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Por Gustavo Maiato
Postado em 14 de março de 2024
Lançada no álbum "Dois", a música "Tempo Perdido" é até hoje uma das mais lembradas com carinho pelos fãs de Renato Russo e da Legião Urbana. Sua letra que trata da passagem do tempo com certa desesperança traz versos enigmáticos.
É o caso do trecho que diz: "A tempestade que chega é da cor dos seus olhos castanhos". Mas o que será que Renato Russo quis dizer com esse trecho? Para entender, primeiro é preciso compreender o contexto geral da música.
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Em live no Pitadas do Sal, o jornalista Romero Carvalho explica: "Ele subverte essas premissas de esperança da juventude de um jeito muito triste. Porque é uma canção cinza, apesar de ter pequenos elementos de esperança. Eu não acho que são tão grandes assim, sabe? ‘Eu vejo o sol dessa manhã tão cinza’, por exemplo. A manhã está bem cinza ainda, o sol está lá, mas o sol é um elemento negociável. Então, para mim, ela não se torna otimista por conta desse verso".
Esse pessimismo é o tema da música e no contexto dos tais "olhos castanhos" o assunto continua sendo essa falta de esperança, como diz o site Psicanálise Clínica: "Ao dizer ‘veja o sol’, o Eu lírico tem o intuito de chamar a presença de outra pessoa. Tudo porque um futuro sombrio se aproxima, algo evidenciado nos versos ‘manhã tão cinza’ e ‘tempestade que chega’. Entretanto, a luz do sol e da esperança ainda existem nos olhos castanhos da amada".
O site Cultura Genial traz interpretação semelhante: "Nestes versos, se torna palpável a presença de outro sujeito, que já se adivinhava nas estrofes anteriores. Ele é convocado diretamente com a expressão ‘veja o sol’. A ‘manhã tão cinza’, a ‘tempestade que chega’ são símbolos evidentes dos dias difíceis em que vivem e do futuro sombrio que os espera. Apesar disso, continua existindo luz do sol, existem ainda os olhos castanhos da pessoa amada".
Por fim, o canal Ligado na Letra interpreta de maneira um pouco mais positiva o trecho: "Dias cinzas e tempestuosos podem nos deixar desanimados, mas as coisas podem ficar mais amenas quando lembramos ou estamos com alguém que gostamos. Ao pensar na cor dos olhos de alguém especial ou qualquer outra coisa que lhe seja familiar, isso se transforma em um refúgio contra todo mal que a vida pode nos apresentar".
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