O artista brasileiro que pediu para ser vaiado e disse adorar vaias no Rock in Rio 1985
Por Gustavo Maiato
Postado em 29 de julho de 2023
O Rock in Rio de 1985 foi o primeiro da história e ficou marcado na história não só pelas atrações de peso vindas de fora do país, como Iron Maiden e Queen, como também pelas vaias que muitos fãs distribuíram para as bandas brasileiras.

Em um dos dias do evento, atrações como Kid Abelha e Eduardo Dussek dividiram o dia de apresentações com nomes como Scorpions e AC/DC. Conforme relatou Júlio Ettore em entrevista ao Inteligência Ltda., Dussek chegou a confrontar a plateia e pedir que o vaiasse.
"No dia 14, do Rock in Rio 1985, tivemos Moraes Moreira, Alceu Valença, James Taylor e George Benson. Na terça, foi pega para capar! Teve Kid Abelha e Eduardo Dussek, Barão Vermelho, Scorpions e AC/DC. Esse dia o Kid Abelha foi muito vaiado. Estava chovendo, então a galera pegava barro e jogava no palco. Ou jogavam latinhas também.
Tem uma hora que a Paula Toller se estressa e mostra o dedo do meio. O Dusek confrontou a plateia. Falou: ‘Vou contar até três e vocês vão me vaiar bem alto’. Aí todo mundo vaiando. Ele dizia: ‘Eu adoro ser vaiado!’ O Barão na época tinha o Cazuza e como tinham um som mais pesado não tiveram problemas. O show foi bom. Nesse dia, o Cazuza fala que o Brasil nascerá mais esperto. A posse que daria fim na ditadura foi no dia seguinte", disse.
Rock in Rio 1985 e artistas brasileiros
Não foi só Eduardo Dussek que foi vaiado no Rock in Rio 1985. Isso aconteceu também com Erasmo Carlos, mas a situação foi diferente. Essa história foi relatada em outra matéria publicada aqui no Whiplash.Net. Quem contou foi Rick Ferreira, guitarrista do saudoso Tremendão.
"O Erasmo Carlos é roqueiro, mas não metaleiro. De cara, te digo que escalaram ele no dia errado no Rock in Rio 1985. Já começou errado. Só tinha Iron Maiden e tal no dia. Nessa época, apesar do equipamento ser o mesmo das bandas gringas, as nacionais não podiam tocar muito alto. Eu acho que foi um erro dele. Uma espécie de teimosia. Não tínhamos noção na real. Achávamos que íamos fazer o mesmo show que sempre fizemos, com baladinhas como ‘Gatinha Manhosa’. Os rocks eram no final, com ‘É Proibido Fumar’ e tal. Quando começou o show, sentimos que a coisa não ia ser legal.
Começou muita vaia. No meio do show, a vaia ficou ensurdecedora. Mal conseguíamos nos ouvir no palco. O Erasmo foi teimoso. Ele devia ter cortado músicas do repertório. Pular algumas e tocar as mais pesadas. Mas não. Senti que ele ficou meio puto com as vaias e de pirraça fez o show inteiro. Imagina no dia do metaleiro o cara tocar ‘Gatinha Manhosa’ com violão e flauta. Não acreditei naquilo. Ele manteve a postura. Ele insistiu e disse que ia fazer o show dele. Era um show grande, de 1h45min. Resolveu peitar. Não sei se ia resolver o problema, provavelmente não. Na semana seguinte, íamos tocar de novo. Era um dia mais pesado ainda, com Ozzy Osbourne. Chegou uma hora que eu estava em um estado de nervos, antes de começar o show. Minha pressão estava super alta.
Eu estava preocupado e nervoso. Eu era o diretor musical do Erasmo e chamaram ele lá embaixo do palco no escritório do Roberto Medina. O pessoal falou que estavam pensando em nos transferir para amanhã. Na hora, saiu metade do peso que eu estava sentindo. A barra estava pesada e podia ser um risco de integridade física. Eu estava a ponto de falar que não ia ficar lá no palco. Todos concordaram e pulamos para amanhã. Ele pagou um preço muito alto o Erasmo. Ele sofreu um baque grande na carreira por causa dessas vaias nessa época. Deu uma baixa na carreira, foi muita vaia. Isso refletiu a ponto de dificultar venda de shows e discos".
Rock In Rio 1985
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