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Vinícius Neves: O apresentador do Stay Heavy mostra sua coleção

Por Ricardo Seelig
Postado em 04 de maio de 2006

Esta matéria foi publicada muitos anos atrás, está datada, e a coleção hoje deve ser bem diferente. Mas a matéria continua sendo uma curiosa cobertura sobre uma invejável coleção, e por isso a destacamos.

Nesta edição da Collector´s Room batemos um longo e divertido papo com Vinícius Neves, idealizador, apresentador e diretor geral do programa Stay Heavy. Vinícius, que antes de apresentar o programa era um estressado operador da Bolsa de Valores de São Paulo, nos apresentou a sua vasta coleção e nos contou histórias interessantes e divertidíssimas.

Bem Vinícius, antes de tudo muito obrigado por ter aceitado o convite para participar da Collector’s Room. Para começar o nosso bate-papo, gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Salve, salve headbangers!!! Meu nome é Vinicius Neves e sou apresentador, produtor e idealizador do Stay Heavy, que é um programa de televisão totalmente dedicado ao rock e ao heavy metal. Sou formado em Marketing e trabalhei durante sete anos no mercado financeiro, mais especificamente na Bolsa de Valores de São Paulo. Além disso, sou colaborador da revista Roadie Crew, e produtor e diretor de videocliopes. É um enorme prazer poder participar desta seção e espero que vocês curtam bastante esta entrevista!

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Você lembra como foi o seu primeiro contato com a música, e como você descobriu e se apaixonou pelo rock e pelo metal?

Claro que me lembro, esse é o tipo de coisa que não tem como você esquecer. Eu tenho uma teoria de que a pessoa nasce com o rock já correndo nas veias, a partir disto é só você ter um primeiro contato com ele que com certeza você nunca mais vai querer deixar de escutá-lo. Por isso que temos no rock e no metal os fãs mais fiéis do que em qualquer outro estilo musical.

Eu comecei a escutar rock bem cedo, por influência dos meus irmãos mais velhos (são dez anos de diferença) e já por volta dos meus 7 anos de idade, quando vi o Kiss pela primeira vez na TV, eu simplesmente pirei!!! Achei o visual dos caras animal, claro que na época não tinha nem como me identificar com a música, mas ali já deu para sentir que o rock já corria na veia.

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Toda grande coleção tem o que eu chamo de o seu "ponto zero", o seu marco inicial. Aquela hora em que nós, colecionadores, percebemos que somos diferentes dos nossos amigos, que apenas "consomem" música. A dedicação é maior, o investimento é maior, o cuidado com tudo é maior. Quando você percebeu que estava se transformado de um simples fã em um colecionador dedicado de seu estilo favorito?

Eu comecei a perceber isso quando minha mãe começou a me xingar por não ter mais espaço no meu quarto para colocar os CDs!!! (risos)

Brincadeiras à parte, eu comecei como a maioria dos fãs de heavy metal começa uma coleção, ganhando um disco de presente de algum amigo ou parente, e posteriormente fui comprando CDs das bandas com as quais eu mais me identificava. Depois disso comecei a pegar as coleções completas de bandas clássicas como Black Sabath, Metallica, Iron Maiden, e quando percebi já estava com vários CDs e dos mais diversificados estilos. Como sempre gostei muito de música eu apenas uni o útil ao agradável e virei um colecionador desta arte.

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Minha coleção é bem diversificada entre CDs, DVDs, etc, mas eu tenho uma mania em particular que é de comprar edições limitadas, não posso ver esse tipo de coisa que fico louco!!! Por mim teria muito mais coisas deste tipo, mas é que a grana nem sempre ajuda, pois esses artigos sempre são mais caros.

Outra curiosidade é que, por incrível que pareça, não sou colecionador de vinil, não que eu não tenha apreço pelo formato, é apenas por eu não ter como escutá-los, já que a vitrola de casa está pifada!!! (risos) Tenho apenas alguns de séries limitadas e, claro, uns do Testament, que é minha banda preferida, mas é apenas pela coleção.

Quantos álbuns no geral você possui?

Para te dizer a verdade não tenho o número certo de quantos CDs eu possuo, aliás estou precisando fazer uma relação com tudo isso há um bom tempo, e essa entrevista me fez lembrar isso (risos), mas acho que minha coleção já passou da casa dos 2 mil CDs.

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Eu tenho o costume de comprar CDs e posso afirmar que é até uma espécie de terapia, consumista, mas é (risos). Para quem curte música sabe do que estou falando. Não tem nada melhor do que entrar em uma loja e ficar caçando coisas legais, e se isso for feito na Galeria do Rock aqui em São Paulo é pior ainda, pois ai é prejuízo na certa (risos).

