On The Road: John Paul Jones, o menos amado, talvez o mais subestimado
Por Cláudio Vigo
Postado em 09 de fevereiro de 2000
Apesar de ser o menos amado, talvez o mais subestimado de todos os seus elementos, John Paul Jones sempre foi uma usina de talento e peça fundamental na engrenagem deste monstro sagrado do rock que se chama Led Zeppelin. Todas as viúvas (muitas delas hidrófobas) só clamam pela memória de Page, Plant e Bonzo e esquecem deste músico fantástico, que faz um trabalho ainda hoje instigante e atual, como se pode comprovar ouvindo o maravilhoso Zooma, seu cd solo lançado em 99.
Depois que a vaca foi pro brejo com as quarenta vodkas de Bonzo, pouco se ouviu falar de John Paul Jones. Enquanto Plant iniciava uma carreira solo de relativo sucesso e Page tentava aqui e acolá voltar ao que fora, Jones voltou às origens de arranjador e sessionman, abandonando os holofotes e desenvolvendo trabalhos com músicos do calibre de Paul McCartney e Brian Eno. Fez algumas trilhas de filme, muitos arranjos e experimentou um pouco de música eletrônica.
Alem de um baixista excepcional, conhece música como poucos e é um tecladista bastante razoável. A verdade é a seguinte: ao invés de ficar correndo atrás de um qualquer e vivendo de um passado que não volta mais, o homem foi em frente e fez um excelente disco instrumental de música contemporânea, onde arrasa no baixo de doze cordas na companhia dos não menos inspirados Pete Thomas (bateria) e Trey Gunn (guitarras e zilhões de efeitos). É um tapa na orelha cheio de inteligência, que muitas vezes lembra as melhores coisas do King Crimson onde lirismo e brutalidade se misturam na medida certa. O homem está impossível no baixo, no auge da forma e da criatividade, o que prova que qualidade não é questão de idade e sim de maturidade e talento.
É lógico que o fã clube vai odiar o disco, afinal de contas fã gosta de coisas imutáveis onde reconheça e se reconheça na idolatria. Pergunte a um fã de Jerry Adriani se ele pode parar de cantar "doce amor". É a mesma coisa, tanto faz seja da Emilinha, Cauby ou Led Zeppelin, a cegueira de quem não suporta a evolução natural do talento é uma constante. Todo cuidado é pouco quando se chega perto da bitolação da alma e da mente. Um verdadeiro perigo que beira o reacionarismo (olha o Nazismo aí gente!)
O disco é nitroglicerina pura e bastante pesado. Algumas faixas são antológicas como "Goose" onde o baixão de dez cordas é espancado num vigoroso solo altamente vitaminado acompanhado por uma bateria simplesmente alucinante que faz lembrar Bill Bruford ou o Ginger Baker dos áureos tempos. Bass'n'Drums é um estimulante diálogo onde Jones pode mostrar toda a evolução de sua técnica que muitas vezes ficou obscurecida no grupo de origem. Pelo menos muito pouca gente citava isto na época.
Nascido em 3 de Janeiro de 1946, John Paul Jones foi arranjador e produtor de muita gente boa antes de entrar pro Led Zeppelin (Jeff Beck, Herman Hermits, Graham Gouldman, Donavan etc...) e está preparando um disco novo com os mesmos acompanhantes. Se mantiver o nível deste está valendo e muito.
Não é por nada não, mas tocando deste jeito e com essa criatividade nas composições pode até babar ou desmunhecar que isso não tem a mínima importância.
Não é o Led Zeppelin, mas está à altura do Led Zeppelin. Dá pra entender não dá? Ah! Antes que eu me esqueça, esta coluna foi escrita com Zooma explodindo nos fones!
On The Road
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Iron Maiden confirma segundo show da "Run For Your Lives Tour" em São Paulo
Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
O álbum conceitual do Angra inspirado no fim do casamento de Rafael Bittencourt
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
O disco que os Beatles chamaram de o maior álbum já feito; "imbatível em muitos sentidos"
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
Como um telefonema permitiu a participação do Twisted Sister no Bangers Open Air
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil
A banda australiana que não vendia nada no próprio país e no Brasil fez show para 12 mil fãs
Blackberry Smoke confirma quatro shows no Brasil em 2026
O que diz a letra da clássica "Roots Bloody Roots", segundo Max Cavalera
O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"

Jimmy Page faz post e comenta atual opinião sobre show do Led Zeppelin em 2007
A primeira banda de rock dos anos 1960 que acertou em cheio, segundo Robert Plant
O hit do Led Zeppelin que Jimmy Page fez para provocar um Beatle - e citou a canção dele
A "música da vida" de Kiko Loureiro, que foi inspiração para duas bandas que ele integrou
O guitarrista que uniu David Gilmour e Jimmy Page na mesma admiração; "ficamos de queixo caído"
Black Sabbath e Led Zeppelin precisaram de apenas meia hora para compor dois clássicos do rock
A música do Led que John Paul Jones penou para tocar; "o riff mais difícil que eu escrevi
O que Ritchie Blackmore pensa sobre Jimmy Page como músico; "um guitarrista estranho"


