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Rare Bird: alcançando vôos sem limites

Resenha - Rare Bird - Rare Bird

Por Rafael Lemos
Postado em 26 de junho de 2017

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Os londrinos do Rare Bird, uma preciosidade que se formou em 1969, gravou seu debut autoentitulado naquele mesmo ano, com uma sonoridade entre o Rock Psicodélico da pesada e o Rock Progressivo.

A formação original se alterou a partir do terceiro álbum (Nic Potter, do Van der Graaf Generator, inclusive, passou a integrar o grupo rapidamente), sendo ela formada inicialmente pelos talentosos:

Graham Field: órgão
David Kaffinetti: piano
Steve Gould: baixo e vocal
Mark Ashton: bateria e banking vocal

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No início de 1968, Field resolveu procurar um pianista para formar uma banda, fazendo essa busca pela forma mais comum da época, que era escrever uma nota em um jornal. Das trinta respostas obtidas, ele escolheu Kaffinetti, com quem montou um grupo chamado Lunch, que seria um embrião do Rare Bird. A line up se formaria no ano seguinte, com a entrada do vocalista Gould, do baterista escocês Ashton e um baixista chamado Chris Randall, que ficou pouco tempo, pois levou um choque no palco que o deixou com sequelas, obrigando os demais a retirá-lo da banda. Gould, então, assumiu as quatro cordas além da voz.

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A mudança para o nome Rare Bird ocorreu pouco antes de assinarem um contrato com a nascente gravadora Charisma, cujo fundador Tony Stratton-Smith era amigo do baterista do Rare Bird. Também assinariam com ela o Van der Graaf Generator, Genesis, Circus, Hawkwind, The Nice e tantos outros - o álbum "Rare Bird" foi o primeiro a ser lançado por essa gravadora, em Novembro de 1969.

Com uma sonoridade carregada de personalidade própria, mas em algumas passagens lembrando o Pink Floyd dos dois primeiros discos, Procol Harum e Czar, não resta dúvidas que o álbum de estréia do Rare Bird é o melhor da discografia. As composições já nasceram maduras e naturalmente empolgantes, como ficou demonstrada na abertura "Iceberg" (que inicialmente se chamava "To the memory of two brave dogs"), com suas teclas rápidas no órgão e no piano. Certamente, é um dos destaques do disco, provavelmente a mais pesada música da banda e a que tem um maior número de variações ritmicas. O dominio desses dois instrumentos dispensava a necessidade de uma guitarra na banda, instrumento que Graham considerava supérfluo dentro do Rock. Para ele, a guitarra tem um som romântico, enquanto o Rock precisava de peso, o que era obtido por um órgão forte e um piano elétrico. Com esse espírito, "Iceberg" tem o solo mais memorável do grupo. Em sintonia com as outras impressionantes músicas, tornou este trabalho um registro maravilhoso, com passagens épicas de órgão e piano, bateria cheia de viradas e um baixo de presença, além de uma voz com um pouco de efeito de ecos cavernosos comuns àquele período.

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Não se trata de um grupo com músicas de complexas passagens instrumentais como normalmente se ouve no Rock Progressivo, como fazia o Emerson, Lake nas Palmer, Triumvirat ou Twenty Sixty Six and Then. O Rare Bird prefere investir no peso que os instrumentos podem proporcionar. Isso fica claro inclusive naquela que considero a melhor música do álbum, "You went away", uma semi balada envolvente, onde um leve crescendo culmina com um intenso grito desesperador. O vocal grave, carregado de efeitos, funde-se com a atmosfera sombria e envolvente do instrumental. A música se torna rápida em seu final, que encerra com um solo de bateria.

"Times" inicia meio estranha, parecendo música circense mas nela encontramos outro solo fantástico.

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"Symphathy" era a música de trabalho da banda, sendo um pouco mais comercial que as demais. Pra mim, se trata da mais fraca composição deles, não representando a proposta musical que possuíam. Mesmo assim, ela chegou a fazer um certo sucesso na época, chegando a posição número 27 das mais tocadas nas rádios naqueles tempos. Ela chegou, também, a ser gravada pelo Marillion em 1991, saindo como bônus no álbum "Holydays in Eden".

A curta "Natures fruit" é regular, já "Bird in a wing", com seu solo intenso e a ótima "Beautiful Scarlet", repleta de sentimentos, também merecem destaques no disco. Porém, o encerramento com a épica "Gods of War" demonstra uma grandiosidade em se tratando de composições, pois o seu solo é fantástico, assim como a interpretação da linha de voz e a atmosfera de tensão criada pela bateria.

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Com exceção da "Melanie" e "Beautiful scarlet" todas as músicas carecem de um desfecho mais elaborado, dando a impressão que foram cortadas de repente, precisando de um melhor desenvolvimento nessas partes.

"Rare Bird" saiu nos Estados Unidos dois meses depois do seu lançamento na Inglaterra, com capa e ordem das músicas diferentes, o que era comum acontecer naquele período. A edição em cd, que saiu pela excelente Esoteric Recordings (que vem há anos relançando em cd bandas de peso) manteve a ordem e a capa da edição inglesa. Tem um encarte muito legal com algumas fotos, um histórico que aborda do inicio do grupo até meados de 1970 mas não possui letras. Essa edição possui duas bônus, que na verdade era o single que saiu posteriormente ao álbum, em Janeiro de 1970. Curiosamente, o single vendeu mais do que o álbum, sendo formado por "Devil's high concern", uma boa música com outro solo de arrebentar, mas com um certo apelo comercial (vamos lembrar que singles tinham mesmo objetivo de vendas) e a versão mono da fraca "Symphathy", que tem uma voz levemente diferente da que saiu no disco (a versão do single que se tornou famosa, sendo ela executada pelas rádios da época).

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Este primeiro album lhes rendeu seis shows pelos Estados Unidos e vários pela Europa, além de uma apresentação na BBC em abril de 1970, onde foram executadas versões diferentes de algumas músicas deste disco e outras novas composições, que estariam no segundo álbum.

É inegável a força que esses primeiros anos do Rock Progressivo possuíam e o Rare Bird pôde sintetizar em suas musicas toda a sonoridade e potencialidade que nascia nesse período.

Rare Bird, "Rare Bird".

Lançamento original: Charisma, novembro/1969
Edição em CD usada para a resenha: Esoteric Recordings, 2007.

Faixas (edição inglesa):

01- Iceberg
02- Times
03- You went away
04- Melanie
05- Beautiful Scarlet
06- Sympathy
07- Natures fruit
08- Birds on a wing
09- God of War

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Bônus:
10- Devil's high concern
11- Sympathy (mono)

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Sobre Rafael Lemos

Rafael Lemos começou a gostar de Heavy Metal, Hard Rock e Progressivo em 1991, sem influência de ninguém, realizando pesquisas sobre as bandas.
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