Iron Maiden: Sensação de alívio e satisfação ao fim da audição
Resenha - Book Of Souls - Iron Maiden
Por Paulo Pontes
Postado em 22 de setembro de 2015
Após a excelente notícia de que Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, estava curado de um câncer na língua, veio o anúncio que muitos headbangers esperavam: a banda iria lançar seu 16° disco de estúdio no dia 4 de setembro. Intitulado "The Book Of Souls", o primeiro álbum de estúdio duplo na carreira da Donzela tem 92 minutos de duração, além de conter a música mais longa já composta pela banda, "Empire of the Clouds".
E como já virou rotina nos últimos anos, quando o Iron Maiden divulga que está trabalhando em um novo disco, começam indagações do tipo "como soará este trabalho?", "será que vamos ouvir novamente o Maiden dos anos 80?". Sem falar na galera que já detona o álbum antes mesmo do seu lançamento: "o Maiden já era", ou ainda "que saudade do Iron antigo". Mas é claro que a grande maioria espera ansiosamente todos os trabalhos dos caras.
E não é para menos, afinal, se trata de uma das maiores e mais populares bandas de Heavy Metal da história. Eu, particularmente, sou um desses ansiosos que ficaram na expectativa e na torcida por um grande álbum, não apenas na duração, mas, principalmente, na qualidade sonora e nas composições. Até que o dia chegou...
Conhecendo o disco 1
A banda já havia divulgado "Speed of Light" e seu sensacional videoclipe, mostrando a evolução dos videogames através de imagens do mascote Eddie (o jogo foi lançado dias depois, e pode ser conferido aqui). Ali já deu pra perceber que viria coisa boa. A faixa é marcante, com um riff de guitarra simples, mas digno de um clássico, e um refrão que dispensa comentários. Esse primeiro single me conquistou de cara.
"If Eternity Should Fail" abre o disco de forma épica! É quase como uma trilha sonora de uma obra-prima cinematográfica. Uma composição de Bruce Dickinson e escolha acertada para começar The Book of Souls. A já citada "Speed of Light" vem na sequência. A terceira faixa do primeiro disco é "The Great Unknow", com alguns momentos mais cadenciados e uma levada muito interessante, ela apresenta solos certeiros e executados com primor por Adrian Smith e Dave Murray. Que dupla! Eis que o baixo do ‘chefe’ Steve Harris marca a introdução de "The Red and the Black". Essa funcionará muito bem ao vivo, refrão grudento, pra galera cantar junto. Com certeza será um momento marcante nos shows. Uma das melhores músicas do álbum.
Adrian Smith mostra mais uma vez como é um grande compositor em "When the River Runs Deep", que é pesada, rápida, com um belo riff de guitarra. Refrão potente e uma melodia de primeira. Outro destaque do disco, sem sombra de dúvidas. Um dedilhado de violão, com uma bela melodia começa e termina a faixa título, "The Bookof Souls", que segue repleta de nuances e climas diferentes, dando fim a audição do disco um. A interpretação vocal de Bruce é algo para ser destacado, ainda assim, não dá pra negar que em determinados momentos do disco, seu vocal atinge um tom muito alto - dificílimo de alcançar por sinal -, mas que pode soar cansativo para alguns ouvintes. Inúmeros colegas já expressaram isso em suas críticas, não é o meu caso; gosto do timbre e da forma de cantar de Bruce. De qualquer forma, este é um fato que precisava ser salientado.
Hora do disco 2
Pesada, refrão forte, riffs certeiros e melodia marcante, assim começa o segundo disco com "Death or Glory", composta pela dupla Smith e Dickinson. Este é um verdadeiro soco na boda do estômago. Remete aos clássicos da banda e poderia estar facilmente em qualquer disco que o Maiden lançou nos anos 80. A música que vem em seguida é "Shadows of the Valley", composição de Steve Harris e Janick Gers. Talvez o momento onde o vocal de Bruce esteja mais contido, cantado em tons mais baixos. Os solos de guitarra são simples, mas, ao mesmo tempo, extremamente eficientes. No final, um coro que, com toda a certeza, será entoado em uníssono pelos fãs.
A faixa preferida de Bruce Dickinson - como ele mesmo confessou ao jornal italiano "Corrieri Della Sera" - também é uma das que mais gosto, "Tears of a Clown". Escrita pelo vocalista em uma homenagem ao ator Robin Williams, que se suicidou aos 63 anos em agosto de 2014, a música apresenta uma levada mais progressiva, com uma sonoridade pouco explorada pela banda, mas que funcionou muito bem e mostra como o álbum é variado. Destaque para o trabalho do baterista Nicko McBrain. E então chega aquela que, em minha opinião, é a mais fraca do trabalho: "The Man of Sorrows". Ela até começa com uma boa introdução, mas evolui muito pouco e não empolga. Não faria falta caso fosse excluída tracklist. Seja como for, é uma boa música, mas destoa de todas as outras.
Eis que surge o momento mais esperado da audição, a composição mais longa de toda a história do Iron Maiden, "Empire of the Clouds" e seus 18 minutos de duração. O que dizer? Como definir tal música? Obra-prima resume! De cara uma belíssima introdução de piano, executada com maestria por Bruce. Difícil não se emocionar logo nos dois primeiros minutos. Aos poucos ela vai ganhando força, além de algumas variações no andamento, que a tornam muito agradável e não soa cansativa ou repetitiva. Um final digno de um excelente disco.
A sensação no encerramento do álbum é de alívio e satisfação. Alguns questionam ou pedem o Maiden de outras décadas, reclamam que a banda não é mais a mesma, mas acho que o disco irá agradar a grande maioria dos fãs. Afinal, o que temos aqui é Iron Maiden em todas as suas fases. Isso mesmo, "The Book of Souls" traz a Donzela dos anos 80, 90 e 2000. Está tudo ali, basta ouvir para crer.
Originalmente publicada no portal Filhos da Pauta:
http://osfilhosdapauta.com.br/post.php?idPostBlog=13
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