As impagáveis instruções de Bruce Dickinson para empresa de design que fez seu figurino
Por Gustavo Maiato
Postado em 21 de agosto de 2025
Bruce Dickinson sempre foi mais do que apenas o vocalista do Iron Maiden. Além da potência vocal e das letras marcantes, ele é conhecido por mergulhar de cabeça na criação artística do Maiden — inclusive nos mínimos detalhes do palco, dos figurinos e dos conceitos visuais das turnês. Em entrevista concedida em 1987 à revista francesa Hard Force (e resgatada anos depois por um fã clube da Bulgária), Bruce contou histórias inusitadas sobre como concebeu o visual "extraterrestre" da turnê Somewhere On Tour.


Segundo Bruce, a ideia para seu figurino surgiu de uma descrição bastante peculiar passada aos designers: "Imagine um cara que pousa em um planeta inexplorado, encontra lagartos alienígenas e os mata para fazer roupas com a pele deles. Foi isso que pedi à empresa de design: ‘é esse tipo de traje que eu quero’". No palco, o resultado parecia pele de réptil, mas na prática era apenas Spandex com textura reptiliana. "Ficou parecendo pele de lagarto, né? Mas é só Spandex", comentou com bom humor.

O traje não era só exótico — era também pesado. Equipado com luzes e pirotecnia integrada, o figurino somava cerca de 4 quilos, graças às baterias embutidas. "Tive algumas ideias malucas, como um coração luminoso e pirotecnia nas luvas", contou. Bruce ainda revelou que foi o responsável por incentivar os outros membros da banda a pensarem no visual com mais cuidado: "Nunca foi algo essencial pra gente, mas acho que fui eu quem iniciou essa mudança".
Além dos figurinos, o vocalista também falou sobre a importância de investir na experiência visual dos shows. "Queremos surpreender o público. É preciso investir, tanto emocional quanto financeiramente, além da parte musical", disse. "Muitas bandas não têm esse tipo de imaginação."

A entrevista também revela o lado mais filosófico de Bruce, que discorre sobre liberdade, solidão na estrada, e como a música é, ao mesmo tempo, paixão e ofício. "Um show é vender uma parte de si, como qualquer outro produto. Mas eu detestaria perder o prazer de fazer isso", afirmou. Ele ainda compartilhou uma história comovente sobre um show cancelado por problemas de saúde, em que a compreensão do público o emocionou profundamente.
O papo ainda passou por seus hobbies — como a esgrima, que ele praticava seriamente — e seu amor por livros antigos e temas como ficção científica e ocultismo. "Tenho uns 600 ou 700 livros em casa. Gosto de ler olhando pela janela do meu escritório", revelou.

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps