Paulo Ricardo comenta sobre as pandemias de AIDS e covid-19
Por Gustavo Maiato
Postado em 08 de janeiro de 2025
O cantor Paulo Ricardo viveu na pele os impactos das pandemias de AIDS e covid-19. Em entrevista ao canal de Júnior Coimbra, ele fez um relato sobre o pânico causado pela AIDS nos anos 1980 e 1990, especialmente no meio artístico, e comparou com a experiência da covid-19, comentando o contexto histórico e social de cada período.
"Eu comparo, tendo vivido o pânico que o início da AIDS causou, especialmente no meio artístico. Havia muita dúvida e um peso enorme associado à crença e ao preconceito. As pessoas estigmatizavam a doença como um 'câncer gay', algo mortal e ligado a uma culpa quase religiosa. Foi um conceito terrível."
Paulo recordou a desinformação que cercava a AIDS, agravando o medo e o preconceito: "Naquela época, o pânico era geral. Não sabíamos se beber no mesmo copo ou usar os mesmos talheres poderia transmitir. Parecia algo que estava no ar. Era tudo muito violento. A transmissão pelo sangue, as seringas compartilhadas por usuários de drogas e a questão sexual intensificavam o medo."
O cantor citou artistas como Cazuza e Renato Russo, que enfrentaram o HIV em um momento de poucas alternativas médicas. Enquanto Cazuza viveu intensamente até o fim, Renato desistiu do tratamento, o que, segundo Paulo, teria sido fatal: "O Renato, por exemplo, poderia estar vivo hoje. Ele decidiu parar de tomar o coquetel. Já o Cazuza não tinha mais para onde correr. Era muito autêntico, vivia até o fim sem arrependimentos."
Sobre a pandemia de covid-19, Paulo destacou o contraste em relação à AIDS: "Quando comparo com o coronavírus, vejo que ele é uma mutação de um vírus da gripe. Claro, é triste, muitas pessoas morreram, mas não causa o mesmo tipo de terror. Lembro do ebola, por exemplo, que parecia algo quase apocalíptico. Hoje, a humanidade lida de outra forma."
Assista a entrevista completa abaixo.
Saiba mais sobre as pandemias de AIDS e covid-19
Identificada em 1981 nos Estados Unidos, a AIDS causou pânico por sua letalidade e falta de tratamento. Segundo o site Aventura na História, a doença foi estigmatizada como a "praga gay", um exemplo de preconceito que dificultou a mobilização contra o vírus HIV. Apenas em 1987, a ONU reconheceu a gravidade da situação, incentivando medidas de conscientização, como o Dia Internacional da Luta Contra a AIDS.
Já a pandemia de covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020, conforme aponta o Brasil Escola. A doença respiratória infectou mais de 655 milhões de pessoas no mundo, causando mais de 6,6 milhões de mortes. A rápida criação de vacinas foi um marco no combate à pandemia, que ainda provoca reflexos socioeconômicos.
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