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Iron Maiden: Fãs vão amar, "haters gonna hate"

Resenha - Book Of Souls - Iron Maiden

Por Doctor Robert
Postado em 04 de setembro de 2015

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

AC/DC, Ramones, Motörhead... O que essas bandas têm em comum, além do fato de serem clássicas? O fato de terem encontrado um estilo de composições que parece imutável por toda a sua discografia. O fato do ouvinte já saber exatamente o que iria ouvir a cada novo álbum por eles lançado. De alguns anos para cá, o Iron Maiden passou a fazer parte deste rol – quando você aguarda um novo lançamento do sexteto, já tem uma boa ideia do que está por vir ao apertar o play. Mas por que diabos então tanta gente critica o Maiden por isso, e não fazem o mesmo com os nomes citados anteriormente?

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Talvez a resposta esteja no passado da banda. No período tido como clássico do grupo, mais precisamente até a saída de Adrian Smith no final da década de 1980 e de Bruce Dickinson alguns anos depois, o Iron Maiden costumava apresentar uma variedade maior em seu cardápio musical. Dos primeiros discos com uma sonoridade mais urgente e direta, passando pela crueza e técnica de "Piece Of Mind" e "Powerslave", chegando à era dos teclados e dos flertes com o rock progressivo em "Somewhere In Time" e "Seventh Son Of A Seventh Son", caindo depois numa volta às origens em "No Prayer For The Dying" e flertando com uma sonoridade mais acessível em "Fear Of The Dark", pode-se dizer que havia um elemento surpresa e uma grande curiosidade a cada novo disco que a Donzela colocava no mercado.

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Acabada a "fase romântica", veio o período de vacas magras com Blaze Bayley, de álbuns irregulares alternando algumas músicas muito boas com outras plenamente esquecíveis, até que o retorno da dupla Smith/Dickinson encheu de esperança os fiéis seguidores do grupo. E "Brave New World" saciou a muitos anseios, embora nem de longe chegasse aos pés dos trabalhos mais clássicos do grupo e nem apresentasse a ousadia que Bruce arriscava em seus então últimos vôos solos ("Accident Of Birth" e "Chemichal Wedding", frutos de uma bela parceria com o guitarrista e produtor Roy Z, e ambos com a participação de Smith).

Resumindo a história toda, a partir de "Dance Of Death", o que se lê em toda resenha sobre os lançamentos do Iron Maiden é mais ou menos o mesmo – se o crítico não é muito chegado, logo vem com a ladainha de "repetição de fórmula já desgastada"; se é um fã do grupo, já alça o status de "nova obra-prima". Nunca há um meio termo.

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Posto isso, vamos rasgar o verbo: sim, o Iron Maiden encontrou uma zona de conforto. Muitas de suas composições de seus últimos trabalhos seguem sim uma mesma fórmula. Até o mesmo produtor (Kevin Shirley) tem sido mantido. E pra quê se arriscar em mudar, com quarenta anos de estrada? Não é isso o que os fãs querem ouvir? Então não há que se bater nesta mesma tecla, não adianta tentar ouvir o disco achando que vai encontrar algo completamente diferente de tudo - o que cabe discutir é se as músicas agradam ou não aos seus ouvidos.

Então vamos lá... Tentando ser imparcial ao ouvir o já tão comentado "The Book Of Souls", o que presenciamos é uma banda mais do que estabelecida como um dos maiores nomes do rock pesado da história tentando surpreender e ao mesmo tempo não desagradar aos fãs mais conservadores. Em alguns casos acertam em cheio: a abertura com "If Eternity Should Fail" já é de cara um dos melhores momentos da fase "sexteto" da banda – originalmente composta por Bruce Dickinson para sua carreira solo, é a primeira vez em que se ouve o Maiden tocando com as guitarras afinadas em "Drop D" (com a corda Mi um tom abaixo). "Speed Of Light", que já se tornou viral, muito por conta de seu vídeo clipe bem bacana, é Maiden clássico na mais pura acepção deste termo, assim como "When The River Runs Deep". Outro grande momento fica por conta de "Tears Of A Clown", com sua levada meio cadenciada, fugindo um pouco da "padronização" comentada, além do ótimo trabalho de guitarras.

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Mas nem tudo são flores. "The Red And The Black" ficou um tanto quanto cansativa em seus 13 minutos, apresentando muitos momentos pouco inspirados. A faixa título também se alterna em altos e baixos. Já em "Shadows Of The Valley" a coisa fica meio constrangedora: uma introdução meio que clonada de "Wasted Years" e várias levadas onde você já imagina, sem muito esforço, o público entoando "ô ô ô" para acompanhar – mais clichê, impossível.

O melhor, porém, ficou para o final: a épica "Empire Of The Clouds", magistral em seus 18 minutos, encerra o disco de maneira grandiosa, num verdadeiro prog-metal com direito a piano e orquestrações permeando uma das melhores músicas da história recente do grupo. Coincidentemente, também de autoria isolada de Bruce Dickinson – teria finalmente o chefão Steve Harris dado carta branca ao vocalista para voltar a se arriscar, como nos velhos tempos de "Revelations" e "Powerslave"?

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Em suma, a ideia interessante de surpreender com o primeiro álbum duplo de estúdio da banda não obteve o resultado esperado. Sim, mais um grande disco de heavy metal, de um dos maiores nomes do gênero. Mas seria bem melhor se fosse um CD simples, retirando alguns trechos e até mesmo algumas canções menos inspiradas de seu conteúdo. E continua a história: fãs vão amar, "haters gonna hate"... E os fãs mais "xiitas" vão detonar cada linha onde houver uma crítica que seja contrária à sua opinião...

Iron Maiden – The Book Of Souls (Warner)

Produzido por Kevin Shirley

Disco 1:
1. "If Eternity Should Fail" (Dickinson) 8:28
2. "Speed Of Light" (Smith/Dickinson) 5:01

3. "The Great Unknown" (Smith/Harris) 6:37
4. "The Red And The Black" (Harris) 13:33
5. "When The River Runs Deep" (Smith/Harris) 5:52
6. "The Book Of Souls" (Gers/Harris) 10:27
 Disco 2
1. "Death Or Glory" (Smith/Dickinson) 5:13
2. "Shadows Of The Valley" (Gers/Harris) 7:32
3. "Tears Of A Clown" (Smith/Harris) 4:59
4.  "The Man Of Sorrows" (Murray/Harris) 6:28
5.  "Empire Of The Clouds" (Dickinson) 18:01

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Bruce Dickinson – vocais, piano em "Empire of the Clouds"
Dave Murray – guitarras
Adrian Smith – guitarras
Janick Gers – guitarras
Steve Harris – baixo
Nicko McBrain – bateria

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Sobre Doctor Robert

Conheceu o rock and roll ao ouvir pela primeira vez Bohemian Rhapsody, lá pelos idos de 1981/82, quando ainda pegava os discos de suas irmãs para ouvir escondido em uma vitrolinha monofônica azul. Quando o Kiss veio ao Brasil em 1983, queria ser Gene Simmons e, algum depois, ao ver o clipe de Jump na TV, queria ser Eddie Van Halen. Hoje é apenas um bom fã de rock, que ouve qualquer coisa que se encaixe entre Beatles e Sepultura, ama sua esposa e juntos têm um cãozinho chamado Bono.
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