O que ajuda também a crescer minha coleção é que tenho a facilidade de receber a maioria dos lançamentos das gravadoras por causa do Stay Heavy, mas mesmo assim posso te afirmar que compro bastante CDs e DVDs (essa última é minha coleção que mais cresce atualmente). Isso também é uma característica de quem curte rock e heavy metal, pois apesar de toda crise que a indústria fonográfica vive neste momento devido a uma série de fatores (pirataria, MP3, preços, etc) nós, fãs de heavy metal, ainda compramos os discos, DVDs, pois queremos ter o encarte, a mídia prensada, enfim, nós gostamos de apreciar a música no contexto geral.

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Vinícius, você sabe dizer de quais bandas você possui mais material?

Tenho CDs somente de rock e heavy metal na minha coleção, dos mais variados estilos, até porque trabalho nisso e estou sempre tentando me atualizar, porém não vou negar que o estilo que eu tenho mais CDs é de thrash metal, que é o que eu mais curto dentro do metal. Tenho as coleções completas de bandas do estilo como Testament, Slayer, Metallica, Anthrax, Kreator, Exodus, Destruction, Sepultura, Death Angel, Machine Head, etc. Tenho bastante coisa também de metal tradicional e hard rock, inclusive são os estilos que atualmente estou caçando mais coisas.

Eu acho legal você curtir um determinado estilo dentro da música, até porque sempre "prego" no Stay Heavy que cada um deve escutar o que gosta e não o que os outros acham que você deve gostar, afinal cada um é cada um, mas nunca podemos fechar as portas para escutar outros estilos dentro do próprio heavy metal/rock, e isso acontece muito dentro da nossa cena. Vejo muita gente criticar determinada banda ou estilo sem ao menos ter escutado uma vez. Na minha opinião, quanto mais você escutar os mais variados estilos de música, mais competente você é para discutir ou até mesmo criticar qualquer assunto relacionado ao mesmo.

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Todos nós sabemos que o metal é, sem dúvida, o estilo mais apaixonante que existe. Conta pra gente como foi a sua trajetória dentro do heavy metal.

Como citei no início da entrevista, a primeira banda que me chamou atenção dentro do metal foi o Kiss, eu literalmente pirei com tudo aquilo, me lembro que por volta de 86, 87, não me recordo ao certo, meu irmão tinha acabado de comprar uma filmadora e uma das primeiras coisas que ele fez foi uma espécie de "clipe" comigo, eu pintado de Gene Simmons e com a música do Kiss rolando de fundo. Eu devia ter uns 7 ou 8 anos. Infelizmente esse vídeo se perdeu, pois seria legal demais passar isso até no Stay Heavy, seria muito engraçado!!!

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Depois do Kiss veio o Whitesnake, outra banda que meus irmãos ouviam muito e que na época estava muito em evidência, e que adoro até hoje. Mais tarde, quando comecei a ter uma opinião mais formada, teve algumas bandas que eu pirava que posso dizer que me levaram para o lado mais "pesado" do metal, como o Sepultura, o Metallica e, posteriormente, o White Zombie, grupos que faziam um som mais pesado e agressivo. E, naturalmente, fui descobrindo os caminhos, chegando aos maravilhosos clássicos Iron Maiden, Black Sabath, Judas Priest e Deep Purple, mas não posso deixar de citar bandas que também me influenciaram muito nesta trajetória da minha iniciação dentro do metal, que são o Testament, Anthrax, Van Halen, Slayer e AC/DC.

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Além dos CDs, vinis e DVDs, quais outros materiais você coleciona?

Cara, posso te dizer que sou um colecionador de heavy metal em todos os sentidos (risos)!!! Como te falei tenho uma particularidade de gostar de colecionar box, séries limitadas, e é uma pena que nosso dinheiro também seja limitado (risos)! Outra coisa que eu coleciono que é relacionado à música são os bonecos de bandas. Tenho alguns e é uma coleção que quero expandir.

Comecei também recentemente a guardar as credenciais de shows e ingressos, mas isso faz pouco tempo, é uma pena pois joguei fora muita coisa legal (não façam isso!).

Eu também tenho guardado na minha coleção um item que muitos que estiverem lendo esta entrevista devem ter, que é o óculos 3D que foi dado no show do Kiss na última passagem deles aqui no Brasil em 99 (senão me engano), na turnê do "Psycho Circus", e que foi uma coisa revolucionária e que marcou muito. Me recordo também que a abertura deste show foi dos alemães do Rammstein, e que na época quase ninguém conhecia eles por aqui.

