RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

O erro que quase apagou um clássico do Led Zeppelin, salvo por um remendo genial de Page

Ex-esposa de Eddie não gostaria de ver uma cinebiografia do Van Halen

A inesperada decisão do governo do Canadá que ajudou a impulsionar a carreira do Rush

Por que David Gilmour acha um saco tocar certos clássicos do Pink Floyd, segundo o próprio

O melhor álbum da história de Neil Young, segundo o próprio lendário músico

O que significa "explica a grande fúria do mundo" em "Pais e Filhos" da Legião Urbana

O guitarrista que sacaneou Eric Clapton no meio de um solo: "Ele me ferrou totalmente!"

A categórica opinião de Nando Reis sobre "Domingo", dos Titãs

A balada de Ozzy Osbourne que "aquece o coração" de Eicca Toppinen, do Apocalyptica

Iron Maiden mudou a vida do "ex-punk" Markus Grosskopf, baixista do Helloween

O último álbum que presta dos Rolling Stones, segundo Noel Gallagher do Oasis

Produtoras explicam cancelamentos de shows do Sepultura em São Luis e Manaus

A música de John Lennon que teve uma participação secreta de sua amante

A música "pesada demais" de Ozzy Osbourne que é a preferida de Sebastian Bach

O curioso motivo que fez o jovem James Hetfield desistir das aulas de piano


Bangers Open Air

On The Road: O velho feiticeiro do piano e o Zappa do Funk

Por Cláudio Vigo
Postado em 25 de abril de 2010

Poucas coisas me lembram tanto, quanto deitar entre duas caixas de som, com o travesseiro na posição e colocar o velho tema (na época quase novidade) "Rainy Day... Still Away" de Hendrix e sempre chovia lá fora. Depois de algumas Ostras e de um pouco de muito vinho talvez possa dizer que New Orleans é o umbigo do mundo e chove demais por aqui.

Pois é, depois de longo e tenebroso inverno, estou aqui mandando notícias "On the road" na beira do rio Mississipi onde acontece o NEW ORLEANS HERITAGE JAZZ FESTIVAL. Possivelmente, quase com certeza, este sempre foi meu lugar na Amerika idealizada que todos temos dentro de nós. Berço do Jazz, da comida apimentada, da cultura creole e toda esta arquitetura de um caos que complementa o ventre da besta. New Orleans é o cartesianismo francês no meio da cabeça WASP. Tem Gumbo, Mambo e feitiço pra todo lado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Na idéia de maluco que amigos propuseram numa tarde já inesquecível: "E se a gente fosse lá?" antes que desse pra pensar, o vamos nessa foi instantâneo e estou aqui. O festival (tradicionalíssimo) fica no hipódromo local e vem meio mundo participar. Velhos hippies (sempre eles), Junkies, Freaks, Senhoras de crochê em punho, apostadores de cavalo, meninos insanos, garotas sem juízo, escoteiros, funky people... O povo vem pra terra do Quarteirão Francês ver as varias possibilidades do vento fazer a curva, e creiam, é aqui que ele faz. Não dá pra descrever o "gumbo mix" que é isso aqui. Dez palcos com atrações ininterruptas, feira de comidas, bebidas, artes, camisetas, jóias e de celebrar o prazer de estar junto e desfrutar o momento. Rola gente de Virginia a Varginha provando que tem mais interesse nisso tudo que pode imaginar nossa filosofia vã. Multidões ululando com coisas complexas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Hoje foi o primeiro de dez longos dias. Se for listar o que assisti, com atenção devota, aqui temos na ordem: Kipori Woods, Thelonius Monk Institute Jazz Ensemble, Jessé Mc Bride, Kenny Neal, Lê Roy Jones, Dr John, George Clinton & Funkadelic, The Black Crowes, Elvin Bishop e Joe Lovano.

