Led Zeppelin: Análise vocal de Robert Plant
Por Danilo F. Nascimento
Enviar Correções
Robert Anthony Plant, mais conhecido como Robert Plant, é, frequentemente, considerado um dos melhores vocalistas da história do rock.

Plant começou a cantar aos 10 anos de idade, influenciado, principalmente, por Elvis Presley e Willie Dixon.
Aos 16 anos, Plant resolveu sair de casa, e passou a pular de galho em galho, passando por diversos grupos de underground da época.
Plant desenvolveu uma grande paixão pelo blues, em especial por Bukka White, Robert Johnson, Skip James, Jerry Miller e Sleepy John Estes.Plant passou a cantar nas bandas de blues rock King Snakes e Band of Joy, onde, eventualmente, conheceu o enigmático baterista John Bonham.
Em 1968, Jimmy Page estava procurando um vocalista para o seu novo grupo, o The Yardbirds, e ao encontrar Plant no colégio, ficou impressionado e, também, intrigado:
"Quando fiz o teste com Plant e o ouvir cantar, eu imediatamente pensei que devia haver algum problema com a personalidade dele, ele devia ser insuportável, por isso sempre saia de suas bandas. Foi isto que eu pensei, pois era inacreditável que um cantor deste nível ainda não tivesse se tornado um cantor profissional, um grande nome da música. Como Plant não tinha residência fixa, o convidei para passar uma temporada na minha casa, para analisar a sua personalidade, e não é que nos demos muito bem?"
The Yardbirds acabaram tornado-se o Led Zeppelin, e o resto da história, todo mundo conhece.
Plant possuía um estilo ímpar e bastante particular de cantar, cantava com o coração, influenciado por seus cantores de blues favoritos, e imprimindo a sua própria personalidade e interpretação em suas canções, o que o tornou a voz definitiva do hard rock e heavy metal.
Plant possuía uma gama vocal alta, e tessitura e extensão privilegiadas.
Não há quaisquer registros que comprove se Plant teve, ou não, treinamento vocal com algum professor ao longo dos anos, ele nunca tocou, neste assunto, especificamente.
Entretanto, Plant concedeu uma entrevista para VH1 em 2011, onde falou, superficialmente, sobre o assunto.
"Cantar é como tocar uma guitarra, quanto mais você toca, mais você se torna habilidoso, mais seus dedos se movem mais rapidamente e todo esse tipo de coisa. Minha voz mudou, mas, ocasionalmente, eu ainda posso atingir tons e notas mais altas em canções específicas, mas é claro que não dá pra fazer isto o tempo todo, não sou mais um garotinho [risos]".
A princípio, Plant não passou pelas mãos de treinadores vocais, e em 1973, durante uma turnê realizada nos Estados Unidos, danificou seriamente suas cordas vocais.
Após o ocorrido, Plant passou por um procedimento cirúrgico para reparar este problema, mas não deu maiores detalhes sobre ele.
Desde então, a sua voz nunca mais foi a mesma, ela tornou-se mais áspera e grave, e os seus falsetes já não soavam tão claros e limpos como em outrora.
A partir de meados/final dos anos 70, Plant passou a privilegiar a região dos médios e graves, e os seus agudos e falsetes de "sino" e de faringe, apareciam em gravações de estúdio e ocasionalmente ao vivo.
E esta característica está acentuada em seus trabalhos solos, bem como pode ser aferida em suas apresentações ao vivo ocorridas desde os anos 80.
Técnicas utilizadas por Robert Plant:
Execução de notas agudas em voz mista, ora com predominância de TA (belting pleno), ora com sinergia de TA e CT (mixed voice), na maioria das vezes com abaixamento do palato mole (voz nasalada e estridente), com drive laríngeo (constrição das paredes laríngeas*) e dinâmica entre entre músculos tireoaritenóideos e crocotireóideos em termos de aduções simples (yodel enquanto parte estrutural do desenho melódico, ora realizado na entrada de frases, ora realizado no meio de frases, e ora no fim das frases).