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Vamos voltar um pouco no tempo então: qual foi o primeiro álbum que você comprou, e porque?

O primeiro CD que eu realmente comprei com meu próprio dinheiro, sem depender de ninguém, foi o "Revenge" do Kiss, de 92. Mas, para ser sincero, não me recordo bem da história deste disco mas ele foi um marco dentro da minha coleção, e a justificativa para compra foi que o Kiss, como citei anteriormente, foi a primeira banda que me despertou a veia do rock, portanto tinha que ser deles meu primeiro disco.

Mas teve vários outros discos que se tornaram cultuados posteriormente que eu tive a sorte de comprar na época em que foram lançados, e é muito legal lembrar disso. Inclusive tem um disco que me lembro bem, comprei logo que saiu, que foi o "Roots" (96) do Sepultura. Me recordo que eu fui comprar no dia em que saiu nas lojas e estava super ansioso para escutá-lo. Na época o Sepultura era uma das maiores banda do mundo, e como eu adorava o "Arise" e o "Chaos A.D." (os anteriores da banda), eu estava louco para ouvir o sucessor. Corri para casa para ouvir, não sei como esse CD não furou de tanto que eu escutei ele (risos)!!! Acho que muitos já devem ter passado por essa situação de ansiedade por um disco da banda que curte, o problema é quando esperamos tanto por um lançamento e nos decepcionamos.

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Qual o item que você considera o mais raro da sua coleção?

Não tenho um item mais raro específico na minha opinião, tenho alguns que chamam mais atenção pelo fato de serem itens numerados e limitados. Vou citar algumas coisas que eu acho legal para vocês.

Tenho uma edição limitada do Venom de mil cópias numeradas que é um box triplo com raridades da banda. Também tem um box bem legal do AC/DC que contem até abridor de garrafa com o logo da banda, um box do Led Zeppelin que contem 4 discos e um livreto com várias páginas, o box do Slayer que tem 3 discos, 1 DVD e um disco que a embalagem é com sangue dentro, além de uma bandeira e credencial da banda. Também tenho box de grupos como Death Angel, Ozzy, Iron Maiden, Metallica (tenho os 2 versões, um de VHS e um com DVD), Angra, Alice Cooper entre outros...

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O último destes box que eu comprei foi um série especial do último disco do Nile, que vem em uma lata limitada toda customizada, e tive a sorte de comprar uma delas na última vez em que estive na Alemanha. Na realidade nem abri esse box ainda, tenho dó de fazer isso, coisa de colecionador, dá para acreditar? (risos)

Tem também os CDs autografados, e tenho alguns bem legais dentro da minha coleção, mas dou destaque, pela raridade, para o primeiro EP do Hirax autografado pela formação original da banda.

Outros itens que chamam atenção na coleção são os picture discs, que são edições limitadas em vinil com a ilustração do CD que está sendo lançado. Tenho alguns desses que na sua maioria são limitados e de poucas cópias, mas eles são mais decorativos.

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Qual foi o maior número de álbuns que você comprou de uma única vez?

Uma vez fiz uma loucura e comprei diversos CDs de uma vez só, vou contar essa história para vocês. Na época eu trabalhava na Bolsa de Valores e havia uma distribuidora perto do pregão (local de negociação da Bovespa), e um dia eu e meu irmão resolvemos sair mais cedo para ir lá ver como funcionava para comprar CDs, afinal a venda era feita somente para lojistas. Como não éramos, foi imposta a nós uma condição para comprarmos lá para poder obter o preço de lojista (muito inferior ao de uma loja convencional) que era de comprar a quantidade mínima de cinquenta peças (entre CDs e DVDs).

Lembro-me deste dia e até fico triste com o prejuízo que tive, eu sozinho passei da cota, o problema foi na hora de pagar... (risos) Empolguei-me, pois havia tudo que eu queria e com um preço extremamente acessível, e na hora você acaba nem pensando de forma racional e é levado pelo lado emocional, ainda bem que havia formas especiais de pagamento... (risos) Loucura total!!!

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Quantos álbuns em média você compra por mês?

Não tenho um número fixo, pois como citei anteriormente geralmente eu recebo os lançamentos das gravadoras. Eu compro realmente o que eu quero, mas hoje estou bem mais contido, só quando vou à Galeria do Rock que não tem jeito de sair de lá sem nada!!! (risos)

Qual o item que você tem mais ciúmes, aquele CD que você tem um carinho especial e não venderia de jeito nenhum?

