Bon Jovi: Análise vocal de Jon Bongiovi
Por Danilo F. Nascimento
Postado em 02 de dezembro de 2014
Jon Francis Bongiovi, popularmente conhecido como Jon Bon Jovi, nasceu 02 de março de 1962, em Perth Amboy (New Jersey - USA). É compositor, vocalista e fundador de um dos grupos mais rentáveis do show business, o Bon Jovi.

O contato inicial de Jon com a música deu-se muito cedo, quando apaixonou-se pela sonoridade das canções apresentadas pelo britânico Elton Jonh.
Quando criança, Jon passava horas praticando as canções de Elton Jon, tanto no piano, quanto na guitarra, instrumentos que ele aprendeu a tocar precocemente.

Além de Elton Jon, Jon cultuava e idolatrava músicos como Tom Waits, Elvis Costello, Alice Cooper, Steven Tyler, Paul Stanley e Bob Dylan.
Mas foi com a audição do disco Born to Run de Bruce Springsteen, que Jon apaixonou-se, de vez, pela música e pelo rock n' roll.
O jovem estava decidido a tornar-se um astro do rock, e no início da adolescência, formou a sua primeira banda, a Raze.
Para custear os ensaios de sua banda, Jon conseguiu um emprego no estúdio de seu primo, Tony Bongiovi, engenheiro de som responsável pela gravação do hit "Pet Sematary" dos Ramones.
O estúdio em questão chamava-se "Power Station Studios", e como o salário de Jon era mínimo, Tony permitia que o jovem utilizasse o estúdio para gravações de sua banda.
O resultado destas gravações podem ser conferidas no vídeo abaixo:
Em seguida, Jon conheceu David Bryan na Sayreville War Memorial High School, e nascia aí o embrião do Bon Jovi, banda que, posteriormente, passaria a contar com os músicos Alec Jon Such, Richie Sambora e Tico Torres.

Embora tenha aprendido a tocar piano e guitarra precocemente, Jon nunca havia estudado técnica vocal formalmente com um professor, e sua voz, no início, soava deliberadamente nasalada.
Mas isto mudou na "Slippery When Wet Tour" realizada em 1987. Até esta turnê, Jon exagerava bruscamente na emissão de drives de constrição laríngea, e estes drives são, tecnicamente, inadequados, pois além de sem produzidos, basicamente, pela garganta, mantém a laringe muito elevada, prejudicando a projeção e impossibilitando o canto por meio da máscara da voz.
Jon tinha um talento nato para o canto e isto pode ser conferido no disco "Slippery When Wet", que mesmo tendo sido gravado sem o auxílio permanente de um treinador vocal específico, apresenta algumas das mais arrebatadoras performances vocais de Jon.


Mas Jon teve sérias dificuldades para encerrar a turnê do disco, e só conseguiu fazê-la com o auxílio de esteroides ilícitos que aliviavam as dores causadas pelos abusos vocais. No final da turnê, ele contratou o treinador vocal Don Lawrence.
A evolução técnica de Jon foi notória, e pode ser conferida nos discos "New Jersey", "Keep The Faith" e "These Days". Os drives de constrição laríngea ainda estavam presentes em algumas canções - isto porque este drive tende a se tornar um vício vocal difícil de ser dizimado por completo - mas já não eram tão recorrentes. Eles passaram a dar espaço para outras técnicas e recursos aprendidos por Jon nas aulas ministradas por Don Lawrence.

Em 1988, Jon estava tão entusiasmado com o trabalho de Lawrence, que passou a indicá-lo para todos os vocalistas de hard rock da cena de Los Angeles. Dentre eles, Sebastian Bach, que também passará a fazer parte do cast de alunos de Lawrence deste então.
Jon melhorou consideravelmente a utilização de sua voz de peito e de cabeça, tendo alcançado um resultado significativo na realização de sua voz mista.
Nota do autor:
Voz de peito -Voz utilizada comumente para falar. Dentro canto, corresponde ao registro mais grave que nossa extensão vocal nos permite alcançar.
Voz de cabeça - Voz utilizada para alcançar as notas mais agudas de nossa extensão vocal. Geralmente, ela é suave e aveludada, mas pode ser encorpada dependendo do grau técnico de cada cantor. Quando tanto a voz de cabeça como a de peito estão bem trabalhadas, forma-se uma espécie de registro central, que tende a unir toda a extensão vocal de um cantor, ou boa parte dela.

