A gambiarra que o AC/DC aprendeu quando veio ao Brasil para o primeiro Rock in Rio de 1985
Por Bruce William
Postado em 18 de setembro de 2024
Dentre os momentos marcantes do shows do AC/DC estão os canhões disparados quando a banda toca "For Those About To Rock", a "Rosie" gigante que aparece no palco quando está sendo tocada "Whole Lotta Rosie" e o gigante sino tocado quando a banda executa "Hells Bells", faixa que abre seu álbum mais famoso, "Back in Black", de 1980. "O sino veio, basicamente, do título da música 'Hells Bells'. Quando fomos gravar, eu falei que seria legal ter um som de sino real ali. Quando você cita uma ideia dessas, de início, as pessoas ficam olhando tipo: 'hã?'", disse Angus em uma entrevista ao podcast Talk Is Jericho.
Um vídeo publicado no canal oficial do AC/DC em 2016 mostra o trabalho de produção necessário para colocar o sino no palco. Como fica claro, se trata de algo nada simples, afinal estamos falando de uma peça que pesa entre 1,5 e 2 toneladas, peso que varia conforme a fonte, mas independente de ser um ou outro trata-se de algo certamente muito pesado e complicado de ser manuseado.
Em 1985 o AC/DC fez sua estreia no Brasil com apresentações que ficariam marcadas na história como uma das maiores do Rock in Rio em sua lendária primeira edição, com a banda concluindo aqui no Brasil a turnê do disco "Flick Of The Switch", de 1983.
E conforme apontou o G1 em uma matéria onde conta várias curiosidades envolvendo os 40 anos do Rock in Rio, a banda havia avisado no contrato que só se apresentaria com o cenário completo, incluindo os canhões e o tal sino, que estava previsto para descer do teto na música "Hells Bells", como de hábito.
E o sino veio de navio e deu um trabalho imenso para ser liberado na alfândega. Mas pior ainda foi constatar, na hora da montagem, que o palco simplesmente não aguentaria o peso imenso da peça, que por sinal era meramente decorativa, pois o som dos sinos que saía dos falantes durante a música eram reproduzidos de forma eletrônica. Mas a banda não se apresentaria se o sino não estivesse lá.
A solução veio por conta do cenógrafo Mário Monteiro, que conforme relata o G1: "Por conta própria e sem o conhecimento do resto da produção, tirou um molde da peça, chamou a equipe que trabalhava com ele na TV Globo e pediu um 'clone' de isopor e gesso. Assim foi feito, e o original ficou no depósito."
O AC/DC fez duas apresentações no Rock in Rio, nos dias 15 e 19 de janeiro de 1985, sem que ninguém suspeitasse que o sino não era aquele que havia sido trazido de navio. Somente depois do segundo show, relata o G1, é que Monteiro revelou o truque para a equipe do festival e da banda. Mas, ao invés de reclamações, a produção do AC/DC não reclamou e ainda pediu um favor: que eles pudessem levar o sino falso de presente, pois aquela não era a primeira vez que o problema de excesso de peso acontecia.
Rock In Rio 1985
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