Atualmente sou bem ciumento com minha coleção no geral. Antes eu emprestava para amigos, mas sempre não devolviam ou os itens voltavam com alguma coisa neles. Acho que todos nós já passamos por isso. Perdi muita coisa legal desta forma. Hoje em dia sou bem chato com relação a minha coleção, não empresto, não vendo e não dou!!! (risos)

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Entre todos os itens que você possui, quais foram os que deram mais trabalho para conseguir?

Os boxes limitados sempre dão dor de cabeça para conseguir, por dois motivos: o primeiro é por causa da grana mesmo, pois geralmente esse tipo de item é mais caro e não é sempre que você tem dinheiro para comprá-los, e quando aparecem pode ser uma dessas horas que você está sem dinheiro e perde a oportunidade. E pelo fato de ser limitado pode demorar até anos para você ver algum desses novamente. O segundo é que eles são geralmente importados, portanto você tem que ficar ligado assim que sair e pedir com antecedência, pois você tem que imaginar que além de você vai ter mais um monte fãs pelo mundo todo querendo também. Às vezes além do dinheiro é preciso ter sorte para obter um desses.

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Entre todos meus itens acho que o que mais me deu medo de não conseguir foi o box do Slayer, pois logo que saiu não tive condições de comprar e pensava que iria ficar sem. O Slayer é uma das minhas bandas de coração e estava ficando preocupado, mas no fim deu tudo certo e consegui ter um.

Tenho também um item que me arrependo muito de ter vendido e que nunca mais vi para vender que é aquela cabeça do Eddie que piscava os olhos, que vêm com toda a discografia do Iron Maiden e mais alguns bônus. Eu vendi a minha para um amigo e me arrependo até hoje disso, pois nunca mais consegui uma dessas.

Mesmo com todos os CDs que você tem, com certeza ainda existem alguns álbuns que você procura, procura, mas mesmo assim faltam na sua coleção, certo? Que discos são estes?

Claro que tem, na realidade são vários, pois um bom colecionador sempre está caçando algo legal. Além da cabeça do Eddie que citei anteriormente também têm diversos discos de bandas mais antigas de heavy metal dos anos oitenta que só existiam em vinil e que agora estão saindo em CD, como H-Bomb, Ripper, Sortilege, entre outras raridades.

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Também gosto bastante de caçar bandas novas e foi assim que descobri há alguns anos atrás grupos que eu curto bastante hoje em dia, como Shadows Fall e Killswitch Engage. O bom colecionador sempre está procurando algo!!! (risos)

Você possui algum lugar específico para guardar a sua coleção? E, além disso, tem alguma dica de como conservar todos estes itens?

Xiiiii, tomara que ninguém aqui em casa veja esta pergunta!!! Minha coleção está toda no meu quarto, mas infelizmente tenho que admitir que ela está uma zona (risos). Tem CD para tudo quanto é lado... Recentemente comprei umas prateleiras para colocar os DVDs, pois não tinha mais onde colocar. Tenho muita coisa exposta, mas também tenho muita coisa em caixas esperando por um lugar ao sol... (risos).

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A dica que eu tenho sobre conservação é mais específica sobre a mídia mesmo, o CD em si, que é sempre bom estar limpo quando for ouvir, e também sempre dar uma geral no aparelho em que você vai escutar, pois muitas vezes é o próprio aparelho que estraga o CD.

Eu queria que você fizesse agora um top#5 com os itens da sua coleção que você mais curte.

Nossa, pergunta foda essa, mas vamos lá:

- O box do Slayer, pela dificuldade da sua compra e pelo fato de ser o Slayer ;

- Toda a minha coleção do Testament (CDs, DVDs, bandeiras, etc), que é uma das minhas bandas de coração ;

- O box AC/DC ;

- Os bonecos de bandas ;

- E uma pele de bateria dada pelo Mike Terrana, baterista do Rage, quando eles tocaram no Stay Heavy, e que está com uma dedicatória para o programa, que sem dúvida é uma coisa que engrandece e incentiva a continuar com esse trabalho na televisão em prol do heavy metal.

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Vinícius, quais são, para você, os dez melhores álbuns de todos os tempos?

