David DeFeis: os álbuns que marcaram o vocalista
Por Emanuel Seagal
Fonte: Virgin Steele
Postado em 16 de novembro de 2010
Em conversa com o portal Whiplash.Net em 2010, David DeFeis, vocalista e líder da veterana banda norte americana VIRGIN STEELE, falou de seus primeiros contatos com a música, e claro, os álbuns que marcaram sua vida, confira abaixo.
"Eu nascí em um ambiente teatral e musical. Meu pai era e ainda é produtor, diretor e ator. Eu crescí assistindo seus ensaios e performances de tudo, do drama Grego a Shakespeare e Edward Albee. Ver estas produções fez com que eu começasse a ler os mais diversos mitos que eu pudesse ter em minhas mãos. Por outro lado, eu estava ouvindo as bandas de rock que meu irmão Damon e minha irmã Danae tocavam e também ouvia ópera que minha irmã Doreen ouvia. Ela estava estudando para ser uma cantora de ópera e atingiu este objetivo com grande sucesso. Havia muita empolgação na casa com todos tipos de ensaios e performances acontecendo, então eu tive que me juntar. Eu comecei a ter aulas de piano aos oito anos, e entrei no meu primeiro grupo de rock aos 11. O garoto que entrega o jornal de manhã em nossa casa era baterista. Ele era alguns anos mais velho que eu, e me informou que sua banda não estava feliz com o vocalista...então um dia enquanto estava andando pela cidade o ajudando a entregar seus jornais, eu falei sem pensar... "Eu vou cantar na sua banda", e ele disse "OK", e basicamente foi assim que tudo começou.
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Eu defino o que fazemos no VIRGIN STEELE como "Barbaric-Romantic Epic Metal". Esta é uma categoria única, e somos o único grupo neste gênero. Este estilo de música tem raízes em diversos lugares. Um lugar é o Blues, e outro é a música "clássica", especialmente do século XIX, com Chopin e Debussy. Pode ser sinfônico com todos tipos de orquestrações ou pode ser apenas piano e guitarra acústica e um vocal. É uma música ambiciosa. Além de todos elementos usados, o que a torna metal para mim é como a apresentamos. Como a música é executada significa muito! Cada nota deve ter comprometimento, e deve ser tocada como se fosse a última nota antes que o universo fosse consumido em chamas. Paixão, comprometimento e intenção são tudo.
Queen - "Queen II"
A música "The March of the Black Queen" do álbum "Queen II" é incrível! Para mim foi uma relação como estou certo que a nona de Beethoven foi para outros compositores clássicos. Eu fiquei maravilhado como toda aquela elaborada harmonia foi colocada e como te leva da primeira nota à última. Ela tem uma dinâmica incrível. A faixa pavimentou o caminho para "Bohemian Rhapsody". O segundo álbum do queen é inteiramente uma obra de arte! A habilidade de compor é surpreendente. Músicas como "March of the Black Queen", "Ogre Battle", "White Queen" e "Father to Son" são excelentes exemplos do gênero. Elas são poderosas, pérolas bem lapidadas, complexas e verdadeiramente desenvolvidas, ainda assim são acessíveis e nunca ficam presas à técnica somente pela técnica.. Elas são sempre melódicas e feitas com coração. Eu fico espantado quando penso no valor da incrível produção e habilidade de gravação empregada em gravar estes incríveis discos! As performances são dignas de estrelas, cheias de um poder majesoso e precisão superior ao dos mortais! Mas ainda mais incrível, é que por trás de tudo isso há esta "mente brilhante e criativa trabalhando. Este é um trabalho de mestre, ser capaz de imaginar estas idéias e então executá-las. Eu acredito que não haveria muitos grupos de power metal ou power metal sinfônicos trabalhando hoje se não fosse por este álbum.
