Tommy Bolin: Os excessos estavam acabando com aquele cara
Por Bento Araújo
Postado em 25 de março de 2004
Aquele jovem guitarrista voltava pra casa absolutamente irreconhecível. O tímido e charmoso garoto que tinha optado em abandonar a escola ao invés de ter que cortar seu cabelo estava com a saúde abalada após passar pouco menos de um ano com o Deep Purple. Sua personalidade havia mudado completamente, os excessos estavam acabando com aquele cara...
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Após o show de Liverpool o Deep Purple finalmente encerrava suas atividades, cancelando uma tour pela Alemanha e mandando Tommy Bolin de volta pra casa. O anúncio oficial sobre o fim do grupo só seria divulgado em julho de 1976, quando Tommy já estava preparando seu segundo disco solo, "Private Eyes".
Nessa época remontou uma nova versão de sua banda, a The Tommy Bolin Band com Mark Stein (ex-Vanilla Fudge e Boomerang) nos teclados e Narada Michael Walden na batera, entre outros. Excursionou abrindo para Robin Trower e Steve Marriot e ainda arrumou tempo de gravar algumas sessões com a banda canadense Moxy.
Seus discos solo eram um perfeito retrato de seu estilo de vida intenso e sempre perigoso. Teaser mesclava peso e swing como na sexy faixa título, além de belos temas como ’Lotus’, ‘The Grind’ e na excepcional ‘Dreamer’, em que ele dividia os vocais com Glenn Hughes. ‘Wild Dogs’ e ‘Homeward Strut’ às vezes pintavam no set do Purple. Outra paixão do guitarrista eram as músicas instrumentais com tempero jazz e as baladas. "Private Eyes" seguia o mesmo caminho e trazia um repertório elegante como ‘Shake The Devil’, ‘Someday Will Bring Our Love Home’, ‘Post Toastee’ e ‘Bustin’ Out For Rosie’ trazendo sempre o vocal marcante e peculiar de Bolin.
Bolin ia fazendo shows em pequenos clubes com sua banda e entre seus planos estava formar um super grupo ao lado de Billy Cobham e Glenn Hughes, o que nunca chegou a acontecer.
No dia 03 de dezembro de 1976, Bolin estava em Miami e abriu o show de Jeff Beck no Jai Alai Fronton Hall Club. No bacsktage posou para fotos ao lado de Beck e voltou para o hotel. Chegando lá, Bolin estacionou no Bar do hotel e tomou vários drinks, como de costume. Depois por volta da 1:00 da manhã subiu para o quarto de seu guarda costas, onde se encontravam cerca de 20 pessoas. Em seguida rumou para o seu quarto com a namorada e no meio de uma ligação telefônica apagou. A moça foi ao quarto do segurança do guitarrista pedir ajuda e quando este chegou, Bolin estava desacordado. O guitarrista foi colocado sem roupa debaixo de uma ducha gelada, mas não esboçou nenhum sinal de melhora. Deitaram o guitarrista na cama, mas como ele havia consumido heroína, valium e álcool todos ficaram temerosos em chamar um médico.
Por volta das 3:00 da manhã a respiração de Bolin foi ficando cada vez mais fraca e esparsa e os roadies deixaram o guitarrista deitado somente com sua namorada no quarto. A moça, vendo que Bolin estava realmente num péssimo estado, chamou os médicos somente às 08:00 da manhã. O guitarrista havia sido sufocado por uma espécie de paralisação muscular causada pela overdose. Tarde demais. Bolin estava morto antes mesmo da ambulância chegar. O legista alegou ter achado quatro marcas recentes de agulhas e o atestado de óbito indicou overdose por heroína, morfina, lidocaína e álcool. Bolin estava com 25 anos de idade.
O enterro foi realizado em Sioux City em uma cerimônia organizada pela família para 350 convidados. Uma ex-namorada de Bolin, Karen, voou de Londres para Iowa para comparecer ao funeral e trouxe consigo um anel que foi colocado por ela no dedo do guitarrista antes do sepultamento. O anel tinha sido presente do manager do Deep Purple, Rob Cooksey, que ofertou a jóia ao guitarrista. Segundo o manager, Jimi Hendrix estava usando esse anel quando morreu e a namorada de Bolin havia guardado a peça com ela porque tinha certeza que Bolin provavelmente perderia a jóia. Histórias do mundo do rock...
Poeira
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