor: Existem alguns mitos no universo limitado dos headbangers que dizem, que, se você tomar uma colher de wisky antes de cantar, estará limpando as cordas/pregas vocais. Nem precisava dizer que isto não é verdade né? O álcool disfarça e inibe, momentaneamente, a dor nas pregas vocais, e faz com que nós forcemos mais ainda na hora de cantar. Ela resseca também o muco que reveste a estrutura vocal, o que faz aumentar aquele som ríspido da voz. O uso de drogas é bastante agressivo ao mecanismo vocal, pois além dessas substâncias serem causadoras de irritação e ulceração na mucosa das pregas vocais, podem causar alterações como perfuração do septo nasal e hipotonia muscular. A maneira como são ingeridas agravam mais ainda o uso desses tóxicos, pois há uma compressão muito grande da erva no ato de tragar criando assim uma enorme elevação da temperatura.A fumaça da maconha tem um efeito altamente agressivo devido à fumaça e às toxinas provenientes da queima do papel onde a erva é enrolada. As drogas injetáveis, como a cocaína, provocam hipotonia muscular e também fadiga vocal. O uso a médio e longo prazo dessas substâncias pode causar alterações na respiração, prejudicando também a produção vocal.

Muitas interpretam errado as orientações dos treinadores vocais, que pedem para "não cantar com a garganta".

Mas não é bem assim. O que os professores e treinadores vocais querem dizer com esta afirmação é que não é saudável haver constrição na garganta, ela não deve ser espremida, apertada, puxada ou entortada. É inconcebível que o cantor não tenha qualquer sensação de que ela está trabalhando. O que pode, e deve acontecer é cantar em regiões confortáveis para a sua gama vocal. Em tese, na maioria das vezes, a laringe é apenas um tubo por onde o ar passará.

Nota do autor: A laringe é um tubo que está entre a base da língua e a traqueia, e é formada por ligamentos, um osso, cartilagens e músculos e recoberta por uma membrana mucosa. As dobras musculares dentro da laringe formam as pregas vocais (chamadas erroneamente de cordas vocais) e as pregas vestibulares, também conhecidas como falsas pregas vocais.

Obviamente, que é mais adequada cantar por meio de máscara de voz. A voz dele apenas passar pela garganta, como se ela fosse um túnel, mas não permanecer nela.

Nota do autor: Máscara de voz é o recurso técnico que faz com que as notas mais altas encontrem compatibilidade no rosto, nariz e cabeça. Frontal e esfenoidal. O ganho de projeção é extremamente perceptível em pessoas que utilizam este recurso.

Sim, para tornar-se um cantor, tecnicamente competente, é necessário ter conhecimentos prévios de anatomia e fisiologia. É parte do treinamento vocal conhecer o seu próprio aparelho fonador. Isto contribuí para identificação de sua gama e extensão vocal, bem como para ter conhecimento sobre os seus próprios limites.

No caso de Mustaine, nota-se um padrão laríngeo elevado com maior prevalência de pregas vocais estiradas e coaptação glótica.

Nos anos 90, o Mustaine procurou auxílio de treinadores vocais para tentar aprender a cantar corretamente.

A sua primeira professora fora a magistral Elizabeth Sabine. A cantora é conhecida mundialmente por ter ministrado aulas para inúmeros vocalistas de hard rock e heavy metal.

Entre os alunos de Sabine é possível citar:

- Axl Rose
- Ron Keel
- Dan Huff
- Colin Hay
- Brian Howe
- Don Dokken
- Jizzy Pearl
- Donnie Van Zant
- Michael Sweet
- Miljenko Matijevic

Outros alunos de Elizabeth Sabine podem ser conferidos neste vídeo:

Sabine é especialista em trabalhar as regiões médias e agudas, proporcionando à seus alunos agudos poderosos e encorpados.

Mas para Mustaine, a experiência parece não ter sido das melhores. O vocalista acusou Sabine de ser uma tarada:

"Tive aulas com Elizabeth Sabine, uma treinadora vocal tarada de 70 anos de idade. Ela chegou a enfiar a mão dentro das minhas calças. Acusei-a de assédio sexual".

Sabine retrucou:

"Mustaine, fora, de longe, um dos meus piores alunos. Além de não ser vocalmente talentoso, não era dedicado, não treinava os exercícios que eu passava e chegava às aulas quase sempre bêbado".