Voz mista -Sinergia dos músculos TA (Músculo Tireoaritenoídeo) e CT (Músculo Cricotireóideo), com selamento glótico pleno, resultando acusticamente em notas agudas encorpadas.
Jon também melhorou consideravelmente a sua impostação, articulação e projeção vocal.
Conceitos e termos acima são de cortesia do treinador vocal Ariel Coelho. Para mais informações:
http://www.arielcoelho.com.br/analises-vocais/
Nota do autor:
Impostação - Ampliação das ondas de freqüência por meio dos ressonadores superiores, realizada pela elevação e sustentação do palato mole com auxílio da abertura das narinas.
Articulação - Administração minuciosa da musculatura facial e língua.
Projeção - Projetar a voz, tanto na voz falada, quanto na cantada, para obter um resultado que lhe permita se ouvido em alto, claro e bom som. É possível projetá-la por meio de exercícios simples, como um esboço contínuo de bocejo ou alongamento de pescoço e ombro.
Além disso, Jon desenvolveu alguns outros recursos interessantíssimos como o belting pleno e o half belting.
Nota do autor:
Belting pleno - Voz mista com predominância da musculatura tireoaritenóidea e selamento glótico pleno, resultando acusticamente em notas agudas encorpadas.

Half belting - Voz mista com predominância de músculos cricotireóideos, resultando acusticamente em notas agudas encorpadas quando comparadas à típica voz de cabeça.
E lembram-se dos drives de constrição laríngea citados no início do artigo? Pois é. Como dito anteriormente, eles continuaram a ser utilizados por Jon, em virtude de tratar-se de um vício comum entre os vocalistas de hard rock e heavy metal, mas passaram a ser utilizados em menor escala, dando espaço à outros tipos de drives tecnicamente adequados. São eles:
Drive creaky voice - É um drive de natureza glótica e constitui-se num subtipo do drive fry.


Drives de epiglote - É um drive de natureza estrutural que é produzido pelo abaixamento parcial da cartilagem epiglote em direção ao ádito da laringe, realizado pelo músculo ariepiglótico.
Outro recurso desenvolvido pelo vocalista desde o início de sua carreira, desta vez com a ajuda de músicos e cantores que conhecia no Power Station Studios, era o trinado.
Nota do autor:
Trinado - Vibratos com uma velocidade absurda, ou seja, com uma frequência muito alta, esta técnica se chama trinado, e é comumente encontrada em cantores líricos.
Durante boa parte dos anos 80, a voz de Jon passou por períodos nebulosos, sendo que o vocalista foi vítima de laringite e, por pouco, não desenvolveu nódulos em suas cordas vocais.

Um dos recursos responsáveis por deteriorar, parcialmente, a voz de Jon no anos 80, foram os falsetes. Não eram utilizados em grande escala, mas quando eram, faziam um estardalhaço em sua voz. Ao mesmo tempo que transmitia um efeito bacana para as canções como "Runaway", por exemplo, também faziam com que Jon ficasse ainda mais extenuado.
Nota do autor:
Nota do autor: Falsete - Registro vocal por meio da qual o cantor emite, de modo controlado (não natural, por isso "falso"), sons mais agudos ou mais graves que os da sua faixa de freqüência acústica natural.
A ausência de técnica vocal, aliada à uma extenuante agenda de shows quase abreviaram a carreira de Jon, e o mesmo foi obrigado a procurar um instrutor vocal.

Mas além participar de aulas ministradas por Lawrence, Jon passou a contar com apoio fonoaudiólogo durante as turnês.
Após a turnê do disco These Days, há indícios de que Jon tenha interrompido as aulas com Lawrence, mantendo apenas um quadro de fonoaudiólogos como responsável pela cuidar de sua saúde vocal.
Os longos anos de abusos vocais, principalmente durante as apresentações ao vivo dos anos 80, fizeram com que o vocalista optasse por alterar consideravelmente a sua forma de cantar a partir do disco Crush, de 2000.
Os drives perderam espaço, e o vocalista passou a priorizar as regiões médias, ou seja, as notas mais agudas, gradativamente, passaram a dar espaço para notas médias e graves, salvo algumas exceções.
Jon se viu obrigado a baixar o tom de algumas canções ao vivo, bem como, passou a exagerar na utilização de vibratos laríngeos.
Notas do autor:
Vibratos Laríngeo - É produzido pela correta colocação da laringe, que oscilará somente com a pressão exata de ar que por ela passar, com a laringe em estado de relaxamento. Somente com o decorrer da prática o estudante perceberá a intensidade correta para o desenvolvimento do efeito de tremolo de voz.
Não há nenhum problema em usufruir de vibratos laríngeos, entretanto, muitos cantores utilizam esta técnica como uma válvula de escape para camuflar algumas performances desafinadas.

