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A História Impopular dos Rolling Stones - Parte 03 - Sem Potencial Comercial

Por Márcio Ribeiro
Postado em 01 de janeiro de 2000

Dick Taylor resolveu que era hora de fazer uma escolha. Estava dividido entre os estudos no Royal College of Art e sua música. Concluiu que se pretendia continuar a estudar, precisaria dedicar mais tempo para os estudos imediatamente. Saiu então da banda e continuou afastado da música por um ano. Em 1963 voltaria ao rock formando uma banda de rhythm & blues sua, chamado Pretty Things, homenagem a canção do Bo Diddley, "Pretty Thing" e com eles, conseguindo uma razoável notoriedade.

Os Rollin' Stones arrumaram um baixista chamado Ricky Brown, também conhecido como Ricky Fensen, e outro baterista para as eventuais ausências de Chapman chamado Carlo Little, ambos membros dos Savages. No outono, Stu compra um velho Rover fabricado antes da guerra, que passou a levar o equipamento e a banda para as poucas gigs que arrumavam.

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Sem Potencial Comercial

Dentro do relacionamento doméstico, Brian e Keith ficavam a cada dia mais camaradas, deixando Mick se sentindo um pouco de fora e enciumado. No apartamento que consistia em um quarto e sala, cozinha e banheiro, na sala ficava uma cama de beliche. Hattrell, Brian e Keith dormiam ali, com Mick dormindo sozinho no quarto menor, onde ele podia estudar, uma vez que ainda estava cursando faculdade de economia no London School of Economics. O lugar além de imundo era uma zona completa.

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Mick tentava a tempos aprender a tocar a gaita e estava tendo muita dificuldade. Brian certo dia pegou o instrumento largado sobre a mesa e quase que instantaneamente começou a fazer música. Sorriu ao ver Mick boquiaberto e se ofereceu a ensiná-lo. Keith comenta que lembra chegar em casa no fim do dia e Brian estava arrebentando na gaita, instrumento que nunca tocara antes. A partir daí, Brian começou a procurar Cyril Davies para aprender mais sobre a gaita. Passavam horas tocando juntos e ouvindo discos, Brian estudando e apurando a técnica de torcer ou achatar uma nota. Ele que havia começado a tocar o piano, trocando para o clarinete, depois o saxofone, para finalmente ir a guitarra, estava agora em plena metamorfose passando a se interessar apenas pela gaita, que carregava consigo para onde quer que fosse.

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No dia 27 de Outubro a banda, Mick, Brian, Keith, Stu e Tony, se junta no Curley Clayton Studio, perto do campo de futebol do Arsenal, para gravar um demo, naquela época, um disco de acetato. Com apenas um microfone, a equalização era feita mantendo os instrumentos em distancias estratégicas. O piano que era pregado no chão ficou praticamente inaudível. Gravaram em quatro horas "You Can't Judge A Book By It's Cover" de Bo Diddley, "Soon Forgotton" de Muddy Waters e "Close Together" de Jimmy Reed. Mandaram uma copia para a EMI, que rejeitou, e outra para Decca, que respondeu positivamente dizendo "A banda é ótima, mas livrem-se do cantor."

Com poucos shows ou "gigs", como passaram a ser chamados, no geral o inverno foi frio e a fome era negra. Brian e Mick passaram a ocasionalmente dormir com Judy, do andar de baixo, uma farmacêutica não muito vistosa, que arrumava algumas compras e café para ajudar os rapazes. De vez em quando Judy subia e arrumava um pouco a casa. Algumas vezes roubavam batatas para ajudar a aliviar a fome. Mick chegou a dizer que se algum dia tivesse dinheiro, nunca mais comeria uma batata enquanto estivesse vivo. Brian vendeu vários de seus discos para Carlo Little, usando o dinheiro para poder comer. Stu dava seus tickets de refeição que recebia da firma para ajudar os rapazes, que estavam de fato passando fome e frio. Dick Hattrell acaba tendo uma crise de apêndice e volta para Cheltenham. Keith também fica bastante debilitado com febre e suspeita de amigdalite. Volta para a casa dos pais, mas, doente ou não, toca com a banda no Piccadilly Jazz Club no dia 30 de Novembro.

