Iron Maiden: Depois de anos, o nascimento de um novo álbum dos ingleses
Resenha - Senjutsu - Iron Maiden
Por Neto Almeida
Postado em 05 de setembro de 2021
Depois de anos, estamos presenciando o nascimento de um novo álbum dos ingleses.
Muito se esperou e se especulou sobre como seria esse novo play, em vista do grande marketing feito sobre a sua pré divulgação e caça ao tesouro, quando da apresentação da The Writing On The Wall e logo após, com o anúncio surpresa da Stratego.
Eis que então no dia 03/09, o tão aguardado Senjutsu viu a luz do mundo.
Bem…
Vamos resenhar esse trem.
O play inicia com a faixa título já arrebentando tudo! Senjutsu é uma faixa densa e carregada. Letra evocativa e muito bem feita. Sonoramente é bem diferente do que já foi feito pelos senhores ingleses. A melodia que acompanha o refrão é sensacional, mas a abertura do lick parece um plágio do falecido Gary Moore. O teclado se encaixa bem nessa música. Daria 8/10.
Stratego, dentro do play, dá uma renovada na energia após o arraste bélico da Senjutsu. Faixa legal, mas aquela linha de guitarra acompanhando o vocal, é bem dispensável. Cavalgada, baixo pulsante, vocal nas alturas. Solo bem característico do Gers. Maldito teclado no refrão. 7/10.
The Writing On The Wall. Minha favorita até agora. Composição muito bem feita. Diferente e com novos elementos. O vocal do Bruce está sensacional. Vale um destaque para a dobra entre o solo do Dave e a maravilha que o Adrian executa na sua vez de solar. Puta trampo legal na bateria. 9/10.
Lost In A Lost World. Aqui começa a desandar tudo.Introdução com arranjo legal legal, lembra bem a carreira solo do Bruce, mas quando entra a música de fato, a repetição do riff fica cansativa demais. Ponte e refrão bem legais, mas falta energia. A música fica muito massante dos 4:30 pra frente. Se ela tivesse sido mais lapidada pelo produtor, seria uma boa música. Tem um bom trabalho de guitarras, mas fica por isso mesmo. 5/10.
Days Of Future Past, abre arregaçando tudo! Dá aquela renovada na audição, depois da chatice anterior. Do nada uma quebra de ritmo e caímos num riff bem cara de ASAP, ou Psycho Motel, claro, é uma música do Smith com seu parceiro Bruce. Isso sempre dá certo. Música rápida, direto ao ponto. Refrão nos ares. Solo bem normal do Smith, mas é uma faixa que vai muito bem ao vivo. 8/10.
The Time Machine, começa pesada, densa e bem com cara de que " já vi isso antes’’. Bruce narrando cria um clima muito intimista. Tudo corre normalmente até vir o riff principal que conduz a música até a exaustão. Faltou uma variação de tema aqui pra não deixar a coisa tão massante. Ali pelos 3:10 temos uma cavalgadinha, guitarras dobradas e o Bruce mandando bem. Mais uma vez faltou produtor para lapidar a faixa e tirar melhor proveito da ideia original. 6/10
Darkest Hour. Começa com barulho de mar e gaivotas (?), e cai numa linha bem citada pelo Bruce, vocal segue crescendo até chegar à ponte e depois ao refrão, esse meus amigos, que coisa linda! Música vai ser um regaço ao vivo! Adrian faz o seu solo mais bonito no disco aqui. Tremendo bom gosto ao conduzir sua Jackson. Aquela improvisação no último refrão ficou maravilhosa! Dave destruindo! 9/10
Death Of The Celts. The Clansman 2.0. Sem mais. Pior que é isso mesmo. Faixa segue bem, mas mais uma vez a repetição fica massante e a cara de que já ouvimos essa fica gritante. Boa faixa, mas podia ser mais criativa. 6/10.
The Parchment. Essa faixa parece que veio do TBOS, riff bem legal, teclado criando uma atmosfera, mas nada que seja mais que apertar uma tecla. Jannick segue acompanhando a linha vocal, não acrescenta nada. Podia, mais uma vez ter sido trabalhada pelo produtor, mas sabemos que isso é impossível. Harris manda na porra toda. Quando já não aguentamos mais, a música vira um Heavy poderoso e rápido. Isso salva bem o final da faixa antes que eu me mate tentando entender pra que deixar uma coisa ficar tão longa sem necessidade. 6/10.
Hell On Earth. Cara de X Factor com When The Wild Wind Blows. Até que do nada a coisa vira um galope sensacional, acompanhado de uma linha melódica bem simples mas eficiente. Bruce tá sensacional aqui. Bom trabalho de guitarras. Tudo corre muito bem até as alavancadas brutais do Dave que entregam um pua solo, logo depois seguidos pela classe do senhor Smith. Quebra o tempo e caímos numa passagem bem legal. Vamos para mais um trecho narrado e Bruce explode com sua magnífica voz! Love With Anger! Melodias e fade-in … 10/10.
Chegamos ao fim de mais um álbum da Donzela, possivelmente o último? Não sei. Sei apenas que depois de eras fazendo o melhor do Heavy, sem precisar provar mais nada pra ninguém, somos presenteados ainda com um disco bem inovador e construído.
Há diversos altos e baixos, mas os caras seguem firmes e com fome de fazer música.
Destaco aqui, o trabalho do Nicko, que segue sendo um pilar para a banda e um dos melhores bateristas da sua geração, entregando sua melhor performance desde a entrada na banda. Bruce é vinho. Envelheceu bem e segue em grande nível. Adrian apresenta ótimo gosto nos seus solos.
Pontos baixos, podemos citar principalmente a dominância de Steve na produção e a falta de punho do produtor para cortar o que precisa ser cortado e lapidar as músicas. Vocal mal mixado. Trechos repetidos à exaustão e sem conexão com o restante da música.
Trata-se de um álbum que não vai agradar a todos mas, continua sendo uma alegria poder ver a maior banda do mundo entregar novidades num tempo onde tudo é descartável e volúvel.
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