Mais uma pergunta casca grossa, mas vamos lá (risos)!!! Não vou colocar em uma ordem específica, pois todos esses títulos abaixo têm seu valor e importância dentro do metal para sua respectiva época:

Slayer - Reign In Blood
Judas Priest - British Steel
Black Sabath - Paranoid
Testament - The Gathering
Testament - The New Order
Metallica - Kill 'Em All
Metallica - Master Of Pupets
Iron Maiden - The Number Of The Beast
Sepultura - Chaos A.D.
Anthrax - Among The Living
Pantera - Cowboys From Hell

Na realidade coloquei onze, pois fiz uma lista enorme e fui por eliminação dos discos que mais gostava, mas não consegui tirar nenhum destes acima... foi mal!!! (risos) E ainda estou pensando se deixei os melhores!!! (risos) Essa pergunta realmente é complicada, pois existem muitos discos bons de bandas maravilhosas e é ingrato escolher somente alguns,. Faltou um monte de coisas maravilhosas de bandas como Whitesnake, Deep Purple, Kiss, Rush, Van Halen, Angel Dust, Kreator, Exodus, AC/DC, Motorhead, Iced Eath, Nevermore, Megadeth, Sentenced, que poderiam ter seus discos na minha lista dos dez mais sem alterar a qualidade.

Que grupos você tem ouvido ultimamente, e quais tem chamado a sua atenção?

Como citei anteriormente estou sempre caçando coisas novas, e até pelo fato de trabalhar com isso se torna obrigatório sempre estar se atualizando. Descobri muitas bandas legais nesses últimos tempos e de grande qualidade, como o Shadows Fall que é minha banda preferida desta nova geração. Tem também o Killswitch Engage, o Lamb of God (para quem curte thrash metal essa banda é animal!), o Carnal Forge, e também gosto bastante do trabalho do Soilwork, que é uma banda muito boa no palco.

A última banda que descobri e que me chamou muita atenção, e acho realmente muito boa é o Trivium, e tem uma curiosidade sobre essa banda: recentemente, em uma entrevista do Bruce Dickinson para a Roadie Crew ele cita esse grupo como um dos melhores desta nova geração, então acho que estou no caminho certo! (risos)

Já com relação a lançamentos das bandas mais "antigas", um disco que tenho escutado muito é o último do Nevermore, que é muito bom e que conta com a produção do Andy Sneap, o qual sou fã do trabalho.

Certamente, no meio de todo estes milhares de itens, devem existir alguns que você olha e pensa "nossa, porque eu comprei este disco?". Então, vamos lá: qual é o item mais estranho da sua coleção, e também que álbuns as pessoas ficariam surpresas em saber que você possui?

Minha coleção é toda voltada para o rock e para o heavy metal, portanto é meio difícil você achar algo que se espante muito, isso na minha opinião! (risos)

Mas na maioria das vezes que alguém comenta algo sobre algum título que nunca imaginaria que eu teria é quando acham um CD de bandas como Poison ou do Bon Jovi, até pelo fato da galera saber que curto um som mais pesado. É engraçado quando isso ocorre e geralmente tenho que agüentar a zoeira por um bom tempo.

O rock já está aí há mais de cinquenta anos, e passou por diversas fases neste tempo todo. Sendo assim, eu gostaria que você indicasse aos nossos leitores os álbuns que você recomenda das décadas de sessenta até hoje.

Outra tarefa difícil, pelo fato de muitos clássicos terem sidos lançados na mesma época, mas aí vai minha indicação para galera:

Anos 60: Beatles – White Album
Anos 70: Black Sabbath – Paranoid
Anos 80: Metallica - Kill 'Em All
Anos 90: Testament - The Gathering
Anos 00: Nevermore - Dead Heart In A Dead World

Todos discos maravilhosos, mas que é ingrato escolher um só...

Você, ao lado da Cíntia Diniz, tem levado o metal a um número cada vez maior de pessoas através do Stay Heavy. O programa vem fechando vários contratos de exibição em todo o Brasil, e isto é, sem dúvida, ótimo para toda a cena. Conta pra gente como pintou a oportunidade de fazer o programa, como é esta experiência para você e quais são os planos para o Stay Heavy daqui pra frente.

O Stay Heavy surgiu meio por acaso nas nossas vidas, apesar de nós estarmos ligados ao heavy metal desde crianças (até mesmo antes de nos conhecermos nós já ouvíamos e vivíamos no meio - para você ter uma idéia a Cíntia foi em um show do Deep Purple com apenas 9 anos de idade e posso afirmar que ela já assistiu mais shows de heavy metal pelo mundo do que podemos imaginar).

