Vale a pena conhecer: Rabo de Galo, Indigans e Klitoria
Por André Garcia
Postado em 22 de março de 2023
O rock não morreu — ele apenas se tornou menos óbvio. Se antigamente todas as bandas do mundo eram filtradas e nos trazidas de bandeja pelas rádios ou pela MTV, com a internet a coisa mudou. Hoje, para conhecer novas bandas o ouvinte tem que ir até elas, e para isso terá que encontrá-las em meio a todas as outras disputando espaço nos algoritmos, hashtags, redes sociais e serviços de streaming — bem-vindo ao admirável mundo novo!
Para facilitar um pouco essa dura missão, aqui vão três recomendações de bandas do underground, que estão pedindo passagem e que vale a pena conhecer: Rabo de Galo (Curitiba/PR), Indigans (Santa Catarina) e Klitoria (Niterói/RJ).
Rabo de Galo
Formado em Curitiba/PR em 2008, é atualmente composto por Vanderlei Canha (guitarra e vocal), Taís D'Albuquerque (baixo e vocal), JP Branco (trompete e vocal) e Christiano Neto (bateria).
Seu som é um hardcore raiz, inspirado em pioneiros como Dead Kennedys, Black Flag e Bad Brains. Há em seus riffs e melodias vocais um toque do punk clássico dos Ramones e dos Misfits. O vocal feminino, assim como o inesperado ocasional uso de trompete (à la "Fun House", dos Stooges) ajudam a renovar seu som e destacar das demais bandas do gênero. Suas letras, em português, falam sobre o caos urbanos em tempos onde crises se sucedem em uma aspiral descendente que parece conduzir a sociedade a seus créditos finais. Indicado a quem curte o punk rock e o hardcore como feitos por seus criadores, e com um toque excêntrico que dá personalidade a uma fórmula já tão explorada.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, composta pelo álbum "Fama Infame" (2015), os EPs "A Mercê de Satan" (2018), "Música Profana para Toda Família" (2019) e "Ode ao Caos" (2022); bem como os singles "No Fundo do Meu Copo" (2018), "Efeito Molotov" (2020), "No Tempo das Diligências" e "Miliciano" (2021).
Onde encontrar:
https://instagram.com/rabodegalo
Indigans
Formado em Santa Catarina, em 2021, pelos irmãos Ale Mattia (guitarra) e Thiago Alexis (bateria), é completado pelo amigo de adolescência, Guilherme Takezo (guitarra). O baixo é feito oitavado por pedal, assim como fazia Jack White no White Stripes, por Ale.
Seu som é um indie bem inspirado pelo lado mais acessível e melódico de nomes do final dos anos 80 e começo da década seguinte, como Nirvana, Sonic Youth e Pixies. Há também um toque do bucólico post punk do The Cure e The Smiths. Suas letras, em português, são pessoais e introspectivas, abordando temas como o deslocamento social, sonhos e frustrações. É indicado a quem quer ouvir algo diferente, capaz de desafiar conceitos e subverter expectativas.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, até o momento composta pelos EPs "É… mas e daí? Todo mundo é estranho" e "Eu Não Me Incluo Aqui", bem como os singles "17 De Novembro / Nevar" e "Vivendo Só Por Viver", todos lançados em 2022.
Onde encontrar:
https://instagram.com/_indigans
Klitoria
Formado em Niterói/RJ recentemente, em 2022, é composto por Malu (bateria e vocal), Aline (baixo), Nina (guitarra) e Brayner (guitarra).
Seu som é um punk rock raiz com uma pegada de pioneiros do hardcore, como Dead Kennedys, Black Flag e Bad Brains, só que com o toque girl power de The Runaways e The Slits. Há também um toque da sujeira garagista de Pixies e Sonic Youth, bem como o lado stoner do Black Sabbath. Suas letras, em português, gritam cusparadas na cara da caretice e da discriminação em geral, tendo com alvo primário a testa da misoginia. Indicado a quem curte punk — não o de boutique, o de sarjeta.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, até o momento, composta pelo EP "190" e o single "Eu Não Vou Te Ouvir", ambos lançados em 2022.
Onde encontrar:
Mantenha o rock vivo — valorize as bandas do underground!
Vale a Pena Conhecer
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