Carol Morreu - A surra que o rei quase tomou?
Por Felipe Ricotta
Postado em 03 de março de 2005
Lafayette e os Tremendões.
Rio. Teatro Odisséia.
"Dinheiro é tudo nessa vida. Sem dinheiro, você não faz amigos e nem arruma namorada." (M.Ricotta)
"E aí? Vamo ver o Lafayette e os Tremendões?"
"Pô, agora virou mó modinha. De repente é cool dizer que gosta de Roberto Carlos."
"Pois é. Mas é tão relativo, né? Da mesma forma que virou modinha tocar Roberto Carlos, virou modinha também falar que tocar Roberto Carlos virou modinha. Prefiro abstrair, baby.
Cada um com a sua consciência."
(...)
Dentro do Teatro Odisséia, meu fotógrafo e Nervoso Cover foi abordado por um fã da sua banda que lhe deu uma boa ideia.
"Pô, cara. Vocês deviam chamar o Lafayette pra tocar com vocês."
"Pô, seria maneiro mesmo."
"Acho que ele nem cobraria nada pra tocar com vocês não!"
"Será?"
"Acho que nem."
"Pô, cara. Talvez um cheese burger, sei lá."
"?!"
(...)
(dias depois, um natal feliz e um papo cabeça com o namorado velho da minha tia na minha querida cidade natal no interior do sul de minas.)
"Mas como assim você não gosta do rei?"
"Quem? Aquele cara que todo ano vai pra TV no fim de ano pra chorar? Eu não!"
"Pô, mas eu tô falando da fase antiga, cara. Essas paradas aí de mulher gordinha, mulher de 40, isso aí ninguém merece."
"Você tá falando da época em que ele vinha tocar aqui em Itajubá no Circo? Uma vez a gente deu uma surra nele."
(...)
"Eu tenho um sobrinho que faz a mesma coisa que você no Rio."
"Sério? O que ele faz?"
"PORRA NENHUMA. NADA!"
"Pô, eu sou um artista, cara. Eu sou foda."
"É. Ser artista é muito bom. Principalmente quando tem um pai por trás bancando."
"ahahahahaha" - esse cara é tudo de bom.
(...)
"Mas é sério que o Rei veio tocar aqui em Itajubá?"
"Veio, foi em 62. Naquela época do meu calhambeque bibi, meu carro é vermelho, aquelas p#rra lá. Cabou o espetáculo, meus amigos e eu távamos loucos pra dar um pega nele."
"Mas porquê?"
"A gente não gostava dele não."
"Eu acho que vocês ficavam era com inveja, porque a mulherada papo firme pagava mó pau pra ele!"
"Ora, Felipe. Mas você acha que não era por causa disso?" - a minha tia não resistiu.
"Olha, te confesso que a gente não conseguia entender como que a mulherada gostava daquele cara que era um baita dum MANQUITOLA!"
"Quê? Manquitola?"
"MANQUITOLA! Ele tem uma perna mecânica, não tem?"
(...)
"Mas afinal, por que diabos vocês queriam bater no Roberto?"
"Porque ele só queria tocar as músicas que as meninas pediam. A gente pedia e ele não tocava. Então foi uma questão de direito bater nele."
"E vocês iam espancar um deficiente físico na cara dura mermo?"
"A gente saiu correndo pra pegar o cara e ele até perdeu a prótese dele no meio do caminho."
"?!"
"ELE PERDEU A PERNINHA!"
"?!" - cara, que lunático! tô apavorado.
"PARECIA UM SACIZINHO PULANDO NUMA PERNA SÓ!"
(...)
"Mas Roberto Carlos é uma estrela! Você não pode esquecer disso!" (M.Ricotta)
NOTA: É bem provável que essa história seja um pusta d'um caô furado, visto que pessoas mais velhas costumam inventar histórias principalmente quando estão alcoolizadas.
Carol Morreu
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