Geralmente, são utilizados em finais de palavras e/ou frases, e transmitem a sensação de que o cantar está no tom e extremamente afinado, quando na verdade, muitas vezes, está fazendo uso do recurso para camuflar alguma desafinação ocorrida no percurso da canção.
Em muitas oportunidades, este era o caso de Jon. Não há problema algum em usar, é uma técnica que "colore" uma performance vocal. Mas se usado em demasia, pode passar a impressão de que o cantor está "enfeitando" demais. Além disto, desde o final dos anos 90, sua voz tem voltado a se tornar tão nasalada quanto nos anos 70, entretanto, sem a potência vocal daquela época, o que tem prejudicado as performances de algumas canções antigas.


No vídeo a seguir, é possível aferir o alcance vocal de Jon:
0:00 - A primeira canção apresentada é "Save A Prayer", que apresenta fortes nuances e mostram o poder do registo baixo de Jon.
00:16 - A segunda é "Justice in the Barrel", e mostra sólidos G2.
00:38 - Aqui em "Homebound Train", é possível aferir baixos acentuados que giram em torno de G2.

00:44 - Em "House of the rising sun", é possível ouvir G2 na zona de passagem.
01:09 - Registros baixos (G2) em "Gotta have a reason".
01:48 - Sólidos G2 em "Ordinary People".
02:10 - É possível aferir um G2, em algumas passagens de "Tokyo Road".
02:23 - F2 falado em "Livin 'on a Prayer".
02:28 - Em "Lay Your Hands on Me" vemos Jon atingir mais uma vez um G2.
02:49 - G2 "robusto" e f2 em "Keep the Faith".
03:08 - G2 sólido e consideráveis F2 e E2 em "Queen of New Orleans".
04:06 - E2 potente no b-side "Love Is War".
04:19 - Nota menor de Jon com voz cheia, D2, e depois deslizando para G1 na versão demo de "Love Is War".

04:32 - Aqui em "If I Was Your Mother" vemos notas altas, um poderoso C5, tanto nas voz primárias, quando secundárias (backing vocals).
04:47 - Impressionantes C5 em "Born to Be My Baby".
04:51 - Um estrondoso C5 em "Livin 'on a Prayer".
05:11 - C5 com voz de peito em "Bed of Roses".
05:19 - Inúmeros registros com C5 em "Let It Rock".
05:35 - Poderoso C5 no b-side "Let's make it baby"
05:40 - "Damned", com C5s mais contido.
6:02 - Incontáveis alcances em C5 em "Hey god".
06:36 - C5 contido na épica canção "Dry County".
06:44 - C5 em algumas partes de "Keep the Faith".
06:52 - "These Days", com melodia cantada em torno C5.
07:18 - C5s com voz de peito pode ser notada aqui em "Little Bit of Soul".
07:32 - Poderoso C5 na canção dos Beatles, "With a little help from my friends".
07:57 - Outra versão cover de "With a little help from my friends", onde mais uma vez Jon permanece em torno de C5.
8:29 - Poderoso C5 com sua voz de peito em "In These Arms".
08:48 - "Always" com algumas partes em C5.
09:01 - Aqui em "Never Say Die" é a vez de sua voz de cabeça atingir C5, mas de uma forma mas limpa e avuladada, do que atingido com sua voz de peito.
09:19 - Poderoso C5 de peito em "Bang a Drum".
09:29 - Aqui vemos trinados em "I Believe".

09:37 - C5 de peito em "Without Love".
09:43 - Poderoso B4 de peito com trinados até D5 em "Save a Prayer".
10:03 - D5 limpo no coro de "Keep the Faith".
10:12 - "Roulette", com trinados até D5s no refrão.
10:34 - D5s limpo e potente na versão demo de "Always". Curiosamente, a versão de demo de "Always" possui registros bem mais altos e difíceis do que a versão original gravada em estúdio.
11:24 - Trinado rápido e alcance de D5 em "King of the Mountain".
11:30 - "I'll be there for you" com D5 poderoso em alguns falsetes.
11:38 - Versão ao vivo de "I'll Be There for You" com um conjunto de D5s poderosos (falsete).