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Nanker Pheldge

Como as despesas ficavam pesadas divididas por três, o pessoal não agüentou a barra e logo Mick passou a anunciar em uma das apresentações, a disponibilidade do espaço. Após um show, um rapaz chamado Jimmy Pheldge, topou entrar no racha. De manhã na cozinha, enquanto engraxava os sapatos, Brian e Keith entram e começam as provocações: "Para que engraxar os sapatos se logo estarão sujos novamente?" perguntava Keith. "Tem que engraxar os sapatos e limpar as cuecas, senão o patrão briga." goza Brian. Phelge percebe que precisa rapidamente ganhar o respeito desses dois ou não terá sossego. "Você já trabalhou alguma vez Keith?" perguntou. "Já, uma manhã nos correios. Achei um saco, saí para almoçar e nunca mais voltei." Com isso Brian está às gargalhadas. "Antes eu estudava em Sidcup Art School" Keith conclui. Pheldge responde "É mesmo?" vira pro lado, mira e escarra à meia altura na parede. Vira novamente para Keith como se nada tivesse acontecido e continua, "E como foi lá?" Os dois congelaram em espanto. "Você viu o que ele fez!?" caindo na gargalhada em seguida. Mick entra na cozinha e recebe a noticia, "Esse cara escarrou no meio da parede". Jimmy responde "É, mas este vai pro teto" e manda outro. Mick olha aquilo enojado, "Putz, esse cara serve para ser nosso agente." Pheldge em seguida pega um lapis, circula os escarros e batiza, "esse é Humphrey Amarelo e este Jenkins Scarlat."

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Essa passou a ser uma das muitas brincadeiras nojentas realizadas no cotidiano de Edith Grove. Outras seriam urinar ou jogar lixo pela janela, como também fazer uma fogueira na sacada da frente do apartamento. Keith e Brian tinham uma gíria para caretas e atitudes sujas ou grosseiras que batizaram de "nanker". Logo Jimmy Pheldge passaria a ser chamado de Nanker Pheldge. Depois, durante um período da carreira, quando uma canção é composta por todo grupo, passou-se a creditar a canção a Nanker Peldge. Fundam então a Nanker Pheldge Inc. que cuidaria do recolhimento e distribuição dos direitos autorais dessas canções. Alguns exemplos são Stoned, Play With Fire e I'm All Right.

Final do Pior Ano

Com apenas uma gig nas terças em Ealing e uma ou outra ocasional durante o fim de semana, somados ao frio do inverno e à falta de dinheiro, a banda começa a ficar realmente deprimida. Para piorar, Brian tem que lidar com a eterna instabilidade da cozinha de sua banda. Sem ter um baixista que assuma ficar com a banda, desde a saída de Dick Taylor, e sem um baterista em que se possa confiar que vá aparecer em todos os ensaios ou shows, tudo parece conspirar contra.

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Apesar de Ricky Brown e Carlo Little serem realmente muito bons, não querem ficar presos a uma banda como os Rollin' Stones que não tem meios ainda de gerar um mínimo de lucro financeiro. Especialmente Carlo Little que, infinitamente superior a Chapman, não tocava por filantropia. Little, já um baterista respeitado no circuito, foi o primeiro e grande professor de Keith Moon em 1961. Assim, Chapman tem seu lugar assegurado na banda mais uma vez. É irônico que quando começam a discutir abertamente sobre quais rumos a tomar, é justamente Tony Chapman quem fala de um baixista experiente, chamado William Perks, que tem um bom equipamento e que poderia ser bem útil a todos.

William Perks

William George Perks, nascido no dia 24 de Outubro de 1936, tem o orgulho de nascer no mesmo ano que Elvis Presley, Buddy Holly e Jerry Lee Lewis. Sete anos mais velho do que os demais Stones, Bill lembra claramente da Segunda Guerra Mundial, tendo que correr para casa da escola enquanto aviões metralhavam as ruas e depois com as outras crianças, passando a catar as balas espalhadas pelo chão. Ou de se esconder no porão com sua avó, com quem morou, quando soava a sirene de ataque aéreo. Ouviam os bombardeios e depois descobriam metade da vizinhança em escombros. Tudo era uma grande aventura. Só entenderia a magnitude dos eventos quando na escola soube que duas colegas foram mortas.