Até uns anos atrás eu trabalhava como operador da Bolsa de Valores de São Paulo. Eu era um daqueles malucos que apareciam na TV durante o Jornal Nacional. Talvez tenha começado aí minha ligação com a TV (risos). Mas brincadeiras a parte, um amigo me convidou para conhecer uma TV que estava começando e tinha um conceito novo de comunicação, que era a AllTV. Chegando lá achei tudo aquilo muito legal e inovador, e neste mesmo dia me veio um estalo: "porque de ter um programa de TV dedicado ao heavy metal?" Na época não existia ninguém fazendo nada pelo metal na televisão, e como eu já estava meio de saco cheio da Bovespa, pois só perdia dinheiro lá (risos), resolvi mudar radicalmente e propuz a idéia do Stay Heavy para a emissora, que relutou em um primeiro instante mas depois topou a idéia.

Até aí maravilhoso, eu tinha conseguido um espaço para divulgar a música que eu tanto curtia, só que havia um problema: eu nunca havia trabalhado em TV anteriormente. Mas mesmo assim criei o conceito e todo programa sozinho, pedi posteriormente conselhos para alguns amigos que trabalhavam em TV para ver se não estava fazendo merda, mas eles acharam muito legal a idéia do programa. Depois chamei a Cíntia para apresentar comigo e me ajudar no projeto todo com idéias, e isso aconteceu naturalmente por vários motivos, pois além dela viver no meio desde criança e do nosso relacionamento pessoal (namoramos há nove anos... o meu sogro ainda me mata... hahaha), imaginei que seria muito legal ter uma mulher apresentando um programa de heavy metal, mas uma que soubesse falar sobre o assunto e não essas apresentadoras que estamos acostumados a ver normalmente na TV, que são robôs leitores de telepronter. Acho que essa parceria se deu muito bem.

É muito complicado manter um programa independente de televisão feito de forma profissional, as pessoas nem imaginam como é complicado, ainda mais se tratando de heavy metal na TV, pois você esbarra numa série de coisas que todos nós estamos infelizmente acostumados a ver, como preconceito, falta de recursos, etc, mas acho que o Stay Heavy aos poucos vêm desbravando algumas fronteiras dentro da televisão.

Se você for analisar o programa existe há quase três anos e começamos praticamente do zero, em uma web TV que ninguém conhecia e de forma totalmente independente e despretensiosa, e hoje a situação do programa é totalmente outra. Conseguimos grandes feitos nesse últimos tempos com o Stay Heavy, como o ingresso em uma rede de TV de sinal aberto, que foi a rede NGT, que é canal 48 UHF na região metropolitana de São Paulo, 26 UHF na região metropolitana do Rio de Janeiro e parabólica para todo Brasil, e que está crescendo cada vez mais e já conta com mais uma série de cidades por todo o país também em sinal aberto. A rede NGT, que nos acolheu e acredita muito no potencial do programa e do heavy metal, é muito bom ver que uma emissora deste porte acredita no metal.

Também recentemete fechamos um grande acordo, e talvez o de maior expressão até hoje para o Stay Heavy - e talvez até para o metal dentro da TV nos últimos tempos - que foi o acordo com a Rede TV para exibição no sul do país, nos estados do Paraná e Santa Catarina, que é uma conquista enorme e que foi muito complicada de conseguir. Quem sabe não seja uma grande porta que está se abrindo para nosso estilo na televisão? Fora outras quatorze retransmissoras que nos transmitem por todo Brasil.

Outra conquista que não posso deixar de citar é o portal na maior operadora de celular do Brasil, a Vivo, com mais de 31 milhões de assinantes, onde o Stay Heavy tem um portal onde as pessoas podem baixar trechos de vídeos do programa e de clipes de bandas de metal. É outra grande vitória para nós.

E também nossa parceria com a Roadie Crew, onde temos agora uma pagina todo mês que conta não só os bastidores do Stay Heavy, mas como de toda cena, aquelas coisas que só nós da imprensa vemos e que agora contamos para todo mundo (risos).

Nossos objetivos futuros são crescer cada vez mais e levar o heavy metal ao maior patamar possível, e ter orgulho de dizer que nunca nos vendemos ou mudamos nossa conduta, e que fazemos isso porque somos simplesmente fãs deste estilo tão maravilhoso!!!

Um grande número de fãs de música pesada ainda alimentam um inacreditável preconceito quando se fala de heavy metal e televisão. Para estas pessoas, isso é sinônimo de grupos vendidos ou puramente "comerciais", ou, em um outro extremo, de programas que não entendem o seu público, tratando o heavy metal de uma forma totalmente estereotipada, como é o caso do "Total Massacration". Na minha opinião uma idiotice, sem dúvida alguma, já que já que há anos o clip de popularizou como uma das mais eficazes formas de divulgação do trabalho de uma banda. Para você, qual a importância de um programa como o "Stay Heavy" neste contexto todo?

