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A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia

Por
Postado em 04 de novembro de 2025

A tecnologia é uma ferramenta que facilita muito a nossa existência. Atualmente, é muito fácil e confortável ouvir nossas músicas preferidas, pedir um prato saboroso, entrar em contato com quem gostamos ou assistir aquele seriado que recebeu vários elogios.

Bad Religion - Mais Novidades

Foto: Epitaph Records
Foto: Epitaph Records

No entanto, nem tudo são flores nesse cenário de conveniência digital. O mesmo universo que aproxima as pessoas também pode isolá-las, transformando conexões humanas em interações frias, mediadas por telas. Essa ambiguidade foi retratada de forma brilhante - e premonitória - há 25 anos, na música "I Love My Computer".

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Escrita pelo vocalista Greg Graffin, a faixa faz parte do álbum "New America" (2000) e fala sobre a relação cada vez mais íntima - e solitária - entre o ser humano e as máquinas. Logo nos primeiros versos, o eu lírico expressa um apego quase afetivo pela máquina que o conecta com o mundo: "I love my computer, you make me feel alright / Every waking hour and every lonely night" ("Eu amo meu computador, você me faz sentir bem / A cada hora acordado e em cada noite solitária").

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A canção segue com um misto de humor ácido e crítica social, celebrando a previsibilidade da máquina - "Predictable errors and no identity" ("Erros previsíveis e nenhuma identidade") -, uma parceira que nunca o contradiz, nunca o desaponta e pode ser desligada a qualquer momento. A ironia se intensifica com: "All I need to do is click on you / And we'll be joined in the most soul-less way" ("Tudo o que preciso fazer é clicar em você / E estaremos juntos da maneira mais desalmada possível"), descrevendo uma interação desprovida de emoção genuína e reduzida a estímulos instantâneos.

A conclusão da música é tão melancólica quanto perturbadora: "The world outside is so big / But it's safe in my domain" ("O mundo lá fora é tão grande / Mas é seguro no meu domínio"). Pesado, triste, mas real.

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"I Love My Computer" antecipou com precisão o mundo hiperconectado que vivemos hoje. O que era uma sátira futurista transformou-se em um retrato fiel da dependência tecnológica: uma relação conveniente, solitária e, acima de tudo, sem alma.

"New America" apresenta outra faixa que merece destaque, a grandiosa "Whisper in Time". Leia mais sobre essa música nostálgica e tocante na nota a seguir.

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Sobre Mateus Ribeiro

Fã de Ramones, In Flames e Soilwork. Ouve (quase) tudo, desde rock clássico até black metal.
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