A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de dezembro de 2025
Quem viveu a cena do rock pesado no Brasil nos anos 2000 sabe como algumas bandas pareciam gigantes, mesmo sem tocar em rádio, sem "prateleira" clara e sem aquela estrutura que transforma um projeto em fenômeno nacional. Casas cheias, comunidade barulhenta no Orkut, fórum fervendo, camiseta na plateia, turnês crescendo no boca a boca - por dentro, a sensação era de que "agora vai". Por fora, a conta nem sempre fechava do jeito que o mito sugere.
Matanza - Mais Novidades
Foi exatamente esse choque entre percepção e realidade que o Marco Donida, guitarrista, compositor e fundador do Matanza, hoje no Matanza Inc., comentou em entrevista ao Dona Mara Cast, ao falar sobre a fase em que a banda começou a lotar lugares como Hangar e Cazebre, a construir uma base fiel e, ainda assim, ouvir por aí que já era "gigante".
Donida explica que, no começo, o grupo tinha o essencial para soar bem - estúdio, gravações fortes e um aliado importante nesse processo. "Ainda bem que teve um Rafa que apostou e falou assim: 'Mano, vamos gravando porque, né, as músicas são boas e o material é bom'", disse, lembrando como o produtor (que ele chama de "quinto Matanza") foi decisivo enquanto a banda ainda era "perdida" fora do estúdio.
A virada, segundo ele, não veio de um "estouro" mágico, mas de um trabalho de formiguinha com uma base que estava "represada" e foi se revelando aos poucos. "Começou a vender… já tinha uma porrada de disco, tinha uma galera represada", relata. E quando começaram os shows com mais público, a surpresa era real: "De repente eu fazer show… da onde saiu esse povo? Tá represado".
O problema do Matanza
Mesmo assim, Donida faz questão de derrubar a romantização de que o Matanza foi um colosso comercial. "Nunca foi, nunca foi, né? Nunca foi mesmo. Mesmo no auge. Nunca foi", afirma, explicando que a banda até "parecia maneiro", mas a realidade aparecia onde não dá pra discutir: "Sabe onde é que a gente via isso? Na bilheteria".
E aí vem a frase que resume o desabafo - e que inspira o título desta matéria. "As pessoas estranham, falam assim: 'Não, mas pera aí, ó, a banda era gigante'. Falei: 'Bicho, a banda não é gigante… Eu fiz todas as músicas e todas as letras. Se a banda fosse gigante, eu tava rico. Cadê meu Honda Civic?'", dispara Donida, no Dona Mara Cast, ao desmistificar a ideia de grandeza automática só porque a banda lotava casas e tinha barulho na internet.
Confira a entrevista completa abaixo.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Show do System of a Down em São Paulo entre os maiores momentos do ano para revista inglesa
Brian May escolhe os 5 maiores bateristas e inclui um nome que poucos lembram
A música "complicada" do Pink Floyd que Nick Mason acha que ninguém dá valor
O vocalista que o Black Sabbath deveria evitar, de acordo com Ozzy Osbourne
O guitarrista que Neil Young colocou no mesmo nível de Hendrix, e citou uma música como "prova"
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Disco do Pink Floyd atinge o topo das paradas do Reino Unido 50 anos após lançamento
A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
O músico que atropelou o Aerosmith no palco; "Ele acabou com a gente"
Novo boletim de saúde revela o que realmente aconteceu com Clemente
Com shows marcados no Brasil em 2026, Nazareth anuncia novo vocalista
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
A música "esquecida" do Dream Theater que fala sobre pilantragem
As três bandas clássicas que Jimmy London, do Matanza Ritual, não gosta



