Do metal ao hip hop: Heath Rave conta ao Whiplash.Net os álbuns que marcaram sua vida
Por Emanuel Seagal
Postado em 23 de fevereiro de 2023
O compositor e multi-instrumentista Heath Rave tem suas raízes no metal, cena da qual participou como baterista do Across Tundras e da banda norte-americana de black/sludge metal Wolvhammer. Atualmente ele toca no Lotus Thrones, banda da Filadélfia de industrial/post-punk, que está prestes a lançar o álbum "The Heretic Souvenir". O eclético músico contou ao Whiplash.Net um pouco sobre seus primeiros contatos com a música e compartilhou alguns álbuns que marcaram a sua vida. Pegue seu fone de ouvido, aumente o volume e ouça conosco os discos escolhidos.
"A primeira música que ouvi foi o velho country que meu pai curtia na rádio no início dos anos 80. Waylon Jennings, Willy Nelson, Kenny Rogers e Alabama. A primeira música que ouvi e que me chamou atenção, no entanto, foi o glam metal e o thrash que minha irmã mais velha e eu descobrimos no final dos anos 80, assim como new age e rap/hip hop. Tudo de Slayer até Ratt, Run-D.M.C. e Duran Duran. Em retrospecto, acho que se tornou uma questão de ritmo para mim, e quanto mais pesado melhor."
Killing Joke — "Pandemonium" (1994)
"Meu melhor amigo no ensino fundamental roubou esta fita do seu irmão em 1994, logo após o lançamento. Nós dois tínhamos 14 anos. Lembro-me de ficar imediatamente fascinado pela imagem fractalizada de deus na capa. Apertamos o play e aqueles primeiros sons gigantescos de 'Pandemonium' que surgiram gritando no vazio antes da inconfundível guitarra de Geordie Walker nos atingisse e a voz de Jaz nos acalmasse antes de arrancar nossas cabeças, enquanto os samples sob a produção de Youth nos levavam para um plano etéreo do qual nunca pude ou desejei escapar."
Ministry — "Filth Pig" (1996)
"Em 1992, ganhei de Natal o meu primeiro CD player, e o 'Ten', do Pearl Jam, e o 'Psalm 69' do Ministry. Amo, sem vergonha alguma, aquele disco do Pearl Jam, um dos melhores tributos ao Hendrix de todos os tempos. Eu divago. O 'Psalm 69' é perfeito. Absolutamente perfeito. Quatro anos depois tivemos o 'Filth Pig' (sexto álbum do Ministry). Eu tinha 16 anos, chapado com metanfetaminas em um trailer em minha cidade natal em Dakota do Sul. Meu amigo comprou a fita naquele dia e disse que odiou. Fui para a outra sala e fui recebido pelo arranjo angular de 'Reload' direto para o canto fúnebre super deprimente da faixa-título. O disco não é perfeito. É feio pra caralho. Nojento. Inflexível. Pesado. Realmente pesado. No momento em que cheguei nas faixas 'Useless' e 'The Fall' eu sabia que esse era meu disco favorito do Ministry."
Public Enemy — "Apocalypse 91… The Enemy Strikes Black" (1991)
"Desde o sample de abertura 'o futuro não tem nada além de confronto' até o beat COLOSSAL que eles soltam após a 'Bring The Noize' com o Anthrax, este sempre será meu álbum de hip hop favorito. Este disco dispara raiva e opressão em cima de uma quase trilha sonora industrial do (DJ) Terminator X. A (faixa) 'Nighttrain' se move com uma fúria maníaca do punk rock, para o funk de 'How To Kill A Radio Consultant', mas nada se compara ao capítulo do meio, 'By The Time I Get To Arizona'. Mais pesado do que tudo e mais comovente e relevante em sua mensagem mais de 30 anos depois, é uma das minhas músicas favoritas já criadas no hip hop."
Godflesh — "Selfless" (1994)
"Há algo sobre a primeira nota que precisa acertar em cheio. A maneira como os acordes cantam em 'Xnoybis' antes de atingirem um ritmo enganosamente simples, o que foi uma grande mudança em relação aos seus trabalhos anteriores. Este foi um disco de rock. Isso me atingiu imediatamente. Eu tinha 'Streetcleaner' (1989), 'Slavestate' (1991) e 'Pure' (1992), mas isso era diferente. Era estranho e bonito, parecia com a arte da capa pela qual eu estava apaixonado. Ainda é uma das capas mais lindas que já vi. A voz de Justin nessas músicas é angelical e realmente expressa um verdadeiro desejo, e os drones nela, era algo que eu realmente nunca havia ouvido antes (eu não descobriria o pós-punk até alguns anos depois, ironicamente, através do cover do Fear Factory para 'Dog Day Sunrise', do Head of David, banda do Justin). Músicas como 'Black Boned Angel' e 'Mantra' eram profundamente vulneráveis e pesadas de uma forma que eu nunca ouvi antes, além dos rolos compressores 'Anything is Mine' e 'Crush My Soul' em seu uso espartano de uma brutalidade simples. Não consigo imaginar o quanto a Columbia Records se arrependeu do acordo com a Earache quando ouviram o encerramento de quase 24 minutos de 'Go Spread Your Wings'."
Peter Gabriel — "Peter Gabriel 3: Melt" (1980)
"Eu não acredito que esse disco foi lançado em 1980. Ele poderia sair agora e eu juraria ser do futuro em sua austeridade. Um dos meus mentores artísticos adorava esse álbum, mas não curti até a idade adulta e está realmente moldando o que estou fazendo agora com o Lotus Thrones, então realmente senti a necessidade de incluí-lo. Fato interessante sobre este álbum, Phil Collins é um dos bateristas nele e foi aí que ele surgiu com seu grande som de bateria que o tornou famoso no álbum 'Face Value', com 'In The Air Tonight'. Além disso, Peter deu ao Phil e ao outro baterista, Jerry Marotta, outra exigência específica, nada de pratos. Volte e ouça este disco agora com novos ouvidos e ele realmente vai te espantar. Começando com a estranheza de 'Intruder' e indo direto para o desejo maníaco de 'No Self Control', acabamos no meu lugar favorito. O interlúdio 'Start' no que provavelmente é minha música favorita agora, 'I Don't Remember'. O refrão, a letra, o arranjo, nada fala mais ao meu coração do que isso. Claro que temos 'Through The Wire' e a poderosa 'Games Without Frontiers' também. Estou tão animado para ouvir novas músicas dele este ano."
Álbuns que Marcaram
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