Iron Maiden: não gostar de "Senjutsu" não te torna menos headbanger que ninguém
Resenha - Senjutsu - Iron Maiden
Por Mateus Ribeiro
Postado em 24 de setembro de 2021
A banda britânica Iron Maiden lançou no dia 3 de setembro seu décimo sétimo trabalho de estúdio. Intitulado "Senjutsu", o álbum sucede "The Book Of Souls", que foi lançado em setembro de 2015.
"Senjutsu" foi anunciado em julho. Como acontece com todo disco lançado por Steve Harris e seus camaradas, o trabalho gerou muita expectativa por parte dos fãs, que costumam encarar o Iron Maiden como a maior (e única) banda que já pisou no Planeta Terra.
Pois bem, o tempo passou, "Senjutsu" viu a luz do dia e este humilde escriba resolveu ouvir o disco, principalmente após ler e ouvir inúmeros comentários positivos, que me fizeram acreditar que o disco era a laranja mais saborosa da quitanda.
Confesso que após "Dance Of Death" nunca esperei muita coisa do Iron Maiden. Não que a banda precise provar mais alguma coisa para alguém, ou que o meu gosto pessoal seja parâmetro para alguma coisa, mas sinceramente, eu nunca fiz esforço algum para conseguir gostar do que foi lançado de 2003 em diante. Como você vai perceber no decorrer do texto, as coisas não mudaram muito.
Apesar de ter ouvido a obra sem esperar, a sensação que tive após ouvir "Senjutsu" foi a mesma que tive após ouvir "The Book Of Souls", "The Final Frontier" e "A Matter Of Life And Death". Trata-se de um trabalho bem feito, que agrada em cheio aos fãs da banda, mas não empolga quem não é membro da Igreja do Sétimo Filho do Sétimo Filho. Não senti aquele "punch" ou a paixão instantânea que alguns discos (do Maiden e de outras bandas) me fizeram sentir.
É claro que não vou cravar que "Senjutsu" é uma porcaria, pois estamos falando de uma banda que nunca fez e nunca fará um "St. Anger" da vida. Exceção feita pela tenebrosa capa de "Dance Of Death", o Iron Maiden nunca fez algo sem qualidade e isso não acontece com o seu disco mais recente, que apesar de chato, não foi feito de qualquer jeito.
Apesar de "Senjutsu" não ter chamado muito a minha atenção, gostei muito de três músicas, que representam 30% do disco (pouca coisa, não?).
"The Writing On The Wall", primeira música do novo álbum divulgada pela banda, se desenvolve muito bem, até cair em seu excelente refrão. E o refrão também é o ponto alto da faixa "Days Of Future Past", que é mais rápida, direta e lembra as músicas "lado b" do excelente "Brave New World". A (literalmente) grande "Hell On Earth" também é uma composição muito legal, que evolui muito bem e tem uma letra profunda.
Quanto aos "pontos fracos" do disco, a faixa-título é arrastada, fica em um eterno "não faz e não sai da moita". Talvez, se não fosse a primeira música, funcionaria melhor, mas qualquer pessoa sem paciência desistiria de ouvir o restante do trabalho nos cinco primeiros minutos dessa valsa para samurais.
A rápida "Stratego" é até animada, mas no final das contas, empolga tanto quanto uma cerimônia de batismo e tem um teclado inconveniente no refrão. Aliás, na maioria das vezes que o teclado aparece no disco, surge com o volume lá em cima.
As demais faixas são um tanto quanto cansativas e as longas introduções não me atraíram muito, principalmente a da faixa "The Parchment", que demora pra pegar mais do que carro a álcool no frio.
Pois bem, ouvi o disco duas vezes. Não tenho muita vontade de ouvir novamente e não o farei, afinal de contas, cada um ouve o que bem entende e lhe faz bem, seja Iron Maiden, seja Carcass, seja Gian & Giovani. Definitivamente, "Senjutsu" não me pegou. E como dizem os irritantes jovens adultos, "tá tudo bem".
Não há problema algum em não gostar de um trabalho. O problema reside na arrogância de alguns fãs e defensores da banda, que se acham superiores por que conseguiram compreender a complexidade da obra. Parabéns, mas isso não te torna mais headbanger que ninguém. Fosse assim, os fãs de Dream Theater iriam liderar eternamente o quadro de medalhas das Olimpíadas do metal.
O guitarrista Herman Li, da banda Dragonforce, chegou a insinuar que quem não gosta dos elementos presentes no disco, provavelmente não gosta de heavy metal. É mole?
Eu, Mateus Ribeiro, não gostei de "Senjutsu", a não ser das três músicas que mencionei alguns parágrafos atrás. Pode ser que daqui um tempo, eu passe a gostar, mas acho difícil. Se eu preciso ouvir um disco mais que três ou quatro vezes para gostar, então, eu não estou apenas ouvindo, mas sim, tentando enfiar algo na minha cabeça.
"Senjutsu" não é uma desgraça completa, nem um trabalho que merece ser execrado. Por outro lado, também não está acima do bem e do mal, como alguns fãs emocionados estão o tratando.
Resumidamente, "Senjutsu" é um prato cheio para os fãs da banda. Para quem não liga muito, é uma refeição indigesta, como aquela estampada no CD "Piece Of Mind".
Se você gostou de "Senjutsu", faça bom proveito. E se você não gostou, não é menos metaleiro que ninguém (tampouco merece aplausos ou condecorações). Aperte o play e seja feliz (ou não).
Álbum: "Senjutsu"
Artista: Iron Maiden (Inglaterra)
Data de lançamento: 3 de setembro de 2021
Faixas
"Senjutsu"(Smith/Harris)
"Stratego" (Gers/Harris)
"The Writing On The Wall" (Smith/Dickinson)
"Lost In A Lost World" (Harris)
"Days Of Future Past" (Smith/Dickinson)
"The Time Machine"(Gers/Harris)
"Darkest Hour"(Smith/Dickinson)
"Death Of The Celts" (Harris)
"The Parchment" (Harris)
"Hell On Earth" (Harris)
Formação
Bruce Dickinson: vocal
Dave Murray: guitarra
Adrian Smith: guitarra
Janick Gers: guitarra
Steve Harris: baixo
Nicko McBrain: bateria
Iron Maiden - O álbum "Senjutsu"
Outras resenhas de Senjutsu - Iron Maiden
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