O que significa "segredos de liquidificador", cantado por Cazuza em "Codinome Beija-Flor"
Por Gustavo Maiato
Postado em 28 de fevereiro de 2024
O clássico "Codinome Beija-Flor" é uma balada com letra de Cazuza que saiu no álbum "Exagerado" (1985). Os versos relatam uma história de amor e muitos deles são bastante famosos, como: "Pra que usar de tanta educação / Pra destilar terceiras intenções".
Um desses trechos, entretanto, sempre é alvo de debate. Trata-se da parte em que Cazuza diz: "Que só eu que podia / Dentro da tua orelha fria / Dizer segredos de liquidificador". Mas afinal, o que significa esse termo "segredos de liquidificador"?
Ao longo dos anos, diversas interpretações surgiram, como a referência a um segredo contado perto do eletrodoméstico barulhento de forma que ninguém mais que esteja perto consiga compreender o que foi dito.
A corrente mais aceita, no entanto, é um pouco mais ousada. De acordo com o Significados.com, a explicação gira em torno de acariciar o ouvido da pessoa amada com a língua: "Contudo, há relatos de que em 1989, um pouco antes de cantar essa canção em dueto com Simone, durante um especial exibido pela TV Globo, o próprio Cazuza terá dito que a expressão se refere a ‘uma coisa de língua no ouvido’, exemplificando, com a sua própria língua, os movimentos circulares que a expressão metaforiza".
Essa tese também é reforçada pelo Super Interessante: "Esse verso de Codinome Beija-Flor é polêmico. Uma corrente crê que se trata de conversas próximas a um liquidificador ligado, inaudíveis para quem está longe. Mas o contexto ("que só eu que podia / dentro da tua orelha fria / dizer segredos de liquidificador") favorece a interpretação majoritária: uma língua a massagear um ouvido em círculos", explica.
A história de "Codinome Beija-Flor"
A música "Codinome Beija-Flor" é um marco na carreira solo de Cazuza. Júlio Ettore compartilhou curiosidades sobre o hit em seu canal no YouTube.
Composta durante internação, a canção surge após a saída de Cazuza do Barão Vermelho, em meio às crescentes preocupações com o HIV. Após uma internação de 11 dias, durante a qual nenhum membro do Barão Vermelho o visitou, Cazuza observa beija-flores pela janela do hospital, inspirando a composição.
O empresário Ezequiel Neves inicialmente não compreende a letra, levando Cazuza a fazer duas versões adicionais. A música, originalmente destinada a ter uma sonoridade mais "dance", é moldada por Nico Rezende, produtor do disco, enfatizando teclados, embora Cazuza e Ezequiel preferissem mais guitarras. A teoria mais aceita sugere que o misterioso "beija-flor" seja Ney Matogrosso, revelado pelo próprio em 2003 no Fantástico, após anos de segredo.
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