Doogie White: "Ronnie James Dio é o meu herói"

Por Vitor Bemvindo
Fonte: Mofodeu
Postado em 14 de março de 2010

Doogie White é um competente vocalista escocês que ganhou fama entre 1994 e 1997 quando foi convidado por Ritchie Blackmore (ex-guitarrista do DEEP PURPLE) para fazer parte da reconstrução do RAINBOW. Apesar do fracasso comercial do disco "Strange in Us All", o trabalho vocal de White foi sempre elogiado, principalmente durante as turnês, quando ele pode desempenhar com competência alguns dos clássicos da banda, entoados originalmente por Ronnie James Dio.

Após o fim do RAINBOW, Doogie White trabalhou com o virtuoso guitarrista sueco YNGWIE MALMSTEEN. Pouco tempo depois, formou a banda CORNERSTONE, juntamente com o baixista dinamarquês Steve Mogensen (ROYAL HUNT), que foi muito elogiada pela crítica, mas que não conseguiu um grande sucesso de público.

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Atualmente, White divide o seu tempo entre o seu trabalho solo e em algumas turnês com o TANK (uma das bandas mais simbólicas da New Wave of British Heavy Metal). No começo de março, ele esteve no Brasil, em uma turnê que passou por várias cidades do país.

No dia 7 de março, ao terminar o concerto para poucas pessoas no Teatro Odisséia, Doogie White atendeu a todos os fãs, dando autógrafos e tirando fotos. Depois disso, com muita simpatia, atendeu a equipe do MOFODEU, concedendo uma pequena entrevista para o programa.

As perguntas foram feitas por Luiz Felipe Freitas, um dos apresentadores do MOFODEU. O vídeo com a entrevista completa pode ser visto em: www.mofodeu.com/blog

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MOFODEU: Como foi a turnê pelo Brasil?

DOOGIE WHITE: Eu tenho me divertido e tudo tem corrido muito bem. Na última noite nós estivemos em São Paulo. Era meu aniversário e tivemos uma grande festa. Ainda é meu aniversário. Então eu tive dois shows no meu aniversário (Nota do Entrevistador: O show em São Paulo aconteceu na madrugada de sábado para domingo e o do Rio, na noite de domingo). E eu me senti muito bem. Isso foi muito legal, muito legal!

DOOGIE WHITE: Tudo aqui esta saindo muito bem. Além do futebol e do bom piloto de F1, vocês (brasileiros) têm paixão pela música. Pode ser Rock and Roll, pode ser música folclórica – a música folclórica no Brasil é muito importante –, então... Vocês amam música.

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DOOGIE WHITE: Eu achei curioso, quando nós tocamos uma música chamada "Black Masquerade" (lançada no álbum "Strange in Us All" do Rainbow)... Quando nós a tocamos em Goiânia, percebi que poderia ser uma música brasileira, pela maneira que o Leo (N.E: Leonard Pagani, músico brasileiro que acompanhou Doggie White na turnê) toca a bateria, com uma levada completamente diferente... É brilhante!

DOOGIE WHITE: Mas o que eu mais gostei no Brasil, foram as comissárias de bordo. Nós viajamos bastante de avião por aqui e todas são deslumbrantes. Seja na Gol ou na TAM... elas são deslumbrantes. Opa! Minha esposa está bem ali! (risos)

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MOFODEU: Nós estamos com o set list do show e notamos que você encerraria o show com "Singing Alone" (canção do álbum "Human Stain", do Cornerstone). Porque você não a tocou? Nós gostaríamos de ter ouvido mais CORNERSTONE...

DOOGIE WHITE: Eu sempre tive um problema com essa música... Ela nunca foi exatamente como eu gostaria. Quando eu a escrevi, há algum tempo atrás, ela não ficou do jeito que eu quis. Eu tentei tocá-la com a banda, mas senti que não evolui. Mais uma vez!

DOOGIE WHITE: "Singing Alone" é uma música muito sensível e emotiva. Ela é muito importante para mim, uma das músicas mais importantes que eu já compus. Mas ela não ficou divertida como deveria ser. Nós tentamos algumas vezes e não funcionou, e nós simplesmente... (faz um sinal de como se tivesse abandonado a canção).

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DOOGIE WHITE: Terminamos o set com "Gates of Babylon" (N.E: do álbum "Long Live Rock and Roll" (1978), do Rainbow), um tributo a Ronnie (James) Dio. Você sabe, né!? Ronnie é o meu herói; um dos maiores, se não o maior, cantor de rock que já existiu. Ele escreveu algumas das melhores canções de todos os tempos.

DOOGIE WHITE: Eu queria chamar atenção para o Ronnie, porque ele está se recuperando de um câncer no estômago, e eu achei que seria legal tocar algumas de suas músicas. Os fãs que estiveram aqui – não tantos como Ronnie consegue – entenderam, e ele sentirá essa energia vinda do Brasil nessa noite.

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MOFODEU: E como anda o Cornestone?

DOOGIE WHITE: Nós temos quatro músicas escritas e em produção. Precisamos achar o momento certo para seguir em frente.

MOFODEU: Depende das agendas?

DOOGIE WHITE: Não. Depende de encontrar as canções certas, para seguir em frente. Eu não tinha idéia de que o Cornerstone era tão importante. Eu estou no Brasil por volta de uma semana, e todos que falam comigo dizem que adoram o Cornerstone. Eu não tinha idéia que era assim.

DOOGIE WHITE: Já que é assim, esse precisa ser o álbum mais emotivo, excitante e dinâmico... Faz muito tempo desde o ultimo álbum (N.E: "Two Tales of One Tomorrow", de 2007). Steve (Morgensen) e eu não vamos simplesmente juntar algumas músicas e lançar um álbum. Eu espero que aconteça. Mas nunca se sabe...

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DOOGIE WHITE: Então até que as canções não sejam boas o suficiente e represente a banda... Sem nenhuma pressão... Nós podemos gravar nesse ano, ou no próximo, ou no seguinte...

DOOGIE WHITE: Eu só quero que seja o melhor álbum do Cornerstone.

DOOGIE WHITE: Todo mundo me diz que adora o "Human Stain" (álbum de 2002). Eu amo o "Once Upon our Yesterdays" (2003) e "Two Tales of One Tomorrow", eles são muito bons. Mas eu quero um álbum mais "imediato", assim como foi "Human Stain". Será um grande álbum, valerá a pena esperar. Será divertido!

MOFODEU: Nós gostaríamos de ver o Cornerstone no Brasil...

DOOGIE WHITE: Eu adoraria trazer o Cornerstone pra cá. Eu falarei com o meu novo amigo Rodrigo (N.E: promotor de eventos, responsável pela turnê de Doogie White no Brasil) e ver o que poderemos fazer. Seria muito legal juntar a banda e acho que poderíamos fazer uns três, quatro ou cinco shows no Brasil. É possível... Eu vou falar com o Rodrigo ao longo da próxima semana e ver o que podemos fazer. Seria ótimo, eu espero que aconteça. Hoje nós tocamos uma pequena amostra (N.E: duas músicas do Cornerstone estavam no set), e houve bastante entusiasmo.

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