Conceitos e termos acima são de cortesia do treinador vocal Ariel Coelho. Para mais informações:
http://www.arielcoelho.com.br/analises-vocais/
Características vocais de Robert Plant:
Timbre: Tenor
Alcance: E2-C♯6
Notas altas significativas:
C♯6 ("You Shook Me" live in Florida 1969)
B5 ("Since I've Been Loving You" live, "You Shook Me" live 1969)
B♭5 ("How Many More Times" live at Gonzaga University 1968, Since I've Been Loving You" live at the Forum 1972, "Since I've Been Loving You" live at Madison Square Garden 1973)
A5 ("Black Dog", "I Can't Quit You" live in Florida 1969, "Whole Lotta Love" live How the West Was Won 1972)
G♯5 ("I Can't Quit You", "You Shook Me", "How Many More Times" live at Gonzaga University 1968, "I'm Gonna Crawl", "How Many More Times" live in Boston 1969, "Whole Lotta Love" live in Belfast 1971)
G5 ("As Long As I Have You" live in Washington 1968, "Communication Breakdown", "Dazed and Confused", "Four Sticks", "How Many More Times" live at Gonzaga University 1968, "How Many More Times" live 1969, "How Many More Times" live in New York 1969, "Operator", "Since I've Been Loving You", "Trampled Under Foot" live in Cleveland 1977, "Whole Lotta Love", "Whole Lotta Love" live in Montreaux 1971)
F♯5 ("Babe I'm Gonna Leave You", "Communication Breakdown", "Hurting Kind", "Immigrant Song" live in Ireland 1971, "Misty Mountain Hop")
F5 ("Black Dog" live in Montreal 1975, "Communication Breakdown", "How Many More Times", "Night Flight", "No Quarter", "Hats Off To (Roy) Harper" outtake, "The Ocean")
E5 ("Black Dog", "Babe I'm Gonna Leave You", "Hats Off To (Roy) Harper", "Immigrant Song", "No Quarter", "Rock and Roll", "Stairway to Heaven", "We're Gonna Groove" live at the Royal Albert Hall 1970, "Whole Lotta Love" live in Ireland 1971, "Gallows Pole", "What Is And What Should Never Be")
E♭5 ("Boogie With Stu", "No Quarter", "Battle of Evermore", "Friends", "Bron-Y-Aur Stomp")
D5 ("Celebration Day", "Gallows Pole", "Out on the Tiles", "Since I've Been Loving You", "The Rain Song", "The Ocean", "Over The Hills and Far Away", "What Is And What Should Never Be" live HTWWW, "That's The Way" live HTWWW, "Bron-Y-Aur Stomp")
C5 ("Battle Of Evermore", "Custard Pie", "Going To California", "Heartbreaker", "In The Light", "Kashmir" live 2007, "Rock And Roll", "Stairway To Heaven", "The Lemon Song")
B4 ("Dazed and Confused", "D'yer Maker", "Ramble On", "The Crunge", "What Is And What Should Never Be", "Whole Lotta Love", "Your Time Is Gonna Come")
Notas baixas significativas:
E2 ("Calling to You")
G2 ("Going to California" live in Mexico City 2012, "Love Me" live 1973)
G♯2 ("Calling to You")
A2 ("Going to California", "The Enchanter", "The Ocean")
B2 ("Silver Rider", "What Is And What Should Never Be")
C3 ("The Only Sound That Matters", "Since I've Been Loving You", "Babe I'm Gonna Leave You" live 1969)
C♯3 ("That's the Way")
D3 ("Thank You", "Bring It On Home", "Heaven Knows", "Going To California", "Kashmir", "Tangerine", "Battle of Evermore")
E♭3 ("Since I've Been Loving You")
E3 ("Satan Your Kingdom Must Come Down", "That's the Way")
Legado de Robert Plant:
- Robert Plant influenciou, praticamente, todos os cantores de rock que vieram depois dele. Entre os principais cantores influenciados estão Axl Rose, Steven Tyler, Freddie Mercury, Chris Cornell, Sammy Hagar, Jeff Buckley e Jack White.
- Por sua poderosa voz, Plant recebeu o "Knebworth Silver Award Clef" em 1990.
- Em 2006, a revista "Hit Parader" elegeu Plant o melhor vocalista da história do metal.
- Em 2008, o "Planet Rock", elegeu Plant a maior voz do rock em todos os tempos.
- Em 2009, Plant foi nomeado no Commander of the Order of the British Empire, recebendo o "New Year Honours" por sua contribuição à música popular.
- A revista Spin o elegeu como terceiro melhor vocalista de rock de todos os tempos.
- Em 2010, a National Public Radio, elencou Plant entre os 50 melhores vocalistas de rock de todos os tempos.
Análise Vocal
Axl Rose
Afinal de contas, o que houve com sua voz?
Freddie Mercury
Características vocais do cantor
Aerosmith
Curiosidades sobre a voz de Steven Tyler
Ronnie James Dio
Analisando a sua poderosa voz
Bruce Dickinson
Curiosidades sobre a voz por trás do Iron Maiden
Deep Purple
Análise técnica da voz de Ian Gillan
Guns N' Roses
Análise vocal de Axl Rose
Whitesnake
Análise vocal de David Coverdale
Judas Priest
Análise vocal de Rob Halford
Kiss
Análise vocal de Paul Stanley
Alice In Chains
Análise vocal de Layne Staley
Helloween
Análise vocal de Michael Kiske
Glenn Hughes
Análise vocal do cantor
Metallica
Análise vocal de James Hetfield
Skid Row
Análise vocal de Sebastian Bach
Black Sabbath
Análise vocal de Ozzy Osbourne
AC/DC
Análise vocal de Bon Scott
Dream Theater
Análise vocal de James LaBrie
Scorpions
Análise vocal de Klaus Meine
Pantera
Análise vocal de Phil Anselmo
Rush
Análise vocal de Geddy Lee
Megadeth
Análise vocal de Dave Mustaine
Bon Jovi
Análise vocal de Jon Bongiovi
Angra
Análise vocal de Fabio Lione
Faith No More: análise vocal de Mike Patton
The Cult: Análise vocal de Ian Astbury
Stone Temple Pilots e Velvet Revolver: Análise vocal de Scott Weiland
Van Halen
Análise vocal de Sammy Hagar
Alter Bridge
Análise vocal de Myles Kennedy