12:11 - Versão demo de "Livin 'on a Prayer", sustenta por um poderoso E5.
12:29 - "Livin 'on a Prayer" com incríveis E5.
13:01 - E5 em "She don't know me", é possível observar alguns falsetes aqui.
13:15 - D5 com um trinado à E5 da "Tokyo road".
13:30 - Poderoso E5 em "Livin in sin" (falsete).
14:00 - "In and Out of Love", com impressionante sustentação em E5.
14:03 - "Piece of My Heart" com Jon em E5, entretanto, vemos alguns problemas de afinação aqui.
14:13 - "She don't know me", com trinados até F5 durante o fadeout.
14:20 - Trinados em F5s e G5 (Maior nota de Jon com voz cheia) no b-side "Let's make it baby".
14:35 - Trinados até E5s e um poderoso F5 em "Breakout".
14:44 - Falsetes chegando a F5, na versão de "Twist and Shout" dos The Beatles.
14:47 - Variações de G6 em falsete, a canção é "Let's Make It Baby".
14:52 - Mais notas em falsete em "Let's make it baby", desta vez D6.
14:54 - "Let's make it baby" com G6S e nota mais alta de Jon G6.
Agora, é o momento de conferirmos as características vocais de Jon:
Timbre - Baixo-Tenor
Alcance total - A1-G♯6
Notas altas significativas:
G♯6/G6/D6/G♯5/G5 ("Let's Make It Baby")
F♯5 ("Breakout")
F5 ("Let's Make It Baby", "She Don't Know Me", "Twist and Shout" live)
E5 ("Breakout", "Homebound Train", "Living in Sin", "Love Lies", Piece of My Heart" demo, "Runaway")
E♭5 ("I'll Be There for You" live, "Livin' on a Prayer", "Love Lies", "She Don't Know Me", "Tokyo Road")
D5 ("Always" demo, "Does Anybody Really Fall in Love Anymore" demo, "Get Ready", "Hearts Breaking Even", "I Believe", "I'll Be There for You", "In and Out of Love", "Keep the Faith", "King of the Mountain", "Livin' on a Prayer" demo, "Price of Love", "Roulette", "Runaway", "Save a Prayer", "Tokyo Road")
C♯5 ("Always", "Bang a Drum", "Fear", "Good Guys Don't Always Wear White", "I Believe", "In These Arms", "Never Say Die", "Never Say Goodbye", "Someday I'll Be Saturday Night", "With a Little Help from My Friends" live An Evening with Bon Jovi 1992, "Without Love")
C5 ("Always Run to You", "Bed of Roses", "Blame It on the Love of Rock & Roll", "Born to Be My Baby", "Damned", "Dry County", "Hey God", "House of Fire" demo, "If I Was Your Mother", "It's My Life", "Keep the Faith", "Lay Your Hands on Me", "Let's Make It Baby", "Little Bit of Soul", "Let It Rock", "Livin' on a Prayer", "My Guitar Lies Bleeding in My Arms", "Something to Believe in", "These Days", "With a Little Help from My Friends" live)
Curiosamente, algumas das notas mais altas atingidas por Jon encontram-se em canções do início de sua carreira, isto porque ainda contava com o auxílio de Don Lawrence e cantava as canções em tons muito mais altos do que sua gama vocal poderia suportar.
Em suma, boa parte das notas mais altas encontram-se no período entre 1986 e 1989, o que em uma linguagem popular pode ser definido como "o período em que Jon Bon Jovi cantava na raça". Falsetes e drives de constrição laríngea (tecnicamente inadequados) permitiam que Jon alcançasse tons altíssimos, alguns que estavam, inclusive, fora de sua gama vocal. Mas o preço que Jon pagaria seria alto, e hoje ele já não consegue mais cantar nos tons originais estas canções antigas tanto idolatradas pelos fãs.
Notas baixas significativas:
A1/D2/F2 ("Love Is War" demo)
E2 ("Queen of New Orleans")
F♯2 ("House of the Rising Sun" live at the Count Basie Theatre 1995, "Keep the Faith", "Livin' on a Prayer", "Love Is War", "Lay Your Hands on Me", "The More Things Change")
G2 ("Gotta Have a Reason", "Homebound Train", "Keep the Faith", "Love Is War", "Ordinary People", "Tokyo Road")
G♯2 ("House of the Rising Sun" live at the Count Basie Theatre 1995, "Justice in the Barrel", "Love Is War" demo, "Save a Prayer")
Agora, abordarei aquela que, talvez, seja a canção mais conhecida do Bon Jovi. Sim, estou falando de "Living On A Prayer".
