Black Sabbath: depois de 20 anos, uma segunda primeira vez
Resenha - 13 - Black Sabbath
Por Marcelo Rosalen Cucatti
Postado em 03 de julho de 2013
A primeira vez em que realmente escutei BLACK SABBATH foi há vinte anos. Havia acabado de voltar de um passeio no shopping com meus pais e tinha em mãos o álbum Paranoid, presente de meu pai. Um disco que eu conhecia pelas famosas canções Iron Man, Paranoid e War Pigs, mas que nunca tinha detalhadamente apreciado. Eu tinha 12 anos.
Black Sabbath - Mais Novidades
Lembro-me do cheiro do disco até hoje, e, claro daquela capa estranha, a qual eu não entendia – e até hoje não entendo – com um mané empunhando uma espada e um escudo, protegido por um capacete high tech – que lembra o capacete dos pilotos dos X-Wing na saga Star Wars – e que se movimentava feito o The Flash.
O ouvir da obra proporcionou, imediatamente, a imersão num mundo criado por aquela apaixonante música soturna, cantada na voz da loucura, impulsionada pela melodia da noite e recheada de toques tribais.
Tudo parecia fazer sentido. A simplicidade da música, a potência dos riffs, o desespero da voz, a ousadia das críticas letras.
Apaixonante. Viciante. Sem dúvida, um marco para a história do rock no mundo, goste dele ou não. E não refiro-me aqui ao álbum Paranoid, mas sim à banda.
Vinte anos depois, cá estou eu, ouvindo novamente, pela primeira vez – ainda que desafiando a lógica, essa é a sensação – BLACK SABBATH.
A potência dos riffs está lá. A loucura da voz está lá, a ousadia das letras não é mais a mesma e o toque tribal praticamente desapareceu, mas, objetivamente, tais mudanças não chegam a distanciar a nova obra dos feitos setentistas.
Entretanto, algo parece fora do lugar. A sensação não é mais a mesma e, ainda que o clima esteja bem representado e que a fórmula seja a mesma – música sem refrão, riffs pesados e inspirados, transformando uma música em duas, por vezes em três – a mecânica do todo faz com que as partes transmitam aquele sentimento de "quase lá", como se faltasse alguma coisa.
Não digo que seja um disco ruim. Ao contrário. Mas a tentativa de resgatar as raízes se reflete em um soar condicionado, como se a melodia tivesse sido forçosamente direcionada, sem a naturalidade que existe no original.
As duas primeiras e a sétima canções são ótimas – ainda que a segunda seja uma repetição da primeira – têm tudo de um autêntico BLACK SABBATH e, ainda que aquém dos clássicos de outrora, captam muito bem tudo o que a banda sempre representou. Por um momento, quase que reproduzem, no velho, as sensações experimentadas pelo novo.
A quarta música é interessante, pois, ainda que seja descaradamente uma tentativa de reproduzir a clássica Planet Caravan, traz elementos modernos, como o timbre e a pegada do violão, enquanto que a sexta faixa chama atenção por combinar o que o vocalista desenvolveu com a própria banda durante a década de 70, e o que o mesmo desenvolveu em sua carreira solo.
No fim, os elementos que sempre caracterizaram o BLACK SABBATH estão lá, mas sentimento não é algo que se reproduza por razões matemáticas e, definitivamente, a empolgação do velho ouvinte não é a mesma.
É um bom disco, ainda que não seja comparável às seis primeiras obras dessa formidável banda de rock.
Em resumo, eu estou velho, e o BLACK SABBATH também.
Outras resenhas de 13 - Black Sabbath
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
Os quatro clássicos pesados que já encheram o saco (mas merecem segunda chance)
As cinco melhores bandas brasileiras da história, segundo Regis Tadeu
Guns N' Roses fará 9 shows no Brasil em 2026; confira datas e locais
Bruno Sutter aposta alto e aluga o Carioca Club para celebrar 50 anos de Iron Maiden em São Paulo
Kiko Loureiro diz o que o levou a aceitar convite para reunião do Angra no Bangers Open Air
O grupo psicodélico que cativou Plant; "Uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos"
Com mais de 160 shows, Welcome to Rockville anuncia cast para 2026
A melhor banda de rock progressivo de todos os tempos, segundo Geddy Lee
Sepultura anuncia último show na Europa
Abandonado pela banda em posto de gasolina, músico pede dinheiro para voltar pra casa
"Come to Brazil" - 2026 promete ser um ano histórico para o rock e o metal no país
A melhor banda de rock de todos os tempos, segundo Bono do U2
Quem é Alírio Netto, o novo vocalista do Angra que substituiu Fabio Lione
Bangers Open Air acerta a mão mais uma vez e apresenta line-up repleto de opções
O significado de "Não diga que a canção está perdida" em "Tente Outra Vez", de Raul Seixas
O disco pouco conhecido do Pink Floyd que traz um personagem da Marvel na capa
O dia que Andre Matos criticou a voz da cantora Marisa Monte
O baterista que fez Bill Ward sonhar em "chegar lá", e que ele conheceu depois de muitos anos
As 50 melhores bandas de rock da história segundo a Billboard
Charlie Sheen relembra encontro com Ozzy Osbourne em clínica de recuperação
A banda que Lars Ulrich chamou de "o Black Sabbath dos anos 90"
"Detecção precoce salva vidas"; Wendy relembra o diagnóstico de Dio e a luta contra o câncer
O principal cantor do heavy metal, segundo o guitarrista Kiko Loureiro
As dez músicas dos Beatles que eram preferidas de Ozzy Osbourne
Músicos originais do Black Sabbath passariam o Natal juntos, revela Geezer Butler



