Carol Morreu - Entrevista exclusiva com Felipe Ricotta
Por Felipe Ricotta
Postado em 02 de outubro de 2005
Entrevista do líder do Carol Azevedo Felipe Ricotta concedida ao pseudo jornalista Felipe Ricotta.
"Cara, já vou logo te dizendo que eu acho um saco esse lance de ficar entrevistando os outros, eu sou muito estrela pra isso."
"É, eu sei. Na verdade, eu tô adorando isso aqui, por mim a entrevista pode durar a noite inteira."
"Mas não vai. E saiba que eu estou fazendo isso única e exclusivamente porque a banda precisa ter um release pra mandar pros lugares e tal. Mas enfim, conta um pouco aí sobre a banda."


"Bem, a banda sou eu e convidados, sempre foi assim, a formação sempre muda."
"Isso deve ser porque ninguém aguenta essas merdas de músicas que você faz."
"Provavelmente. Meu Irmão Brother uma vez me disse que você vai ser muito mais lembrado pelos textos que escreve do que eu pela minha música, mas eu nem concordo com ele. Mas o lance é que eu mudo de idéia o tempo todo, as letras mudam quase toda semana. Ontem mesmo eu mudei de novo a letra de Garota Frank Jorge, já não conseguia mais cantar sem sentir vergonha, não tinha mais nada a ver."
"Olha, eu te confesso que suas letras até que evoluíram bastante. Você costumava ser um emo insuportável."

"Na verdade, eu era muito ingênuo. Minhas relações amorosas eram muito ingênuas e isso acabava sendo refletido nas letras, mas graças a deus, essa fase passou. E eu acho até que dei sorte de não ter gravado o cd naquela época. Normalmente, as bandas evoluem e todo mundo consegue perceber essa evolução ao longo dos anos. Eu poupei as pessoas das merdas que eu escrevia antes."
"Tipo os Beatles que foram de I WANNA HOLD YOUR HAND pra SGT. PEPPERS, certo?"
"Exatamente... mas eu ainda não cheguei no meu SGT. PEPPERS. Acho que ainda falta uns 2, 3 anos pr'eu chegar lá."
"Cara, é engraçado que algumas pessoas podem ler e pensar PÔ, OLHA O CARA, AÍ. SE COMPARANDO COM OS BEATLES, VÊ SE PODE."

"Foda-se. Aliás, como diria o meu Irmão Brother, eu cago pros Beatles. Sou muito melhor que eles."
"Convenhamos, é um bom marketing pra banda. Aliás, essa história de Carol Azevedo é marketing puro também, só pras pessoas ficarem curiosas, né?"
"Cara, existe uma história por trás desse nome. Mas é lógico que eu não vou te contar."
"E o cd?"
"Faz alguns anos que eu tento terminar o DEMOCRACIA CHINESA, mas tá difícil. Tudo que eu gravei joguei fora e tô fazendo tudo de novo. Mas já tem muita coisa pronta, acho que até o final do ano sai. Eu sou um cara perfeccionista."
"Putz, ninguém merece. Desde quando a banda existe?"


"Cara, o primeiro show do Carol Azevedo foi no colégio da minha irmã...em... em que ano foi aquilo? 98?"
"Acho que foi."
"Em 98. Mas a gente só tocava covers bizarras. Quem tocava comigo naquela época era o Andrei que hoje toca bateria no The Feitos."
"O Andrei cantando Khaled era definitivamente algo surreal."
"Pois é, era divertido. Aí, a gente tocou em vários lugares aqui no Rio e em Minas e foi quando eu me mudei pra Itajubá e dei um tempo da banda. Fiz o Tarcísio Meira's Dreads."
"Belo nome."
"A gente tocava Sublime e Bob Marley. E Beatles também."
"Mas e as tuas músicas?"
"Ah, os caras não curtiam muito as minhas músicas."

"Pra variar..."
"Mas mesmo assim, era legal, a gente se divertia muito, ficava viajando nas músicas, a gente nunca tocava uma música da mesma maneira duas vezes. Ainda lá em Itajubá, eu retomei o Carol Azevedo pra fazer uns shows acústicos. Nessa época, eu já tocava direto D'SCULPAÍ MAS ACHO QUE VOCÊ PERDEU SUA GAROTA PRA MIM e PAKITO que hoje virou GAROTA FRANKJORGE chegou a tocar na rádio jovem fm numa versão acústica muito tosca."
"Até que você voltou pro Rio..."
"É, aí eu voltei pro Rio mas eu tava com várias bandas lá em Itajubá e em Poços De Caldas, então eu passei um bom tempo indo pra lá pra tocar com as pessoas, tirar uma grana e tal. Até que eu liguei o foda-se e resolvi voltar a dar prioridade pro que eu realmente queria fazer que era tocar as minhas músicas."

"Você tem muita coisa em casa?"
"Por que você faz perguntas que você já sabe a resposta?"
"Pô, é pras pessoas saberem, mané. Assim que os jornalistas profiças fazem."
"Eu tenho música pra caramba em casa. Um cd triplo, praticamente. Aliás, já pensei na possibilidade do Democracia Chinesa vir a ser um álbum triplo. Fazer muita coisa acústica no meio, eu tenho trabalhado bastante com o violão."
"Define o som da banda que o pessoal de imprensa curte essas coisas, vai lá."
"Cara, eu faço canções pop ruins. Eu sempre fazia músicas pensando em como elas seriam tocadas ao vivo e eu sempre curti aquele lance de ser rápido, simples, direto. Mas sei lá, acho que eu tô ficando velho. Depois do último show no Teatro Odisséia, eu fiquei com dor nas costas no dia seguinte por conta da empolgação excessiva em cima do palco, isso nunca tinha me acontecido antes e tal, mas enfim, eu tenho cantado menos berrado ultimamente também. Não tem mais essa necessidade de ter que tocar rápido e berrado."

"Cara, já tô de saco cheio disso, acho que tá bom, né?"
"Não vai me perguntar sobre as influências?"
"Tá, tá..."
"Eu não tenho influências."
"Hã? Como assim?"
"Cara, tudo influencia. E já que tudo influencia, eu não tenho influências."
"Tudo influencia? Tipo o quê?"
"A janela, a pedra, o fogão, a àrvore, o sol, o meu cigarro apagado na boca, mulheres e por aí vai. Isso tudo pesa nas minhas composições."
"Acho que eu nunca ouvi algo tão imbecil na minha vida."
"É verdade, né? Não publica essa parte não, ok?"
"Ok, não publico não."
"Valeu."
"Então é isso, Ricotta. Muito obrigado pela sua entrevista."


"Valeu, maluco. A gente se fala por aê."
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