Led Zeppelin - "Led Zeppelin"
Enquanto eu crescía, além de esperar compor como Freddie Mercury, eu também admirava Jimmy Page. Seu trabalho de guitarra teve um efeito direto no meu canto. Eu queria cantar como seus solos de guitarra soavam. Eu queria ser uma guitarra humana. Eu uso minha viz de uma forma instrumental. Eu não estou apenas cantando palavras; eu canto como se estivesse em um longo solo de guitarra e também sou muito percussivo em meu "approach". Eu também toco teclado como um guitarrista. Eu penso em todas coisas na forma de uma guitarra. Para mim o "I" do Led Zeppelin é outro marco. Do que ouví, Freddie Mercury também era muito apaixonado pelo trabalho de Jimmy Page, e o incrível som que ele alcançou tanto ao vivo quanto no disco. O Zeppelin I é cheio de poder cru, virtuosidade e fúria nórdica. Eles conseguiram capturar o verdadeiro som e calor de uma banda. A voz de Plant é o lamento do vento do norte. Ela pode trair ou seduzir. A bateria de Bonham é a implacável força da natureza, o baixo de John Paul Jones e o órgão/teclado são os músculos e força vital que permite o crescimento e a guitarra de Page é o raio de Zeus e o poder de Odin. Este foi um álbum sexual e também místico, um trabalho guerreiro. Paixão escorre de cada groove. Os arranjos foram bem pensados e com um grande senso de dinâmica; luz e sombra permeam o trabalho. Uma das grandes coisas deste álbum é sua espontaneidade. Eles não passaram 100 anos gravando. Eles ensaiaram um pouco, discutiram e então começaram de uma forma hardcore. E agora hoje, muitos anos após, ainda soa novo e vital. Nos dias de hoje muitos ainda estão tentando alcançar o que eles alcançaram naquelas 30 horas de estúdio. Para mim ambos álbuns ("Queen II" e "Led Zeppelin"), e estas duas bandas em geral, cristalizaram em minha mente que o metal deveria ser. Primeiramente, independente de quão técnico ou aventureiro alguem pode ser musicalmente, ele deve sempre manter o calor cru e sensualidade de onde o rock veio...do blues. Sempre mantenha o calor e o suor. Segundo, todo membro do grupo deve ter uma força verdadeira. O baterista deve ser um terremoto, um pandemônio puro, mas sempre em controle, como um vulcão. O guitarrista deve ser um exército de guitarras, e mestre de tudo relacionado as cordas, ele é o violino, viola e violoncelo da orquestra. O baixista deve fazer a terra tremer, ser uma âncora de um milhão de toneladas, a pedra base. O vocalista deve ser um coral inteiro, um banshee e um xamã, e o tecladista deve ser todo o resto da orquestra e um mestre da harmonia. Cada membro deve ser uma montanha de sons por si só, para que todos juntos, possam dominar o universo!
Black Sabbath - "Black Sabbath"
Ele continha aquela qualidade bela, doom, como se ele existisse no século XVII. Era misterioso, elegante e honesto, eu o amo até a morte.
Queen - "Sheer Heart Attack"
Não posso superestimar o efeito que o QUEEN teve em mim. Eles forma pura magicka. Eu fiquei espantado com as composições, as performances e técnica de gravação. Tudo era digno de estrelas. Eu os vi ao vivo nesta turnê e eles foram surpreendentes! A performance como um todo foi tão mágicka. Eu estava feliz apenas por estar no mesmo lugar que eles. Eles combinavam metal com uma sensibilidade operática/clássica e um pouco de teatro da Broadway, uma pura viagem teatral que eu amei.
T. Rex - "Electric Warrior", "The Slider" e "Tanx"
Incríveis músicas, simples mas ainda assim tão cheias de mundos dentro de outros mundos. Eu amo a voz de Bolan e seu estilo de tocar guitarra. Eu sempre pensei no som de sua guitarra como sendo similar ao som de Brian May. Ambos tinham aquele tipo de atmosfera sônica "estou tocando guitarra mas ela realmente soa como algo além disso".
Angel - "Angel" e "Helluvaband"
Pomposo, exagerado, uma espécie de cruzamento entre Queen e Yes. Incríveis vocais de Frank Dimino, ótimo teclados atmosféricos de Gregg Guiffria, e guitarra realmente interessante de Punky Meadows. As músicas eram inteligentes com arranjos interessantes, e as performances eram realmente sólidas.
Mott The Hoople - "Mott" e "The Hoople"
Mott The Hoople foi uma banda áspera, teatral e rebelde. Eles tinham letras realmente interessantes, arranjos bem trabalhados e uma atitude realmente durona, combinada com um approach glam "vamos chutar sua bunda". Músicas como "Violence", "Crash Street Kids" e "Marionette", eram agressivas e épicas, e faixas como "Hymn For The Dudes" ou "Ballad Of Mott The Hoople", eram delicadas e sinceras. Eles tinham tudom atitude de estrelas e grande apresentação.
The Who - "Live at Leeds"
Incrível álbum ao vivo. Selvagem, cru, apaixonado, mortal e cheio de urina e vinagre. Eles não poderiam ser melhores.
Van Halen - "Van Halen"
Chutador de bundas, original. Eles redefiniram o que bandas como Zeppelin fizeram em seu primeiro álbum. Eu também gostaria de cantar como os solos de Eddie Van Halen soavam. Roth tinha uma atitude de estrela, e uma expressiva voz "vá aos céus" e Edward levantava vôo. Ele era como um sax de jazz ou trompete, incrível!
Eu poderia continuar por dias sobre todos os tipos de álbuns. Quanto mais penso mais eu lembro, Rainbow, incrível, especialmente os três primeiros. UFO, etc...
Cheers
David DeFeis 02/11/2010
Álbuns que Marcaram
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