Como Brasil preparou Queen para brilhar no Live Aid, segundo Brian May
Por Igor Miranda
Postado em 16 de dezembro de 2020
O Queen fez história com seu show no Live Aid, festival beneficente realizado em 1985. A apresentação, que chegou a ser retratada no filme "Bohemian Rhapsody", trouxe a banda completamente à vontade - e as passagens anteriores por Brasil e América do Sul como um todo ajudaram nesse sentido, de acordo com o guitarrista Brian May.
Em uma antiga entrevista a uma rádio, resgatada pelo canal de YouTube "Raised on Radio" e transcrita pelo Ultimate Guitar, o músico refletiu sobre o preparo do Queen para lidar com grandes públicos. Na visão dele, as apresentações em estádios da América do Sul, incluindo Brasil (em 1981 e em 1985, no Rock in Rio), e no Japão credenciaram a banda a conduzir plateias enormes com maestria.
"Esse período entre o Live Aid e os shows de 1985 em Wembley e no Knebworth, que foi o último de todos, representou o nosso auge. Foi a última turnê. Achávamos que seria a primeira entre várias turnês de estádios, mas não foram, pois foi a última que pudemos fazer com Freddie", afirmou, citando o vocalista Freddie Mercury, que já estava com Aids naqueles tempos e acabou falecendo em 1991.
Brian May destacou que nem os músicos do Queen percebiam o quão "afiados" estavam naquela época. "Nenhum de nos percebia, mas olhando os vídeos agora, acho que éramos uma máquina incrivelmente estruturada. Tudo estava no lugar certo. Pessoalmente, nossas vidas estavam uma bagunça, mas no palco estávamos entrosados e fazíamos de tudo, até improvisávamos", disse.
O entrevistador citou que ficou impressionado com o show do Queen no Live Aid. O guitarrista, por sua vez, revelou que o grande segredo para a banda ter se saído tão bem naquela performance foram as experiências anteriores na América do Sul e no Japão.
"As coisas eram diferentes naquela época. O Live Aid foi ao vivo de verdade, a maioria nem trazia seu próprio equipamento: caixas de som, luzes, tudo era compartilhado. Todos deixaram os egos de lado. E muitas coisas deram errado na parte técnica. Paul McCartney sofreu, não dava para ouvi-lo. Por sorte, tínhamos uma boa equipe técnica e demos nosso melhor. E estávamos prontos, pois tocamos em estádios na América do Sul e no Japão. Nós sabíamos como fazer aquilo", afirmou.
O músico brincou que as passagens por outros países fora do eixo América do Norte-Europa, algo pouco comum entre grandes bandas de rock até então, foi uma "vantagem injusta". "Mas também obedecemos às regras: tocar os hits. Era como uma jukebox global. Juntamos o máximo de hits em 20 minutos e funcionou", comentou.
Por fim, May refletiu que os grandes festivais atuais nos moldes do Live Aid não seguem a mesma dinâmica. "Esses shows de Olimpíadas e coisas do tipo não são mais ao vivo de verdade. Todos têm medo de se apresentar ao vivo. Tudo tem que funcionar perfeitamente, então, eles apelam para um computador rodando playback. Não é uma performance de verdade. Eu não faço isso. Se você me vê tocando em uma cerimônia, é totalmente ao vivo", concluiu.
A entrevista pode ser ouvida na íntegra, em inglês e sem legendas, no player a seguir.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
O disco de hip-hop que fez a cabeça dos irmãos Cavalera nos anos 80
Desmistificando algumas "verdades absolutas" sobre o Dream Theater - que não são tão verdadeiras
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
Max, Andreas, Fernanda e Prika falam sobre Lemmy; "Esse cara fuma 40 cigarros de uma vez?!"
Por que Charles Gavin levava discos do Black Sabbath para todos os lados
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Na época, músicos do Queen acharam que show no Live Aid havia sido "até que meio ok"
Queen realmente esteve perto de acabar antes do Live Aid
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
Os cinco maiores bateristas de todos os tempos, segundo Brian May do Queen
Brian May dá presente de Natal especial a Tony Iommi: réplica da Red Special para canhoto
O megavocalista que Axl Rose teve como seu maior professor; "eu não sei onde eu estaria"
Os 20 álbuns de classic rock mais vendidos em 2025, segundo a Billboard
A banda de rock que todo mundo que não gosta de música adora, de acordo com André Barcinski
Vocalistas: Os 10 melhores da história do rock