Sobre os melhores cantores com quem trabalhou, Sabine é enfática:

"Esta é fácil. Ron Keel, Miljenko Matijevic e Michael Sweet foram os melhores cantores com quem trabalhei. Talentosos, gentis e dedicados".

E esta não a primeira vez que Mustaine acusou um professor de ser tarado. Em entrevista concedida à Hard Rock Haven em 2010, ele afirmou:

"Tive um professor extremamente tarado, não vou revelar o nome dele, mas o cara me pediu para desabotoar a calça para que ele pudesse examinar meu diafragma. Eu disse: 'Cara, meu diafragma está aqui em cima. Diafragmas embaixo, só as mulheres tem'. Daí eu ficava me perguntando, o que minhas partes íntimas tinham a ver com uma aula de canto, mas eu pensava que tinha algo a ver com a respiração. Foi realmente muito estranho para mim".

O fato é que Mustaine não evoluiu como vocalista, mas passou a preocupar-se em demasia com estas questões, ainda mais levando-se em consideração às suas terríveis performances recentes. Hoje, Mustaine frequenta seu fonoaudiólogo regularmente, e não inicia nenhuma apresentação do Megadeth sem antes realizar seus exercícios.

Mas Mustaine sabe que talvez seja tarde demais. Em entrevista realizada recentemente, o músico afirma:

"Queria ter me preocupado com estas questões há muito tempo atrás. Hoje não consigo mais alcançar tons tão altos".

De fato, Mustaine nunca preocupou-se seriamente com questões pertinentes ao treinamento vocal. Diferentemente do seu "colega" James Hetfield que evoluiu, consideravelmente, tecnicamente falando, Mustaine parece ter parado no tempo.

Notas do autor: Muitos dirão que a voz de James Hetfield está ruim. Mas isto é uma opinião de fã leigo e purista que sente saudades de uma época em que Hetfield esgoelava-se, cantando com drive de constrição laríngea. A sua evolução técnica a partir dos anos 90 é notória. Tantos que os seus melhores trabalhos vocais estão nos discos "Load" e "Reload".

Recentemente, Mustaine submeteu-se a uma cirurgia de estenose. Segundo Mustaine, o problema foi consequência de vários e vários ANOS "batendo cabeça". Sua coluna e pescoço foram notoriamente prejudicados.

Segundo Mustaine, a cirurgia tornou ainda mais difícil a sua atividade de cantar.

Em entrevista concedida à Artisan News, o vocalista afirmou:

"Após a cirurgia, ficou mais difícil de cantar. Eles disseram que isso iria acontecer. Cantar não é o meu forte. Eu tento fazer o meu melhor, mas eu não sou um grande vocalista, e como eu disse, eles me disseram que ia ficar mais difícil, mas eu não acreditei neles. Então agora eu estou lidando com isso. Quando eu vou tocar, eu olho para os fãs e eu penso, 'Bem, deve ter alguém que já me viu umas 20 vezes'. Mas e a pessoa que está nos vendo pela primeira vez? Preciso dar o meu melhor pra ela, não posso parar."

Mustaine realmente pensou em encerrar as atividades do Megadeth em 2002, mas voltou atrás. Sobre a idade, o músico afirma:

"Não me sinto velho e não vou parar tão cedo. O único momento em que sinto a passagem do tempo é quando tento cantar as músicas antigas. Minha voz não alcança mais aqueles tons altos. Mas o que devo fazer? Parar? Não, eu não farei isso".

Como consequência dos anos de abusos vocais e também de drogas e álcool, Mustaine viu-se na obrigação de tomar algumas decisões e medidas drásticas.

De acordo com o site "Metal Injection", a banda teve de abaixar a afinação de seus instrumentos da padrão (E-A-D-G-B-E) para (D-G-C-F-A-D) em todas as apresentações ao vivo para melhor acomodar os vocais de Mustaine.

Confira algumas características vocais de Dave Mustaine:

Timbre: Barítono
Alcance vocal melódico: E2-E♭5
Alcance vocal total: A1-B♭6

Nota do autor: É muito difícil classificar o timbre de Dave Mustaine, já que em pouquíssimas oportunidades, o vocalista canta com sua voz plena. Muitos o classificam como baixo, outros como tenor e eu classifico como barítono, tendo em vista não só o seu canto, mas também a sua fala em entrevistas, de modo geral.

