Sammy Hagar: ele prefere pegar Covid e morrer do que ter economia parada
Por Igor Miranda
Fonte: Rolling Stone
Postado em 24 de junho de 2020
O vocalista Sammy Hagar, ex-Van Halen, surpreendeu ao afirmar que prefere até pegar Covid-19, a doença do novo coronavírus, e morrer do que ter seu país, Estados Unidos, com a economia parada pela pandemia. A declaração foi feita à Rolling Stone.
Inicialmente, o cantor disse que não se importaria em fazer shows antes mesmo de existir uma vacina que previne contra o coronavírus. "Ficaria à vontade me apresentando antes de ter uma vacina, caso a pandemia esteja em queda e parecer que está acabando", disse.
Em seguida, Hagar falou que ficaria doente e até morreria em prol da economia americana. "Farei uma declaração radical. É difícil dizer isso sem incitar alguém, mas eu pessoalmente prefiro adoecer e até morrer, se for necessário. Precisamos salvar o mundo e nosso país dessa coisa econômica que vai matar mais pessoas em longo prazo", afirmou, sem citar qualquer projeção ou estudo que confirme essa hipótese. Em 6 meses, a Covid-19 matou mais de 475 mil pessoas - e o número pode ser maior, tendo em vista a subnotificação.
O ex-frontman do Van Halen, que tem 72 anos e, consequentemente, faz parte do grupo de risco da doença, pontuou: "Prefiro ver todo mundo voltando ao trabalho. Se alguns de nós tiverem que se sacrificar por isso ok. Morro para que meus filhos e netos tenham uma vida próxima da que eu tive nesse país maravilhoso. É como me sinto com relação a isso".
Por fim, Sammy Hagar concluiu: "Não vou sair por aí espalhando a doença, mas pode haver um momento em que tenhamos que fazer sacrifícios. Quer dizer... quantas pessoas morrem na Terra todos os dias? Não tenho ideia. Lamento em dizer isso, mas todos vamos morrer, cara".
Outros astros do rock foram entrevistados pela Rolling Stone, para falar do mesmo assunto. A opinião do vocalista John Fogerty, ex-Creedence Clearwater Revival, também chamou atenção por ser diametralmente oposta à de Sammy Hagar.
Fogerty refletiu que o coronavírus assusta por não ser visível e disse que não concorda com a reabertura do comércio e volta às atividades normais antes que seja desenvolvida uma vacina. Ele também destacou que não irá morrer por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ou pela economia.
"Não quero contribuir com isso. Você faz um show para 10 mil pessoas e descobre que algumas dessas pessoas morreram? Não acho que estejamos prontos para voltar antes de uma vacina. Sou mais velho e muitos da minha idade morreram. Talvez outros caras pensem que voltar seria uma boa ideia, mas eu não vou morrer por Donald Trump. Não vou morrer pela economia. Como é possível ter qualquer tipo de multidão?", disse o cantor, de 75 anos.
'É uma gripe', disse Sammy Hagar
No último mês de maio, também à Rolling Stone, Sammy Hagar comparou Covid-19 a uma gripe e disse que voltaria a fazer shows antes de ter uma vacina. O cantor está com seu novo projeto The Circle, que, inclusive, tinha apresentações marcadas no Brasil que acabaram canceladas.
"Se as coisas se acalmarem e parecer tudo ok, não ligaria em tocar em anfiteatros ao ar livre. Já falei com produtores: 'E se colocarmos esterilização por todo o espaço? Desinfetantes para as mãos também. E distribuir máscaras faciais'. É para quando tudo voltar a funcionar e quando os casos pararem de crescer. Venderíamos 10 mil ingressos de 19 mil. É uma gripe, a menos que tenha algo que eu não saiba. É como um resfriado ou uma pneumonia. Alguém sempre está pegando", disse.
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