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Por André Garcia
Postado em 01 de fevereiro de 2023
O rock não morreu — ele apenas se tornou menos óbvio. Se antigamente todas as bandas do mundo eram filtradas e nos trazidas de bandeja pelas rádios ou pela MTV, com a internet a coisa mudou. Hoje, para conhecer novas bandas o ouvinte tem que ir até elas, e para isso terá que encontrá-las em meio a todas as outras disputando espaço nos algoritmos, hashtags, redes sociais e serviços de streaming — bem-vindo ao admirável mundo novo!
Para facilitar um pouco essa dura missão, aqui vão três recomendações de bandas do underground (nacional ou não) que estão pedindo passagem e que vale a pena conhecer: Os Vulcânicos (rock alternativo), Echoes of Madness (heavy metal/prog metal) e Guto Goody (rock nacional).
Os Vulcânicos
Formado em 2008 na Lapa, Rio de Janeiro, é atualmente composto por Alam Ribeiro (guitarra e vocal), Filipe "Ratão" Proença (baixo e vocal), Dony Escobar (guitarra) e Zozio Leão (bateria).
Seu som é de difícil classificação, um psychobilly misturado com rock de garagem e a sujeira sonora de Frank Zappa, Captain Beefheart e Tom Waits. Há ainda um toque de horrorpunk, algo que me remete a Misfits e Alice Cooper das antigas. Já em seu primeiro EP "El Truco", fazia um som mais voltado para o surf rock e indie com pegada punk, como White Stripes e The Hives. Recomendo a quem quer ouvir algo paradoxal — ao mesmo tempo antigo e moderno, diferente e familiar, e que desafie seus conceitos musicais.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, constituída pelos EPs "El Truco" (2013) e "Deus Monstro" (2020).
Onde encontrar:
https://osvulcanicos.bandcamp.com
Echoes of Madness
Formado em São Paulo capital durante a pandemia, em 2020, nasceu como projeto solo do multi instrumentista Edgard Jr. e se tornou um duo com a entrada do vocalista Maurício Melendez.
Seu som é uma combinação do metal clássico de nomes como Dio e Judas Priest, com um toque mais moderno e uma pitada de prog metal. Suas composições são arrojadas sem ser pretensiosas — melodias, harmonia, seções musicais e mudanças de compasso vão surgindo de forma orgânica, jamais colocando a virtuosidade em primeiro lugar. Recomendo a quem curte Dio e Judas Priest, e também curta a sonoridade de Angra e Dream Theater, principalmente se esses dois últimos soarem excessivos para você.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, composta pelo álbum "Indepth Mind" (2022) e 10 singles — os mais recentes são "A New Breathing" e "Cyclic", ambos de 2022.
Onde encontrar:
https://linktr.ee/EchoesOfMadness
Guto Goody
Na ativa desde o final dos anos 90, o veterano Guto Goody dá nome à sua banda solo, onde toca todos os instrumentos.
Seu som é o clássico rock nacional do começo dos anos 80, praticado por nomes como Barão Vermelho, Lobão e Paralamas do Sucesso. Há também influências dos maiores dos mestres do classic rock, como Rolling Stones e AC/DC. Suas letras, em português, são irreverentes e despretensiosas, que me lembram Raul Seixas, Rita Lee, com um toque da anarquia fora da casinha de Serguei e Jupiter Maçã. Recomendo a quem curte as bandas citadas e sinta falta da época que o rock nacional era mais espontâneo, direto e divertido.
Está disponível nas plataformas sua discografia, composta pelo álbum "Há Cores" (1998), bem como 10 singles — os mais recentes "Matar e Morrer" e "De Novo" (2022).
Onde encontrar:
https://www.instagram.com/gutogoody
Mantenha o rock vivo — valorize as bandas do underground!
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