Carol Morreu - Dance o Twist com os Autoramas
Por Felipe Ricotta
Postado em 01 de setembro de 2004
Saca aquela festinha bizarra que rola no Kill Bill Vol.1 onde três japas girls tão tocando prum público nissei frenético? Talvez aquela cena resuma bem melhor que palavras o que seria um show do Autoramas.
Autoramas, Leela e Dandara
Rio, Teatro Odisséia
Quarta 28/07/2004
A banda se apresentou nessa quarta juntamente com o Leela e o Dandara e eu gostaria de ir por partes.
A abertura da noite ficou por conta do Dandara, que não fez feio e mostrou muita competência. Um batera quebrador ao máximo, vocais gritados e duas Les Paul em perfeita sintonia mandando ver canções que eu tenho quase certeza de que eram lamentações apaixonadas sobre o amor e sentimentos variantes.
No fim do primeiro tempo, dei um despretensioso rolé pelo recinto em busca de novas amizades e trocas de informações, e assim que o cara do Matanza começou a me falar sobre umas bandas de Black Metal (?!) que eu tinha que escutar, percebi que o Leela já se ajeitava em cima do palco para desespero do meu parceiro que batia fotos.
Aliás, ele insistia para que nesse texto eu rotulasse o som deles de Barbie Rock.
Mas como rotular bandas é coisa de péla-saco, prefiro dizer que eu curto a Bianca e seus comparsas justamente por eles incomodarem tanto os malas mais radicais que torcem o nariz pro seu pop rock.
Logo no início do show, a frontwoman foi com muita sede ao pote vocal e tomou um porradão grosseiro do seu microfone. Mas apesar do trauma e do pedaço de dente perdido, a banda cumpriu o script e desfilou seus quase hits como a gastronômica "Prato Principal" e "Romance Fugitivo".
Cervejas mais tarde, os Autoramas entraram em ação executando a riffosa "Você Sabe" e meu dejà-vu tarantínico foi inevitável.
O impressionante do show dos Autoramas é que ele te deixa com uma vontade imensa de dançar de uma forma estranha, principalmente com a parte superior do tronco.
Eu, que estava tímido (sou tímido ocasional), cruzei meus braços e me esforcei ao máximo pra mantê-los nesse estado, até mesmo na hora em que Gabriel intimou a galera a chacoalhar de uma forma peculiar.
Tomei a liberdade de legendar o movimento como THE POLVO ONANISTA GABRIEL's DANCE, visto que vc fecha as mãos em forma de círculo e mexe os braços pra frente e pra trás, de um lado pra outro, como se tu tivesse vários... enfim.
O boato que circulou é que a coreografia tem sido bastante executada nas micaretas e promete ser a sensação do próximo carnaval baiano.
Enquanto Bacalhau esporra seu kit discretamente e com precisão, a baixista Simone toca como se tivesse tomado uma caixa de anfetaminas e ela parece ser tão legal que nem dá pra ficar de saco cheio quando ela gasta contando piadas sem graça.
"Aí, gente. O Gabriel na Argentina teve uma idéia maravilhosa..." - nisso ela foi interrompida por seu parceiro que desligou seu mic e gentilmente a fez entender que já era de ir embora.
Fim de show e diversão como sempre garantida.
Carol Morreu
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