Rock in Rio 1985: o pior que poderia acontecer pro metal nacional
Por Willba Dissidente
Fonte: Rock Dissidente
Postado em 11 de abril de 2017
A afirmação de ROBERTINHO DE RECIFE, dada ao documentário "Brasil Heavy Metal", de que o primeiro Rock in Rio foi uma tragédia para o Metal Nacional vai causar estranheza em muita gente. Quiçá soe tão esquisito como foi naquele janeiro de 1985 para o brasileiro comum descobrir descobrir pela Rede Globo o que era aquele tal de "Heavy Metal" e que existia tanta gente adepta do som pesado no Brasil. O guitarrista da banda METAL MANIA faz referência ao Rock in Rio chegar ignorando tudo que já existia de Rock pesado no Brasil e ainda ter acontecido sem a participação de qualquer banda ou da imprensa especializada em Metal no Brasil.
A matéria é do Rock Dissidente e contextualiza a época e aponto cinco motivos pelos quais o Rock in Rio foi um fiasco para o Metal nacional:
01 . A criação do termo metaleiro pela Rede Globo, única emissora a cobrir o evento, desrespeitando a cena existente e o próprio grupo que se considerava, identificava e se apresentava como Headbanger.
02 . Sugestionou às pessoas a escrever Rock 'n' Roll errado. Ninguém escrevia Rock IN Roll antes do Rock in Rio.
03 . Não tinha qualquer banda de Metal nacional no evento. O público de 1 milhão e oitocentas mil pessoas nos dez dias de evento queriam ver o AC/DC, IRON MAIDEN, SCORPIONS... não o Ivan Lins (sem querer desmerecer, claro)! E o festival simplesmente ignorou a existência de bandas nacionais de som similar que labutavam no underground há anos e já com discos lançados.
OZZY com camiseta do Flamengo, demonstrando saber mais de Brasil do que a Rede Globo sabia de HEAVY METAL.
04 . A mercantilização do Rock, tornando o Heavy Metal como um produto sazonal a ser vendido como pedaço de pizza, Mac Donalds e não um bem cultural. A mistura de Metal com New Wave no Rock in Rio desrespeitava os limites e características dos gêneros à favor de que pudessem ser comercializados no festival.
05 . Assim como Rock in Rio existiu sem consultar, falando de Heavy Metal sem nenhum jornalista local e sem qualquer banda nacional envolvida, a cena local continuou a mesma depois do Rock in Rio. Não houve continuidade. Não houve interesse da mídia e da industria pelo Heavy Metal nacional. Nos anos seguintes as tours de nomes como VENON, EXCITER, QUIET RIOT etc que se realizaram no Brasil foram iniciativas underground, feitas por aquelas mesmas pessoas que já se esforçavam pelo Metal no Brasil antes do Rock in Rio e continuaram suas investidas independente do festival.
Confira o texto completo no link abaixo:
http://rockdissidente.blogspot.com.br/2017/04/rockinrio.html
Claro que foi importante e o primeiro mega-festival, o primeiro de som pesado no Brasil, mas será que não poderíamos ver shows do IRON MAIDEN, AC/DC, OZZY OSBOURNE, WHITESNAKE e QUEEN (esse pela segunda vez no Brasil) sem as pérolas jornalísticas de "Eddie o Monstro", o "vocalista Brian Dickinson" etc e principalmente com (pelo menos) um representante do Metal Nacional? O festival, com seu investimento antes inimaginável, com sua publicidade digna de Copa do Mundo, aconteceu como se o Heavy Metal no Brasil, naquele momento, tivesse começado e terminado com o Rock in Rio. Para o metal nacional, o Rock in Rio foi como estar com a faca e queijo na mão, mas ao invés de cortar o queijo, se alvejasse a própria mão. Será que o festival mudou de postura nas edições posteriores?
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Rock In Rio 1985
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