Confira alguns dados relevantes no que compete à esta canção:
Extensão usada nessa música: E3 - Eb5 (1 oitava, 5 tons e 1 semitom).
Ela inicia-se com predominância em voz de peito. É possível aferir a emissão de um modesto E3. No refrão a situação muda de figura, com Jon chegando a atingir C5.
No final, Jon chega à um impressionante Eb5, concebido por intermédio de uma voz mista.
A partir dos anos 90, esta canção tornou-se muito difícil para Jon, e a diferença pode ser vista neste vídeo comparativo:
Para alguns, o Bon Jovi perdeu o rumo e transformou-se em uma cobaia do mundo pop, para outros, a banda segue relevante por ainda lotar estádios e vender milhões de cópias de seus discos.
O fato de não contar mais com o excepcional guitarrista Richie Sambora, transformou a banda em uma espécie de projeto solo de Jon, o que não teria problema algum se o vocalista ainda conseguisse dar conta do recado sozinho.
Mas, infelizmente, não é o que ocorre. É possível ver um Jon Bon Jovi perdido, sem direcionamento musical e/ou artístico, além de uma voz cada vez mais cambaleante.
Como se não bastasse a banda ter de baixar o tom de algumas canções para adequá-las a atual fase vocal de Jon, o vocalista compromete significativamente a qualidade da performance da banda ao vivo, apresentando registros cada vez mais irregulares.
Não há problema algum em baixar o tom de algumas canções, afinal de contas, assim como todos nós, Jon Bon Jovi é um ser humano, e em virtude dos abusos vocais do início de carreira, esteve sempre na eminência de comprometer a sua saúde vocal.
O problema é que, mesmo com as canções em tons mais baixos, o vocalista segue irregular, desafinando consideravelmente e usufruindo cada vez mais de vibratos laríngeos para camuflar esta irregularidade, isto sem contar o fato de sua voz estar soando cada vez mais nasal.
É natural que sua voz esteja diferente. A voz humana passa por significativas transformações ao longo de nossa jornada, sendo que a última mudança significativa ocorre entre os 35 e 50 anos.
Mas mesmo com estas mudanças naturais e fisiológicas da voz humana, é possível permanecer cantando em alto nível, caso o vocalista dedique-se e permaneça em treinamento contínuo. Vocalistas como Steven Tyler e Glen Hughes estão aí pra provar esta tese.
No caso específico de Jon Bon Jovi, a impressão passada é de que o vocalista encontra-se em uma zona de conforto, onde não vê mais necessidade de melhorar o seu desempenho vocal, pois sabe que independentemente da derrocada de sua voz, continuará lotando estádios e vendendo milhões de discos (mesmo que estes discos estejam aquém dos álbuns que o vocalista já produziu).
Para o autor que vos escreve, a melhor fase vocal de Jon Bon Jovi pode ser aferida entre os períodos de 1988 e 1995.
E embora o músico esteja nos fornecendo performances aquém do que oferecia neste período, sua banda possuí alguns dos melhores discos da história do hard rock, e este legado não pode e nem deve ser apagado.
Análise Vocal
Deep Purple: Análise técnica da voz de Ian Gillan
Alice In Chains: Análise vocal de Layne Staley
Helloween: Análise vocal de Michael Kiske
Glenn Hughes: Análise vocal do cantor
Metallica: Análise vocal de James Hetfield
Skid Row: Análise vocal de Sebastian Bach
Black Sabbath: Análise vocal de Ozzy Osbourne
AC/DC: Análise vocal de Bon Scott
Pantera: Análise vocal de Phil Anselmo
Rush: Análise vocal de Geddy Lee
Angra: Análise vocal de Fabio Lione
Faith No More: análise vocal de Mike Patton
The Cult: Análise vocal de Ian Astbury
Stone Temple Pilots e Velvet Revolver: Análise vocal de Scott Weiland
Van Halen: Análise vocal de Sammy Hagar
Todas as matérias sobre "Análise Vocal"Siga e receba novidades do Whiplash.Net:
Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps