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Comando Rock: Demorou mais de 30 anos, mas as mutações voltaram

Por Antonio Rodrigues Junior
Postado em 10 de março de 2007

Contrariando a vocalista Rita Lee, o grupo que revolucionou a música brasileira se juntou à cantora Zélia Duncan e voltou aos palcos depois de mais de 30 anos. Agora, o quarteto comemora o sucesso desta histórica reunião com o lançamento de um CD e DVD ao vivo gravado em Londres e prometendo uma turnê pelo País.

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Muitos diziam ser impossível enquanto outros – como a vocalista Rita Lee – ironizavam, mas os Mutantes estão de volta e de forma excepcional. Os integrantes da formação clássica Arnaldo Baptista (vocal, órgão e leslie vox), Sérgio Dias (vocal, guitarra e trompa) e Dinho Leme (bateria) se uniram a cantora Zélia Duncan – fã do grupo desde a adolescência – e reviveram o tropicalismo pscicodélico dos anos 60 e 70.

O primeiro show foi realizado em abril desde ano no tradicional Barbican Theatre, em Londres, que foi devidamente registrado no CD e DVD Mutantes ao Vivo lançado pela Sony & BMG. A performance traz 21 clássicos que contribuíram para a história da música brasileira.

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Sem querer imitar Rita Lee, a cantora Zélia Duncan se encaixou perfeitamente a proposta e completou o novo Mutantes, que ainda conta com mais seis músicos convidados. A união dessas dez pessoas transformou essa performance em um momento histórico, que se repetiu em sete cidades norte-americanas durante uma turnê de sucesso que se seguiu. O grupo agora promete mostrar também aos brasileiras o poder deste retorno.

Aproveitando a ocasião, a gravadora Som Livre também está relançando os discos da fase progressiva do conjunto: Tudo Foi Feito Pelo Sol (74) e Mutantes ao Vivo (76) – não confunda com o título homônimo do novo registro. Curiosamente, esta fase traz apenas a presença de Sérgio Dias e não foi abordada no novo trabalho.

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Em entrevista a Comando Rock, os simpáticos músicos falam da volta dos Mutantes, o primeiro show em Londres, a escolha do repertório, os quase 30 anos que Dinho ficou longe da música e a entrada de Zélia Duncan, ironizam as declarações contrárias de Rita Lee, homenageiam o falecido maestro Rogério Duprat, comentam os anos de afastamento entre os irmãos Sérgio e Arnaldo, avaliam o mercado musical atualmente e comemoram a turnê pelos Estados Unidos.

Comando Rock: Primeiramente gostaria que contassem como surgiu a reunião e como foram os primeiros ensaios.

Sérgio Dias: É difícil dizer como as coisas aconteceram, pois foram muitos fatores em um curto espaço de tempo. Começamos de forma improvisada eu, Arnaldo e Liminha (Arnolpho Lima Filho, baixista do conjunto entre 69 e 74 e renomado produtor, que desistiu de participar da reunião durante os ensaios). Apenas deixamos a música rolar e percebemos que a fluidez da coisa foi natural. A comunicação musical é muito importante.

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Zélia Duncan: Eles fizeram em torno de 50 ensaios desde fevereiro e entrei no meio desse caminho, em abril. São 21 canções que geraram um trabalho árduo. São canções que eles também estavam tendo um novo contato. O trabalho cresceu a cada dia. É interessante ver que são músicas que continuam revolucionando.

Comando Rock: O primeiro show desta volta, que está sendo lançado em CD e DVD, foi realizado no Barbican Theatre, em Londres. Por que este foi o lugar escolhido?

Sérgio: Na verdade foi para onde nos chamaram (risos). Este show foi apenas a ponta do iceberg. Depois de lá fizemos uma turnê completa pelos Estados Unidos e estamos preparando algumas apresentações pelo País. A primeira será em São Paulo no aniversário da cidade (25 de janeiro), no Museu do Ipiranga.

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Comando Rock: Os álbuns dos Mutantes sempre apresentaram momentos que soavam como uma certa "bagunça", devido ao experimentalismo, porém nesta performance a banda parece mais encaixada e com os instrumentos em seus devidos lugares.

Sérgio: Realmente este trabalho o som está mais certo, mais coeso. Na época em que compomos e gravamos essas faixas não tínhamos o aparato e nem tempo para fazermos as coisas como queríamos, então algumas ficavam meio improvisadas. Nesta reprodução pudemos olhar para traz e ver o que ficou bom e o que poderia ser melhorado. Ganhamos também um pouco mais de maturidade e anos de vida. Sem falar dos músicos que nos acompanharam que são todos excelentes. Tudo se encaixou perfeitamente.

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Comando Rock: A apresentação em Londres traz 21 canções. Como escolheram o repertório do show?

Sérgio: Escolhemos as impossíveis de tocar, pois muitas das outras já foram tocadas por outros artistas. Estamos sendo muito fiéis aos arranjos originais. Revisitar e reviver essas composições é um sonho. Ouvimos agora, 30 anos depois, o baixo e o piano de Arnaldo para "Baby" e o solo de guitarra que compus para "Top Top" são indiscritíveis. E tinha apenas 16 anos quando fiz isso...

Comando Rock: Dinho, desde que deixou os Mutantes, em 73, você praticamente deixou a cena musical. Retornando agora mais de 30 anos depois...

Dinho Leme: Realmente não pensava em tocar se não fosse com os Mutantes. Quando parei com o grupo e eles continuaram, não tinha nenhuma vontade de tocar acompanhando outros cantores. Era difícil pensar em alguém de quem pudesse ser baterista. Mas agora as coisas foram acontecendo... Estava bem enferrujado, mas com os músicos que nos estão acompanhando ficou mais fácil. Há toda uma harmonia. É gostoso, flui melhor!

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Comando Rock: Zélia, de certa forma, você está substituindo a Rita, além de estar acompanhando artistas que marcaram história na música brasileira. Você teve algum receio de entrar no conjunto?

Zélia: Não cheguei a pensar muito, talvez se tivesse pensado não aceitaria (risos). Havia a diferença de voz. Não sabíamos se mudávamos o tom das canções ou se cantaria mais agudo. Mas agora já superei minhas inseguranças individuais. Não estou aqui no lugar da Rita, estou no meu lugar. Não tento imitá-la! Ela sempre terá seu lugar dentro da história dos Mutantes. Ela é uma das criadoras... Que venham os novos desafios, quero enfrentar outras inseguranças. Logicamente, sempre terá quem gosta e quem não gosta.

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Sérgio: Antigamente, sempre fomos criticados com a Rita e agora seremos criticados sem a Rita. Isso irRita (risos)!

Arnaldo Baptista: Mandei a Rita embora dos Mutantes. Ela era uma banana! A Zélia é mais adubada, é mais rock and roll. A Zélia é Led Zeppelin. Estou botando muita fé nela!

Comando Rock: Porém a Rita Lee tem criticado o revival do grupo e chegou a chamá-los de um "bando de velhinhos espertos tentando descolar grana para pagar seus geriatras".

Sérgio: Conhecendo ela como conheço, digo que isso tudo é puro folclore. Não é bem por aí... Não vamos dar pano para manga. Ela foi muito gentil com a Zélia quando elas conversaram a respeito.

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Comando Rock: Esta nova parceria entre vocês e Zélia também irá gerar a composição ou gravação de faixas inéditas?

Sérgio: Com certeza! Inclusive já temos uma música saindo do forno...

Comando Rock: Em outubro passado, o maestro Rogério Duprat, que colaborou com diversos arranjos da banda nos discos clássicos, morreu. O que ele representa para os Mutantes?

Sérgio: Era ele quem fazia o link entre nosso mundo musical subjetivo e o mundo objetivo. Sua morte foi um enorme ganho para o céu. Ele fez demais por aqui. Bendito o lugar onde está agora o maestro!

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Comando Rock: Há anos atrás, uma volta dos Mutantes era praticamente impossível já que Sérgio e Arnaldo – apesar de irmãos – não se falavam.

Sérgio: Muitas coisas separaram nossas vidas... Vejo fotos de quando éramos crianças e a conclusão é que a família é algo maravilhoso. Isso não tem preço, a música acaba virando subproduto! Para mim, o Arnaldo é amor... Foi uma grande idiotice ficarmos separados. Mas, por outro lado, os dez anos que morei nos Estados Unidos foram muito produtivos para mim como músico e produtor. A vida tem dessas coisas...

Comando Rock: O mercado musical também sofreu muitas mudanças durante esse período. Na opinião de vocês, como os Mutantes se encaixam nessa fase atual?

Sérgio: Somos a prova viva de que o sistema do mercado musical não tem nada a ver com música. Se fossemos pensar dentro do business da música, teríamos de ter um projeto de mídia, patrocínio, isso e aquilo. É uma coisa absurda! Mas, quando dissemos "sim" ao Barbican, em 15 dias estávamos com shows marcados na América sem ter tocado uma nota. Não tinha álbum lançado, não tínhamos tocado no Barbican, não tinha matéria, não tinha nada. Vivemos no resplandecer da era do fogo. Hoje, a humanidade faz tudo queimando. Só espero que não queime a gente (risos).

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Comando Rock: A turnê americana rendeu shows lotados por sete cidades. Qual era o público encontrado nessas apresentações?

Zélia: A maioria era composta por gringos com exceção de Miami, onde havia muitos brasileiros residentes. Tivemos várias datas com ingressos esgotados. Podia-se ver as pessoas emocionadas em ver esses caras. E tinha muita gente jovem também. Inclusive garotos que pagaram cem dólares por um vinil indo pedir autógrafo chorando. A música continua nova e com um frescor. É a música sobrevivendo ao tempo e com esses cara aqui.

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