Notas altas significativas (Por The Range Place):

B♭6 ("Last Rites/Loved To Deth")

A6 ("Last Rites/Loved To Death")

E♭5 ("À Tout Le Monde" live in Toronto 2005, "Mary Jane", "Take No Prisoners" demo)

D5 ("Looking Down The Cross", "Looking Down The Cross" live in Detroit 1987, "Mechanix" live)

C♯5 ("À Tout Le Monde" live in Sofia 2010, "Black Friday" live at Wembley 1990, "Captive Honour", "Have Cool, Will Travel", "Killing Is My Business... And Business Is Good!", "Mechanix", "Peace Sells" live at Wembley)

C5 ("À Tout Le Monde", "Chosen Ones", "Last Rites/Loved To Deth", "Looking Down The Cross", "Lucretia", "Never Say Die", "Problem Child", "Reckoning Day" live in Arizona 1997)

B4 ("Addicted to Chaos", "Ashes In Your Mouth", "Devils Island", "Good Mourning/Black Friday", "Mechanix", "Never Walk Alone...A Call To Arms", "No More Mr. Nice Guy", "99 Ways To Die", "Paranoid", "Peace Sells", "Set The World Afire", "Sweating Bullets", "The Disintegrators", "The Skull Beneath The Skin", "Wake Up Dead")

B♭4 ("Addicted to Chaos", "Anarchy In The UK" live at Cow Palace 1993, "Holy Wars...The Punishment Due", "I Thought I Knew It All", "The Killing Road", "Train Of Consequences")

A4 ("Almost Honest", "Chosen Ones", "High Speed Dirt", "Last Rites/Loved To Deth", "Liar", "My Last Words", "Skin O' My Teeth", "Tornado Of Souls")

Notas baixas significativas (Por The Range Place):

A1 ("Dawn Patrol")

C♯2 ("Dawn Patrol")

D2 ("Recipe For Hate...Warhorse")

E♭2 ("United Abominations")

E2 ("Trust", "Recipe For Hate...Warhorse", "Sin", "Seven", "United Abominations")

F2 ("Captive Honour", "I'll Be There", "Moto Psycho", "The Conjuring", "The Creed", "The Doctor Is Calling", "Wild Irish Rose" live)

F♯2 ("Looking Down The Cross", "Sweating Bullets", "The Doctor Is Calling", "Trust" Spanish version)

G2 ("A Secret Place" live at Woodstock 1999, "Ashes In Your Mouth" live at the Hollywood Palladium 2010, "Dance in the Rain", "Millenium Of The Blind", "Sin", "Time: The Beginning" live at Web Theatre 2001, "Trust" live at the Hollywood Palladium 2010, "Washington Is Next!")

G♯2 ("Black Curtains", "Dread And Fugitive Mind", "Mastermind", "Millennium Of The Blind", "Prince Of Darkness", "Seven", "The Conjuring", "Wanderlust")

A2 ("Almost Honest", "Insomnia", "Losing My Senses", "Never Say Die", "The Hardest Part Of Letting Go...Sealed With A Kiss", "When")

B♭2 ("A Secret Place" live in Sao Paulo 1998, "Mastermind", "1000 Times Goodbye")

B2 ("Breakpoint", "I'll Get Even", "Mastermind", "Millennium Of The Blind", "Seven")

A voz de Dave Mustaine com o passar dos anos:

1985: Voz potente, embora liricamente horrível, com fraseados sofríveis.

1986: Voz extremamente rouca, com registros muito escuros. Em algumas apresentações ao vivo, as canções eram cantadas em tons mais baixos do que nas versões originais.

1988: Voz um pouco menos escura. Aqui nota-se uma melhora na projeção e no alcance de tons mais altos.

1990: Uma das melhores fases de sua voz, embora não apresente-se de forma tecnicamente exemplar, aqui sua voz está soando bem, principalmente, no que tange ao feeling transmitido nas canções e à algumas ultrapassagens interessantes. Ao vivo, porém, soava muito aguda e "irritante" em alguns momentos.

1992: Alcance de até 3 oitavas detectados em algumas canções, como por exemplo, Symphony of Destruction. Fase um pouco menos energética do que em 1990, mas ainda assim, interessante.

1994: Melhor fase vocal de sua carreira. Voz extremamente potente e poderosa. Aqui, Mustaine já estava tendo aulas com Elizabeth Sabine, e é notória à sua evolução nas passagens melódicas. Aqui Mustaine dava pinta de que, realmente, iria tornar-se um bom vocalista, tecnicamente falando. Ao vivo, também manteve-se bem neste ano.