Cara, esse lance de falar que isso ou aquilo é comercial é uma grande idiotice, e vou explicar o porque: TODA banda que lança um CD ou um DVD ou um K7 ou seja lá o que for, para vender, pode se considerar uma banda comercial, afinal ela está vendendo seu produto para alguém. Portanto, todo som que é lançado com alguma finalidade é comercial, independente da vertente que esse som pertença. A maioria das bandas quando lançam um disco visam o sucesso, o dinheiro, a fama, a evidência, e quando isso ocorre não quer dizer que a banda se tornou vendida ou comercial, isso é muito relativo. Às vezes as pessoas esquecem que fazer música também é um trabalho, que poder ser rentavél ou não, mas isso é outra história.

Um exemplo bem claro da confusão que ocorre quando uma banda fica em evidência é o que aconteceu recentemete com o Nightwish. O grupo, que já tinha anos de estrada, teve sua maior evidência recentemete por ocorrência de uma série de fatores de mercado (surgimento do Evanescence, vocais femininos em moda, uma vocalista bonita,...), e não porque a banda se vendeu ou mudou sua musicalidade para isso ocorrer. Se não tivessem acontecido esses fatores de mercado o Nightwish poderia ter lançado o mesmo disco que estourou e nada teria ocorrido, mesmo tendo toda competência para ter estourado do mesmo jeito. Muitos devem até lembrar de algumas coisas que aconteceram na época, com muita gente leiga no assunto (modistas, paraquedistas ou seja lá o que for...) achando que o Nightwish havia surgido por causa do Evanescence, o que era um absurdo para nós que conhecíamos o histórico da banda, pois quando a Amy Lee estava nas fraldas o Nightwish já estava na estrada... (risos)

Isso é uma prova clara que na música às vezes é preciso ter sorte e estar no lugar certo e com as pessoas certas, infelizmente, e não ter somente talento.

O que podemos discutir, aí sim, é a postura de uma determinada banda com relação a mudança de direcionamento musical para poder vender mais discos por influência de gravadoras e empresários, e se confunde muito isso dentro do metal. O Metallica é um caso que se encaixa neste conceito, mas até nisso existem dois lados, mas isso é uma questão bem complexa, deixa para outra entrevista... (risos).

O fato de uma banda gravar um videoclipe para ser exibido na televisão não quer dizer que ela é mais ou menos comercial, ou que visa isso para seu som, é somente mais um meio de divulgação do trabalho, e hoje no metal a maioria das bandas faz isso e de maneira muito inteligente.

Hoje em dia, com o surgimento de milhares de bandas por todo mundo, muitas vezes um videoclipe bem produzido pode fazer a diferença a favor da banda. Tenho visto muitos grupos que, antes mesmo de gravar o primeiro CD, já se preocupam com o videoclipe, afinal o vídeo não deixa de ser a imagem que a banda quer passar.

Eu já fiz produção e direção geral de alguns clipes, e o mais recente que fiz e que deu uma ótima repercussão, até mesmo pela sua qualidade de produção, foi da banda de death metal Ungodly, pois foi gravado todo em película de cinema, com uma qualidade altissíma e que levou o grupo, antes mesmo de ter seu primeiro disco lançado, a ir para a Europa negociar um contrato, isso somente com um clipe nas mãos. Por isso acho muito importante o videoclipe para banda.

Quanto ao programa, vejo o Stay Heavy como uma via de comunicação especializado em heavy metal na televisão, e é uma boa oportunidade para as bandas do estilo exibirem seus trabalhos através dos clipes. Eu inclusive conheci muita banda boa através deles.

Hoje, dentro do heavy metal, o videoclipe se tornou uma grande arma de divulgação em massa (TV, internet e até no próprio disco). Infelizmente para nós, aqui no Brasil não temos tanto a oportunidade de ver esses trabalhos, pois não temos muitos espaços na televisão, e nós do Stay Heavy sabemos da nossa resposabilidade com relação a isso.

Os clipes de heavy metal hoje em dia, sem dúvida alguma, são os mais bem produzidos e mais criativos, mesmo sem ter os mesmo recursos que outros estilos musicais tem.