Por um sentido estrito e estreito de comentar o que se conhece melhor vamos aqui ficar em dois episódios, as bandas mais conhecidas que tiveram mais impacto. Quando rumei para o palco onde tocaria meu velho ídolo Dr John chovia uma torrente bíblica, a fúria dos elementos me fazia temer um possível cancelamento. Lama, suor e muita cerveja passava pra lá e pra cá no enorme público. Juntei-me com vários companheiros de infortúnio de todas as partes do mundo e iniciamos uma macumba básica pra ver se dava certo. Cada minuto chovia mais e juntava mais gente. Na montagem do equipamento pude identificar velhos conhecidos na banda do velho feiticeiro. Sob intensa chuvarada adentrou o palco após um belo intróito funky, Dr John, o encosto que insiste em atormentar a alma do grande musico Mac Rebennack, caveiras, patuás e um clima de inferno creole abundavam. Após a chamada e resposta com a horn section finalmente adentra o palco cambaleando o feiticeiro da aldeia e tome polka!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Todo de roxo, chapéu de peninha, bengalinha, o velho mestre detonou sem dó nem piedade todos os velhos hits. Um cidadão ao lado que dizia do Alabama sacou um "Insane!" É isso mesmo, uma insanidade. Uma enorme poça ecoava um Woodstock afetivo e o clima estava semelhante pois todo mundo falava com todo mundo e compartilhava as cervejas disponíveis.

Jogando em casa Dr John fez bonito e um set maravilhoso muito superior à burocracia de quando tocou no Rio de Janeiro. Banda afiada de velhos conhecidos com arranjos precisos para os velhos temas, fez todo mundo cantar junto e relembrar os grandes momentos deste gigante do piano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Já que estava ótimo, porque não melhorar? Pois essa foi a proposta. Rumei imediatamente para o palco ao lado onde Mr George Clinton e o Funkadelic / Parliament sinalizavam o final dos tempos com seu apocalipse de bolso. Pandemônio foi pouco,com o palco lotado de músicos, travestis, malabaristas, strip dancers, Mr Funkenstein regeu o coro dos infernos com muita propriedade. A coisa é muito performática. Um entra e sai sem fim de temas e atrações. Tudo ao som do tonitruante mantra – We need FUNK!

Peles, plumas, patins e guitarradas hendrixianas com um pulsar de um baixão slap que marcava o tempo todo e dizia quem mandava naquela zorra. George Clinton ficava caminhando pelo palco e estimulando a bizarria do "Mondo trasho". Algumas performances foram inesquecíveis como a de uma cantora saída de um cabaré da Tolouise Street que berrou a ultima Tina Turner de nossas memórias trazendo delírio geral, outras foram inacreditáveis como a fálica de um dançarino que corcoveava em cima dos amplificadores totalmente pélvico.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Ninguém entendia mais nada... O fim do mundo estava instalado e o mestre sorria no meio da cabeleira rastafari multi colorida... deliciado com a surpresa geral. A massa (neste momento enorme como a chuva) pedia mais como se estivessem em um Coliseu. Uma guitarrista toda em couro negro e salto agulha nem piscava por trás da muralha dos óculos escuros e o saxofonista dava pinta em veludo e pelúcia grená. Meu amigo Ruy Dikram com a sabedoria dos pampas me segredou no ouvido: "É o Zappa do Funk!". Nenhuma comparação melhor poderia ter sido feita. Fim dos tempos, fim do set sob temporal intenso lavando as convenções de normalidade e bom gosto, na boca ficou um susto e um travo imaginário do sabor das água do Mississipi na construção do gueto num inferno Kitsch. Rumar pra próxima atração é a missão com a sensação que esse registro desta tarde nunca será suplantado apenas justaposto. Obrigado New Orleans, obrigado Dr John e obrigado Mr Funkestein por nos transformar em vossa criatura para além do bem e do mal. Vida que segue.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6

On The Road

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp


publicidadeMarcelo Matos Medeiros | Glasir Machado Lima Neto | Felipe Pablo Lescura | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Cláudio Vigo

Da safra de 62 , Claudio Vigo ganha a vida com a poesia, o jazz e o rock n roll. Paga as contas como arquiteto.
Mais matérias de Cláudio Vigo.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS