Jerry Lee Lewis: o dia em que ele quase matou John Lennon
Por Bento Araújo
Postado em 23 de setembro de 2005
Cerca de um ano após o lançamento do álbum de Jerry Lee Lewis, London Sessions, que contava com a participação de Rory Gallagher, foi agendado um show do pianista mais rocker do mundo no famoso clube Roxy, em Los Angeles. Astros da música e do cinema foram convidados especialmente para a ocasião, assim como produtores, empresários e as groupies mais quentes da redondeza.

O show ia muito bem até que John Lennon chega no local e começa a chamar mais atenção da platéia do que o próprio Jerry Lee Lewis. De cabelos curtos e calmamente sentado no balcão do Roxy, Lennon parecia não se intimidar com o tumulto que começava a se formar ao seu redor.
Todo mundo comentava algo e as atenções estavam viradas para Lennon. Jerry Lee furioso, começa a tocar uma versão selvagem para "Jerry Lee Rag", porém nada que acontecia naquele palco parecia desviar a atenção do pessoal, até que Jerry manda a banda parar de tocar e começa a falar no microfone um monte de besteira sobre os Beatles e o quanto as músicas deles eram uma merda. Mete o pau também nos Stones, bradando que ninguém fazia Rock nesse mundo como ele próprio.

Lennon adorou a atitude de Jerry, subiu no balcão e ficou gritando em direção ao palco: "podes crer, os Beatles eram uma bosta mesmo cara!"
Todo mundo começou a dar risada da situação e Jerry não entendeu nada, pensando que Lennon estava mandando-o ir tomar naquele lugar...
Jerry arrastou o piano pelo palco e o destruiu em pedaços... o pianista sempre andava armado e pela sua reação parecia que ele puxaria sua arma a qualquer instante e começaria a disparar na direção de Lennon! O público começou a deixar o local e o clima ficava cada vez mais tenso até o show ser interrompido e Jerry Lee ser levado à força para os camarins.


Rory Gallagher, que era convidado especial de Jerry, achou uma boa ir até o backstage acalmar o amigo, afinal de contas, o relacionamento entre os dois no estúdio tinha sido muito bom. Donal, irmão e empresário de Rory, tentou impedi-lo falando que Jerry iria, no mínimo, espancá-lo. Só deixou Rory seguir em frente com a condição de que ele e o segurança pessoal dos irmãos Gallagher, Tom O'Driscoll (também presente na ocasião) fossem juntos.
Jerry estava sentado sozinho e de cabeça baixa, no camarim, completamente vazio. Obviamente até o mais durão membro da equipe do astro estava se escondendo de medo naquele instante. Rory se aproximou e sentou-se ao lado de Jerry que estava ainda vermelho de ódio. Antes que qualquer palavra fosse dita, a porta se abre e John Lennon entra no camarim!

Um silêncio mortal se instalou e sem que ninguém esperasse o gigantesco guarda-costas de Gallagher se atira de joelhos na frente de Lennon e começa a chorar! O sujeito beijou a mão de Lennon e falou: "Eu esperei mais de vinte anos para conseguir um autógrafo do rei do Rock n' Roll!"
Agora sim o juizo final estava por vir. Já não bastava Lennon ter roubado as atenções durante todo o show, no camarim de Jerry a cena se repetia.
Jerry foi logo buscando algum objeto para atirar contra o roqueiro inglês. Chegou a conferir em sua bota de cano alto se sua arma estava por ali.
Lennon sentindo que o clima ia realmente esquentar, rapidamente assinou o pedaço de papel para o segurança. Rasgou um pedacinho do mesmo papel, roubou a caneta do fã e se dirigiu para Jerry Lee.

O beatle repetiu passo a passo a idolatria que tinha acabado de protagonizar: ajoelhou-se, beijou a mão de Jerry e falou: "Eu esperei mais de vinte anos para conseguir um autógrafo do verdadeiro rei do Rock 'n Roll!".
Jerry se deleitou com a atitude inesperada de Lennon. Assinou o papel e começaram a conversar como se nada tivesse acontecido...
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