"Untouchable", a obra-prima do Anathema que é uma carta de despedida para um grande amor
Por Mateus Ribeiro
Postado em 18 de agosto de 2025
Bandas ligadas ao rock e ao heavy metal, de tempos em tempos, surpreendem ao criar músicas intensas, carregadas de emoção e sensibilidade. Esse é o caso da inesquecível "Untouchable", do grupo britânico Anathema.
O Anathema iniciou sua trajetória no começo da década de 1990, em Liverpool, na Inglaterra. Ao longo dos anos, a banda transitou do doom metal para sonoridades mais suaves e atmosféricas, sem perder a intensidade emocional que se tornaria sua marca registrada. Em "Untouchable", essa faceta acessível ganhou contornos épicos e arrebatadores.
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Entre tantas composições marcantes, "Untouchable" ocupa um lugar especial. Lançada no álbum "Weather Systems" (2012), a canção é dividida em duas partes que se complementam como capítulos de uma mesma história. A melodia envolvente, os arranjos vocais e a letra carregada de melancolia transformam a faixa em uma verdadeira carta de despedida a um grande amor — dolorosa, mas também incrivelmente bela.
A letra de "Untouchable" soa como um adeus definitivo. Os versos evidenciam a tristeza da perda que dilacera o protagonista, ainda que ele tente seguir em frente em busca de uma nova companhia.
"E eu sinto como se já te conhecesse antes
E acho que você pode me ouvir através dessa música
E meu amor nunca morrerá
E meus sentimentos sempre brilharão

E eu sei que você só queria que eu pertencesse a alguém
E acho que agora eu seguirei em frente com alguém"
O personagem central de "Untouchable" demonstra não conseguir apagar o que viveu ao lado da pessoa amada. Esse sentimento transparece de forma intensa em outros versos da primeira parte da canção.
"Eu nunca traí sua confiança
Eu nunca traí sua fé
Eu nunca abandonarei seu coração
Eu nunca esquecerei seu rosto
Há um sentimento que não consigo descrever
Uma razão que não consigo esconder
Eu nunca vi uma luz tão brilhante [quanto]
A luz que brilha atrás dos seus olhos"
A paixão do protagonista é tão intensa que invade até seus sonhos. No entanto, a realidade se impõe, e a pessoa amada acaba partindo.

"Eu não consigo ver nesta vida o que você significa para mim
Quando eu sonho, é com você
Então eu acordo, me diga o que eu poderia fazer
Eu tive que deixar você ir
Para o pôr do sol
Eu tive que deixar você ir
E encontrar um caminho de volta para casa"
"Untouchable Part 2" surge como a continuação inevitável da primeira parte. Mais curta, traz um emocionante dueto entre Vincent Cavanagh e Lee Douglas. A letra apresenta uma despedida mais serena, marcada por aceitação e entrega.
"Por que eu deveria seguir meu coração?/ Por que eu deveria me despedaçar?/ Por que eu deveria seguir meus sonhos?/ Por que eu deveria estar em paz?", questiona Lee. Logo depois, em uníssono com Vincent, ambos cantam: "Eu tive que te deixar ir/ Para o sol poente/ Eu tive que te deixar ir/ E encontrar o caminho de volta para casa". A interpretação dos dois é tocante, para dizer o mínimo.

As duas partes de "Untouchable" encontram-se disponíveis nas plataformas de streaming. Uma emocionante versão ao vivo, legendada em portugês, pode ser conferida no YouTube.
Infelizmente, o Anathema encontra-se em hiato desde 2020. Seu último álbum é "The Optimist", lançado em 2017.
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