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Rock in Rio: a jogada de mestre que fez o festival ter tantas grandes bandas em 1985

Por Igor Miranda
Postado em 08 de julho de 2021

O empresário Roberto Medina passou um verdadeiro perrengue para fechar shows de grandes bandas, como Queen, Ozzy Osbourne, AC/DC e Iron Maiden, entre várias outras, para o primeiro Rock in Rio, realizado em 1985. O criador do evento tinha a grana, mas não era o suficiente para fazer com que os artistas topassem vir ao Brasil.

Em uma antiga entrevista ao programa "Conexão Roberto D'Ávila", da GloboNews, transcrita pelo Whiplash.Net, Medina explicou que uma jogada inusitada fez com que muitas bandas mudassem de ideia e considerassem aceitar o convite para o Rock in Rio 1985. A "tacada" envolveu o cantor Frank Sinatra, que era seu amigo pessoal, e uma conferência de imprensa que repercutiu o festival, antes mesmo de acontecer, como o "maior do mundo" - uma promessa que, na época, foi cumprida.

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Inicialmente, Roberto conta que o Rock in Rio não foi idealizado com um grande planejamento. Foi, de fato, uma proposta que surgiu da noite para o dia. Na época, o empresário considerava deixar o Rio de Janeiro, mas parecia não querer sair de lá - por isso, buscou alguma realização para que tivesse uma "desculpa" para permanecer na Cidade Maravilhosa.

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"Em uma noite, fui instigado a pensar no que faria para ficar e me justificar no Rio de Janeiro. Eu já tinha uma agência bem-sucedida, empregava pessoas, pagava imposto - tudo isso poderia me justificar, mas não era o bastante. Eu queria, antes de tomar a decisão de ir embora, fazer uma coisa importante", afirmou, inicialmente, conforme transcrito pelo Whiplash.Net.

Ele completa: "O Brasil passava por uma saída da ditadura para democracia, então me parecia o momento certo de botar a juventude mostrando a cara. Numa noite... não foi planejado. Saí de um processo de uma depressão em um dia e, à noite, fiquei acordado. De manhã, fui para a agência, eu não tinha dormido, eu já tinha o nome Rock in Rio, sabia como seria".

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Desacreditado

Apesar de ter a ideia e o dinheiro para investir, Roberto Medina foi desacreditado por quem ouvia a ideia de seu gigantesco festival. As explicações estão relacionadas ao histórico do Brasil com eventos do tipo: praticamente inexistente até então.

"Não tinha cultura anterior de evento de música. Não tinha nada. Foi uma intuição, uma visão de um projeto... acho que o Rock in Rio me buscou, não fui eu que o busquei. Cheguei na agência, ninguém acreditava em mim. Vinte e seis anos atrás, um projeto de US$ 50 milhões. O Brasil não tinha luz, não tinha som... o maior show aqui tinha sido de 40 mil pessoas", disse.

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Tal histórico atrapalhou a tentativa de Roberto Medina em fechar com grandes artistas para o Brasil. O empresário alega que recebeu, ao todo, uma resposta negativa de 70 músicos e bandas convidados em um período de 60 dias.

"Fui para os Estados Unidos contratar as bandas. Parecia simples, pois eu tinha o dinheiro... mas nada! Fiquei 60 dias em Nova York, montei um espaço fantástico para mostrar vídeos... nenhuma banda aceitou. Pensavam: 'claro que não iria acontecer no Brasil... o Brasil tinha histórico de roubar equipamento nos poucos shows que rolaram, e vocês não pagam'. Eu falei: 'caraca, mas estou aqui pronto para isso'. Mas enfim. "Depois desses 60 dias, recebi 70 'nãos'. Procurei praticamente todos os artistas", declarou.

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A jogada de mestre

Depois de tantas negativas, Medina seguiu para Los Angeles, onde se recordou de um amigo: o cantor Frank Sinatra. A sorte começou a virar.

"Lembrei de pedir ajuda ao Frank Sinatra, que mandou o relações-públicas dele, Lee Solters, me ajudar. Ele mesmo fez algumas ligações para veículos e mandou o Lee me ajudar", declarou.

A ideia de Lee Solters envolvia a realização de uma coletiva de imprensa onde o Rock in Rio seria anunciado como o maior show de rock do mundo - e em um local considerado inusitado, o Brasil. Os jornalistas compraram a ideia e a repercussão da entrevista fez com que os artistas e bandas, que anteriormente negaram a proposta, reconsiderassem e fechassem com o evento.

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"O Lee ajudou, fiz uma conferência de imprensa no próprio hotel em que eu estava, Beverly Hilton. Lotou de jornalistas. No dia seguinte, todos os jornais americanos falavam: 'o maior show do mundo, de rock, acontecerá no Brasil'. Aí as bandas fizeram fila na porta do hotel. Todas que recusaram, fizeram fila em Los Angeles", declarou.

A formação do line-up

Os dois primeiros nomes a fecharem contrato com o Rock in Rio foram Ozzy Osbourne - com a famosa cláusula o proibindo de morder animais no palco - e o Queen, nessa ordem. Em dois dias, o line-up do evento já estava todo montado, de acordo com Roberto Medina.

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"O primeiro a assinar contrato foi Ozzy Osbourne. Ele estava na Inglaterra, o Oscar (Luiz Oscar Niemeyer, produtor-executivo) foi para lá. Depois, o Queen, que o Jim Beach, empresário deles, me ajudou muito. Mas em dois dias, estava tudo fechado", disse.

A única atração que não foi contratada naquele momento foi James Taylor. Medina sonhava em trazê-lo, mas o artista estava afastado da música, portanto, não foi feita uma proposta naqueles prósperos dias de negociação.

Novamente, a sorte virou - agora, através de um amigo que tinha contato com Taylor. "Ele não tocava mais. Era uma ideia minha, mas ele tinha um problema de droga, parado com a música, foi para uma fazenda. Um cara que conhecia o James Taylor, com o casting já fechado, falou: 'James Taylor é o cara certo'. Eu falei: 'eu sei, mas ele não toca mais'. Ele disse: 'mas sou amigo dele, vou no sítio dele e quero apresentar esse vídeo'. Relutei, mas ele pediu para esperar um dia. Foi e voltou com ele, que ressurgiu para a música, ele declara isso, a partir daquela mobilização. O cara vê 250 mil pessoas cantando a música dele... é incrível", concluiu.

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O trecho da entrevista em que Roberto Medina fala sobre o primeiro Rock in Rio pode ser assistido a seguir.

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Sobre Igor Miranda

Jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital pela Universidade Estácio de Sá. Começou a escrever sobre música em 2007 e, algum tempo depois, foi cofundador do site Van do Halen. Colabora com o Whiplash.Net desde 2010. Atualmente, é editor-chefe da Petaxxon Comunicação, que gerencia o portal Cifras, Ei Nerd e outros. Mantém um site próprio 100% dedicado à música. Nas redes: @igormirandasite no Twitter, Instagram e Facebook.
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