Os "pais do rock" segundo Chuck Berry - e onde ele entra na história
Por Bruce William
Postado em 26 de dezembro de 2025
Tem uma pergunta que nunca sai de moda: "quem inventou o rock?". E, quase sempre, ela vem com uma segunda parte implícita: "diz aí um nome só, pra eu carimbar na testa e pronto". Quando jogaram isso no colo do Chuck Berry, ele fez o que muita gente não faz: tirou o pé da ansiedade e tratou o assunto como ele é: uma história grande demais pra caber num troféu.
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Na entrevista, replicada na Far Out Berry foi perguntado sobre quem seria o "pai fundador" do rock and roll e tirou o peso da pergunta com um freio simples: "Não cabe a mim dizer". Em seguida, ele se definiu como "uma engrenagem na roda", como o pai dele costumava falar, e conduziu a resposta como quem volta às origens do estilo em vez de tentar eleger um dono da história.
Quando entrou nos nomes, Berry mandou: "Eu digo [Fats] Domino, eu digo Louis Jordan, Elvis Presley, e até Fats Waller, porque o Fats tocava música básica". É uma lista curiosa porque mistura gente que o público costuma colocar no centro do rock (Elvis) com figuras que, pra muita gente, ficam mais no território do R&B, do jump blues e do jazz (Jordan e Waller).
Ele ainda completou: "Little Richard... ele foi grande no começo. Bill Haley foi, você sabe...". E fechou retomando a imagem da tal engrenagem: "A gente é só... eu acho... uma pecinha na roda. Todo mundo ajudou a bola a rolar". Ou seja: nada de coroa, nada de "eu fundei". Só o reconhecimento de que teve uma fila de gente empurrando o carrinho antes do mundo chamar aquilo de rock.
O mais interessante é como Berry encaixa, na mesma frase, artistas negros que já estavam colocando fogo no salão muito antes do rock virar marca registrada... e dois nomes brancos que viraram gigantes no mercado de massa. Dá pra ler isso como diplomacia, dá pra ler como visão histórica prática: uma coisa é criar linguagem musical, outra é o sistema transformar aquilo num fenômeno nacional.
E, no fim das contas, o que fica não é "a lista definitiva do rock", até porque não existe isso. O que fica é o próprio Berry recusando o papel de juiz - e lembrando, do jeito dele, que esse gênero nasceu de mistura, de rua, de rádio, de palco, de gente se copiando e se influenciando sem pedir licença. Se o cara que muita gente chama de "pai do rock" preferiu ser "uma engrenagem", já dá pra ter uma pista de como essa conversa pode ser infinita.
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