1997: Voz decaindo, mas ainda assim soando bem, parecido com 1992.

1999: Voz soando menos áspera, menos metálica e mais profunda. Aqui nota-se alcance de até 2 oitavas no registro das canções.

2001: A decadência vocal começa a aparecer. Sua respiração diafragmática parece prejudicada pelos excessos fora dos palcos e as apresentações ao vivo tornam-se questionáveis.

2004: Voz soa robusta, porém fraca e trêmula em alguns momentos. Vocais ao vivo voltando a soar mais metálicos.

2007: Muito ressonante. Notas de até B4 aparecem por aqui. Registros baixos eficientes e predominância de voz mais escura. As performances ao vivo aqui não comprometem.

2008: Voz, ao vivo, chega atingir 4 oitavas, mas não de forma saudável. Apresenta vibratos exagerados, corroborando para uma voz extremamente trêmula e muito aguda em alguns momentos.

2009: Voz um pouco mais poderosa e "viril", chegando à Ab4 em alguns momentos. Voz soando brutal em alguns momentos. Notas mais altas começam à se tornar mais difíceis de serem alcançadas.

2010: Voz soando aguda demais em alguns momentos. Irregular na maioria das apresentações ao vivo.

2011: Voz soando brutal no álbum "Thirteen", mas ao vivo, as dificuldades começam a aumentar.

2012: Voz em afinação D ao vivo. Bastante irregular.

2013: Voz limpa e aguda na maioria das oportunidades. Aqui falta fôlego e sobre cansaço. Aqui suas pregas vocais pareciam começar a querer "descanso eterno".

Conceitos e termos acima são de cortesia do treinador vocal Ariel Coelho. Para mais informações:
http://www.arielcoelho.com.br/analises-vocais/

É inegável que Dave Mustaine tenha uma enorme parcela de contribuição para o heavy metal. Talvez, não como vocalista, mas como guitarrista e compositor.

O músico é autor de riffs, solos e canções memoráveis, que estão fincadas na mente de todo e qualquer amante do bom e velho heavy metal.

Que ele não é, nunca foi e nunca será um grande vocalista todos sabemos, mas, tendo em vista tudo que este homem produziu, será que isto realmente importa? Bem, eu acho que não.

Contemplemos o homem que nos brindou com canções, riffs e solos incríveis. Com voz ou sem voz, vida longa ao Dave Mustaine!

Deixo, desde já, o meu muito obrigado a todos os leitores e reitero que estou aberto à sugestões para as próximas análises.


Análise Vocal

Deep Purple: Análise técnica da voz de Ian Gillan

Alice In Chains: Análise vocal de Layne Staley

Helloween: Análise vocal de Michael Kiske

Glenn Hughes: Análise vocal do cantor

Metallica: Análise vocal de James Hetfield

Skid Row: Análise vocal de Sebastian Bach

Black Sabbath: Análise vocal de Ozzy Osbourne

AC/DC: Análise vocal de Bon Scott

Pantera: Análise vocal de Phil Anselmo

Rush: Análise vocal de Geddy Lee

Angra: Análise vocal de Fabio Lione

Faith No More: análise vocal de Mike Patton

The Cult: Análise vocal de Ian Astbury

Stone Temple Pilots e Velvet Revolver: Análise vocal de Scott Weiland

Van Halen: Análise vocal de Sammy Hagar

Todas as matérias sobre "Análise Vocal"
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp


publicidadeAdemir Barbosa Silva | Alexandre Faria Abelleira | André Silva Eleutério | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Daniel Rodrigo Landmann | Décio Demonti Rosa | Efrem Maranhao Filho | Euber Fagherazzi | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Filipe Matzembacher | Gabriel Fenili | Henrique Haag Ribacki | José Patrick de Souza | Julian H. D. Rodrigues | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Reginaldo Tozatti | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Vinicius Valter de Lemos | Wendel F. da Silva |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Danilo F. Nascimento

Administrador por casualidade. Músico por instinto. Escritor por devaneio. Fascinado por música, literatura e cinema. Seu primeiro contato com o mundo do rock data de meados dos anos 90, uma época de transição entre o analógico e o digital, e, principalmente, uma época onde a MTV ainda era aprazível e relevante. Idolatra e cultua o legado instituído pela maior banda de todos os tempos, o Queen.
Mais matérias de Danilo F. Nascimento.