A pior edição do Rock in Rio de todos os tempos, segundo Regis Tadeu
Por Gustavo Maiato
Postado em 04 de janeiro de 2025
O Rock in Rio nunca agradou a todos. Desde a primeira edição, em 1985, o festival já despertava polêmicas, como a presença de artistas fora do universo do rock, a exemplo de Alceu Valença. Momentos controversos marcaram sua trajetória, como Carlinhos Brown recebendo garrafadas em 2001 e, mais recentemente, a inclusão de atrações sertanejas no lineup.
Para o jornalista e crítico musical Regis Tadeu, a edição de 2024 reforçou a fama de ser um evento marcado por decisões questionáveis. Em sua participação no podcast Linhagem Geek e em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, Regis foi categórico: "Esta foi a pior edição de toda a história do Rock in Rio".
Regis argumenta que o festival, embora sempre tenha sido plural, aprofundou características que desagradam fãs de rock. Ele criticou a qualidade de vários shows e a organização do evento, destacando que assistir ao festival foi "uma experiência que não recomendo a ninguém".
Na análise do primeiro fim de semana, Regis comentou sobre a baixa qualidade técnica de algumas apresentações, com destaque para o volume insuficiente do som em várias performances. Além disso, criticou duramente a transmissão do Multishow, que, segundo ele, foi conduzida por "apresentadores despreparados, artificiais e com uma alegria de plástico".
O crítico musical não poupou comentários ácidos sobre artistas que se apresentaram no Palco Mundo. Ele mencionou Matuê ("tive que parar após algumas músicas"), Ludmilla ("preferi preparar uma lasanha") e Imagine Dragons ("uma picaretagem melodramática e bombástica como um peido molhado").
Por outro lado, elogiou apresentações como as de Deep Purple, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso e Planet Hemp, destacando a consistência e integridade dessas bandas. Lulu Santos também foi lembrado positivamente: "Não teve nada de diferente, mas continua sendo um show alto astral e divertido."
Embora reconheça que o Rock in Rio nunca foi exclusivamente sobre rock, Regis apontou que o festival de 2024 aprofundou o que chamou de "descaracterização". Segundo ele, a edição foi marcada por uma seleção de artistas e shows que "beiraram a mediocridade" e afastaram ainda mais o evento de suas raízes.
Para Regis, o Rock in Rio se consolidou como uma marca poderosa e global, mas perdeu sua essência ao tentar agradar diferentes públicos. "O festival sempre teve pluralidade, mas esta edição ultrapassou todos os limites", concluiu.
Confira a entrevista na íntegra.
Rock in Rio 2024
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