É tão legal quando recebemos mensagens do público agradecendo por algum clipe que exibimos da sua banda preferida, ou que às vezes nem imaginavam que existia, por isso no programa procuramos passar os clipes dos mais variadas vertentes do estilo.

Ainda sobre os clipes, temos a sorte, até pelo fato de sermos um dos únicos programas 100% dedicados ao estilo, de exibirmos a estréia de muitos clipes das principais bandas do mundo. Inclusive recebemos alguns clipes diretamente das gravadoras da Europa, o que nos deixa muito felizes, e o público satisfeito.

Nestes anos todos esta paixão pelo metal propiciou a você contato com diversas pessoas interessantes. Conta aí pra gente alguma história inesquecível que você viveu por causa da sua paixão pela música.

Existem várias compensações que o metal me proporcionou ao longo destes anos, fora ter conhecido muitos músicos que quando era menor nem imaginava em ver de perto. Ele me proporciona trabalhar em uma coisa que eu curto muito que é a televisão. O Stay Heavy hoje é um estimulante diário na minha vida, pois ele me faz ficar em constante processo de criação.

Fora os conceitos do programa e de seu direcionamento, fico pensando em como melhorar a nossa cena, como explorar cada vez mais os horizontes para o heavy metal no Brasil, de como deixar nossa cena mais profissional (o que é muito importante), e de ajudar as bandas nacionais, tudo isso passa pela minha cabeça diariamente e é um desafio altamente estimulante, pois quando você conquista algo dentro deste conceito é muito gratificante e o público do metal sabe valorizar isso. É ele que nos faz continuar, literalmente com sangue nos olhos... (risos)

Outra coisa que não posso deixar de citar é a série de viagens que fiz para as mais diversas partes do mundo por causa da música. Inclusive já tive a oportunidade de ir três vezes para a Europa especificamente para ver festivais de heavy metal, onde pude assistir aos shows da maioria das bandas que eu curto. Mas, sem dúvida, o mais importante disso tudo é o lado cultural, os novos horizontes que você desbrava, é o tipo de coisa que você guarda para o resto da vida, e tudo isso por causa do rock!!!

Bem Vinícius, muito obrigado pela entrevista, e este espaço fica livre para você.

Eu que agradeço, foi muito legal participar desta seção e estou sempre pronto para poder colaborar com esse site que curto tanto, que é o Whiplash.Net.

Gostaria de agradecer também a todos que curtem o trabalho do Stay Heavy e deixar aqui um beijo para a Cíntia que apresenta o programa comigo, e para todos da equipe do Stay Heavy.

O Stay Heavy surgiu por acaso, mas na vida nada é por acaso, e algo muito maior nos espera, e com certeza acho que o heavy metal vai ter seu reconhecimento na grande mídia muito em breve.

É isso headbanngers, espero que vocês tenham curtido esta entrevista e acesem nosso site (www.stayheavy.com) que é um portal de metal onde vocês vão encontrar vídeos, fotos e uma série de atrativos. Também prestigiem nossa página mensal na revista Roadie Crew (Stay Heavy Report) e, claro, o programa em si, que é feito de coração para vocês e que está passando em diversas cidades por todo Brasil, é só conferir no site do Stay Heavy no link de "transmissão" e ver em qual canal nos assitir na sua localidade.

E não deixem de prestigiar o grande evento que vai ocorrer agora no mês de maio que é o "Stay Heavy Metal Stars: As estrelas do Metal nacional juntas em única apresentação!" No dia 25 de maio acontecerá no Blackmore Rock Bar. Este evento reunirá as principais estrelas do Metal nacional (Angra, Shaaman, Dr. Sin, Korzus, Torture Squad, Tuatha de Danann, Andralls e muitas outras) "misturadas" no palco tocando os principais clássicos do metal mundial, como Slayer, Iron Maiden, Black Sabbath e muito mais. Será um evento histórico que além de contar com as "jams" terá uma série de sorteios e surpresas para o público presente. Os ingressos são limitados e estarão à venda antecipadamente na Consulado do Rock (11-3229-8744) e Die Hard (11-3331-3978).

Evento: Stay Heavy Metal Stars
Data: 25/5/2006
Local: Blackmore Rock Bar (Al. Maracatins, 1317 - Moema - São Paulo)
Informações: www.stayheavy.com
Email: [email protected]

Os ingressos são limitados!

Vejo vocês neste grande evento e vamos tomar umas juntos!

Um grande abraço para todos e Stay Heavy!


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Sobre Ricardo Seelig

Ricardo Seelig é editor da Collectors Room e colabora com o Whiplash.Net desde 2004.
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