O guitarrista tão bom que causou medo em David Gilmour: "Talvez eu não consiga tocar"
Por Gustavo Maiato
Postado em 22 de agosto de 2025
David Gilmour nunca foi conhecido pela técnica veloz ou pela virtuosidade de guitarristas como Jimi Hendrix. Sua marca, como ele próprio já declarou, era outra: "Os dedos não são muito rápidos, mas acho que sou instantaneamente reconhecível. (…) O jeito que eu toco é aquele estilo em que as pessoas conseguem reconhecer uma melodia com peso." Foi justamente essa abordagem melódica e distinta que moldou o Pink Floyd e ajudou a transformar a guitarra em linguagem emocional e conceitual.
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Ao longo da carreira, Gilmour criou passagens icônicas em faixas como "Dogs" e "Pigs", do álbum "Animals" (1977), ou em canções mais recentes, como "Yes, I Have Ghosts". Mas, apesar da importância de seu legado, há uma linha de guitarra em particular que ele gostaria de ter assinado: "Albatross", clássico de 1968 do Fleetwood Mac, composto por Peter Green. A história foi resgatada pela Far Out e originalmente publicada pela Rolling Stone.

David Gilmour e Peter Green
Em uma sessão de perguntas e respostas ao vivo realizada em 2007, Gilmour foi direto: "Há tantas [músicas], é difícil responder. Acho que para mim, sobre a canção pop perfeita, é ‘Waterloo Sunset’, dos Kinks. Eu adoraria ter escrito essa. Absolutamente genial. Na guitarra, talvez ‘Albatross’, do Fleetwood Mac."
A admiração de Gilmour por Peter Green sempre foi conhecida. Ele reconhecia no fundador do Fleetwood Mac uma habilidade rara de contar histórias com a guitarra, mesclando folk e blues de maneira única. Não por acaso, "Albatross" — faixa etérea, quase meditativa — se tornou uma das peças mais influentes do rock britânico.
Quando Green faleceu, em 2020, Mick Fleetwood convidou Gilmour para participar de um tributo em sua memória. O guitarrista do Pink Floyd, no entanto, hesitou: "Minha primeira reação foi: ‘Talvez eu não consiga fazer isso’", confessou. A reverência ao estilo inimitável de Green quase o fez recuar.

Mas Gilmour acabou aceitando o desafio. Ao lado de Rick Vito, deu vida a uma nova versão de "Albatross", respeitosa e delicada, que trouxe emoção sem tentar sobrepor-se ao original. O próprio Mick Fleetwood reconheceu: "Ele tinha tanta reverência pelo Peter e pelas músicas que, no começo, ficou com medo. Mas fez um trabalho lindo na nova versão de ‘Albatross’. Eu fiquei emocionado."

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