Iron Maiden: Um álbum para coroar a (nem tão nova) fase da banda
Resenha - Senjutsu - Iron Maiden
Por Rafael Prado
Postado em 12 de setembro de 2021
Sabemos que os fãs saudosos dos clássicos dos anos 80 irão torcer o nariz para qualquer coisa que não seja outro Powerslave. Mas é preciso analisar SENJUTSU dentro do atual contexto da banda. Músicos maduros e sexagenários que insistem em criar coisas diferentes a cada álbum (mas sempre mantendo o DNA da banda). Tendo dito isso, vamos as faixas do 17⁰ álbum de estúdio da Donzela:
SENJUTSU - É uma abertura ousada. Com uma levada tribal que prepara o caminho para a temática dos guerreiros samurais japoneses. Estamos no meio de uma batalha e a vida não está fácil. Nicko e Bruce se destacam. Mas as guitarras já deixam claro que não estão pra brincadeira. Bom início!
STRATEGO - Será que Harris acena pro chinês Sun Tzu e seu "A Arte da Guerra"? Pensava assim, mas o vídeo deixou claro que é uma referência ao jogo japonês. Musicalmente falando, me parece a segunda parte de uma abertura genial (que o show nos brinde com essa dobrada logo de cara). Com (talvez) um teclado sobrando, a cavalgada maideniana nos entrega uma excelente música, com um refrão que não sai da cabeça! A performance do Bruce é fantástica! Uma canção no estilo clássico da banda!
THE WRITING ON THE WALL - Não dá pra falar dessa música sem falar no clipe. Uma obra prima, na minha opinião. As referências do clipe são tantas que renderiam uma resenha completa. O som é um hardzão maidenizado calculado milimetricamente em todos os seus detalhes. O tema é o melhor do disco, na minha opinião. A utilização de uma história bíblica para trazer um alerta sobre o atual "estado da arte" da humanidade foi genial. Bruce é um liberal inglês, mas parece ter um pouco mais de senso crítico. Será que a humanidade perceberá os cavaleiros do apocalipse a tempo? Can you see them riding? Riding next to you!
LOST IN A LOST WORLD - A introdução parece outra banda, né? Não fosse pelo Bruce, poderia ser um Pink Floyd da vida. O encerramento me prendeu durante as primeiras audições. Uma letra linda e a execução brilhante de Bruce Dickinson ganharam minha atenção. A levada da música me lembrou o Brave New World. Um excelente refrão e ótimos solos! Achei uma música muito arrumada. Uma estrela pra dizer que está entre minhas prediletas.
THE DAYS OF FUTURE PAST - Que refrão! Quando escrevi pela primeira vez esse texto, não havia achado a referência da letra. Bruce já entregou que é o anti-herói Constantine. O som me lembrou a pegada do Dance of Death. Gostei bastante do resultado final da rapidinha do disco!
THE TIME MACHINE - O nosso viajante do tempo é inspirado no livro de H. G. Wells? É provável. Sei que a música me lembrou um pouco o Deep Purple mais recente. Mas sempre com o DNA do Maiden. Muito boa!
DARKEST HOUR - É linda. A referência é mais que óbvia, né? Para mim, entra no Hall de melhores baladas do Maiden. Adrian Smith está de parabéns!
DEATH OF THE CELTS - Sua óbvia melodia inicial que remete às músicas celtas é um baita acerto do patrão. Imersos na história do povo celta vamos até o final cantando a plenos pulmões. Quem não gosta das trilhas sonoras do Harris para filmes que ainda não foram filmados que fique reclamando. Eu adorei.
THE PARCHMENT - Sombria e densa em sua primeira parte, com uma letra fantástica. Até sua metade é uma música pesada e introspectiva. Obscura. Depois muda um pouco o ambiente, cresce e oferece o que pra mim é o melhor trabalho das cordas nesse álbum. Estou caçando a referência para a estória da canção. Será um livro que o patrão leu? Ainda não achei. Mas a letra foi uma das mais belas que já vi. Aliás, em todo álbum, esse quesito me parece andar bem. No final, a banda acelera o riff e dá uns 2 minutos adicionais para mais alguns solos de guitarra. Eu é que não vou reclamar. E você? É minha predileta até agora.
HELL ON EARTH - Uma canção contemplativa. Antes do Bruce começar a cantar, você já conhece quase toda estrutura da canção. Um clássico do Harris e mais uma reflexão sobre a relação do soldado com a experiência na guerra. Consegue ser empolgante até o final. A melodia agrada bastante! Vai funcionar bem ao vivo!
Enfim, o Iron Maiden dobrou a aposta na receita e entregou o que pra mim é o melhor álbum dessa (nem tão) nova fase da banda. Gostei da produção. A capa minimalista me agrada. Parem de enfiar cenários nela! Um clássico!
Vejo vocês no show! Up the irons!
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