Marcelo Falcão: cantor diz que lives viraram competição de quem ostenta mais
Por Igor Miranda
Fonte: Twitter
Postado em 06 de abril de 2020
O cantor Marcelo Falcão, conhecido por seu trabalho com O Rappa e agora em carreira solo, criticou o caminho que as lives de músicos nas redes sociais acabou tomando. Muitos artistas estão recorrendo às transmissões ao vivo para seguir se apresentando, já que a pandemia do novo coronavírus resultou no cancelamento ou adiamento de diversos eventos.
Falcão destacou que, agora, os músicos estão "competindo" com suas lives. "Essa parada de live é uma coisa pra ser de coração, como se fosse uma roda de amigos numa vibe boa. Virou competição", disse, no Twitter.
Em seguida, ele completou: "Música não é competição de quem ostenta mais. Música é sentimento, deixar fluir".
Veja:
Embora não tenha citado nomes, Marcelo Falcão pode ter um alvo com seu recado: alguns cantores, especialmente de sertanejo, que estão dando um conceito cada vez mais elaborado às suas lives. Além disso, muitos deles estão batendo recordes de acesso e anunciando doações - que, na verdade, são feitas por fãs ou patrocinadores, não por eles próprios.
A primeira live a chamar atenção pelo caráter de "superprodução" foi a de Gusttavo Lima, que chegou a ter 731 mil pessoas assistindo ao vivo ao mesmo tempo - batendo um recorde anterior que era da americana Beyoncé. No último sábado (4), a dupla Jorge e Mateus promoveu sua própria transmissão ao vivo, chegando à marca de 3,1 milhões de pessoas conferindo em tempo real.
A live de Jorge e Mateus gerou polêmica devido a uma imagem dos bastidores, que mostra uma série de pessoas trabalhando atrás de um garçom, contratado para servir a dupla entre as músicas. Muitos alegaram que os cantores estavam contrariando a recomendação de isolamento das autoridades de saúde e colocando em risco os funcionários da equipe.
Após a polêmica, a assessoria da dupla revelou que 18 pessoas trabalharam na live, com revezamento na produção, e que precauções foram tomadas, como uso de máscaras, luvas e álcool em gel.
Outro artista criticado por sua iniciativa de lives foi Léo Santana. O cantor de axé disse que doaria 10 cestas básicas para comunidades de Salvador, na Bahia, a cada 10 mil pessoas que entrassem para assistir. "Se bater 100 mil pessoas, 100 cestas", exemplificou.
Além de condicionar o ato beneficente à audiência, a afirmação de Léo Santana acabou deixando implícito que poderiam ser doadas apenas 10 cestas básicas se não batesse a primeira meta de público. Após a repercussão negativa, ele se desculpou nas redes sociais.
Ele explicou que a intenção era aumentar doações com público cada vez maior. Ele disse, ainda, que ninguém tem obrigação de ajudar, por isso, foi uma atitude vinda de seu coração. "Não serão dez cestas básicas doadas. Seria muito injusto da minha parte – até burrice – usar a minha rede social para divulgar dez cestas básicas, como as pessoas interpretaram. Eu mesmo peço desculpas se me expressei de forma errada", afirmou, sem responder ao questionamento principal: utilizar-se de uma situação de fragilidade para aumentar seu público na internet.
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