O álbum de Bob Dylan que foi o "mais próximo que cheguei do som que ouço em minha mente"
Por André Garcia
Postado em 12 de maio de 2024
Em 1978, aos 37 anos Bob Dylan já era um veterano, que havia rodado o mundo com seu violão (ou guitarra) e lançava seu 18º álbum, "Street Legal". Por sua sonoridade mais pop rock e pela falta de um hit como "Hurricane", ele não caiu nas graças dos críticos — ao contrário de seu antecessor, o clássico "Desire" (1976).
Foi nessa época que o trovador americano deu uma entrevista para a saudosa revista Playboy, onde, entre outras coisas, revelou qual de seus quase 20 discos mais o agradou em termos de sonoridade.
"[Enquanto componho] sempre ouço [em minha cabeça os] outros instrumentos, como eles devem soar. O mais próximo que já cheguei do som que ouço em minha mente foi [...] no álbum 'Blonde on Blonde'. É aquele som fino, aquele som de mercúrio selvagem. É metálico e brilhante como ouro, com o que quer que evoque. Aquele é o meu som".
"[Só que] não consegui obter [aquele som] sempre. Na maioria das vezes, me guiei por uma combinação de violão, gaita e órgão, mas agora estou entrando em um território que tem mais percussão e ritmos de soul."
Dylan atribuiu sua dificuldade para manter repetir a sonoridade de um álbum à sua dificuldade de manter um grupo de músicos focados por muito tempo:
"As pessoas mudam, sabe? Se espalham por todas as direções. A vida das pessoas complica. Elas tendem a ter mais distrações e, por isso, não conseguem se concentrar naquele propósito em particular.
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