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Sua família era tão pobre que, a cada noite, seu pai botava de castigo um ou dois dos cinco filhos, sem jantar, para que os demais tivessem o suficiente pra comer. Bom aluno, e por isso ganhando uma bolsa para uma ótima instituição de ensino, a poucos meses antes de se formar no segundo grau, seu pai o tirou da escola para trabalhar como book keeper, anotando apostas. Por causa deste serviço, Bill teria problemas para conseguir outro tipo de emprego no futuro. Ficou três anos no exército, iniciados em Janeiro de 1955, servindo na Alemanha. Lá, conheceu muito rock n' roll, que ouvia no rádio através das estações dos aliados americanos.

Assim conheceu pela primeira vez Elvis Presley, Fats Domino, Bill Haley e Little Richard. Bill ouve skiffle através de Lonnie Donahue e o Chris Barber Band e, em Julho de 1956, compra seu primeiro violão, pois como ele mesmo diria, estava alucinado por Elvis Presley. Ajuda a montar uma banda de skiffle com outro soldado, Casey Jones, que mais tarde, entre outras bandas que formaria, teria uma com Eric Clapton. É no exército que ele conhece Lee Whyman, que abastecia os aviões da força aérea de combustível, além de ser um excelente jogador de futebol. Mas foi o seu senso de estilo e bom gosto em roupas, que impressionou Bill a ponto de ele mais tarde homenageá-lo com o seu nome artístico, Bill Wyman.

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Os Cliftons

Bill, ao sair do exercito no final do ano, vai ao cinema e assiste o filme "Rock, Rock, Rock". Como ele confessaria mais tarde, tudo estava normal até aparecer Chuck Berry cantando "You Can't Catch Me". Nada o afetara como Chuck Berry, e a partir daí, William Perks se torna um roqueiro. Nesse período ele conhece Diana Cory, de 18 anos, com quem casaria em Outubro de 1959 aos 23 anos. Trabalhando como auxiliar de contador durante o dia, ele forma uma banda com alguns amigos. Ensaiam regularmente e resolvem levar a sério o suficiente para investir dinheiro em equipamentos. Logo conseguiram algumas apresentações e uma pequena notoriedade. The Cliftons, como eram chamados, perdeu seu baterista original e este foi substituído por Tony Chapman. O repertório girava em torno de Coasters, Sam Cooke, Jerry Lee Lewis, Chuck Berry, Lloyd Price, Larry Williams, Fats Domino, Ray Charles e Little Richard.

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No ano seguinte, ao assistir um show de Barron Knight em Agosto de 1961, Bill se apaixonou pelo som do baixo. Naquela semana, com a ajuda de Tony, comprou um baixo de segunda mão e um amplificador Linear-Concorde de 30watts, além de um alto falante Goodman de 8 polegadas para os graves. A caixa de som para o alto-falante, ele mesmo construiu com madeira e cimento. Tentando ajeitar o baixo, tirou os trastes e descobriu que gostava mais do som dele assim, se tornando possivelmente o primeiro baixista fretless de seu país. Com dois ou três shows por semana, o dinheiro que entrava pagava pelo equipamento comprado à prestação. Em 29 de Março de 1962 , nasce seu filho Stephan Paul Wyman.

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Paralelo ao trabalho com os Cliftons, já no segundo ano de existência, Wyman, Chapman e um terceiro rapaz no piano, faziam o circuito de bares, tipo 'happy hour' o que ajudava a angariar um dinheiro extra. Em Setembro, pouco depois de Bill investir uma grana em um baixo novo de qualidade, a banda tomou alguns canos, tocando e não sendo pagos. Deprimidos, o vocalista e o saxofonista saem da banda e The Cliftons implode.

Aprendendo o Blues

Em Dezembro, Tony Chapman começa a conversar com Bill sobre uma outra banda em que ele toca, os Rollin' Stones. Sexta-feira, dia 07 de Dezembro de 1962, levado por Tony, Bill conversa com Stu, a quem conheceu dois dias antes. Este apresenta Mick, que é sempre cordial, depois Brian e Keith, encostados no bar. As diferenças de roupa e cabelo, sem falar em idade, entre os dois Stones e este baixista era tanta que ninguém ficou impressionado com o outro. Bill, bem alinhado, com um corte de cabelo à lá Tony Curtis, batia de frente com as roupas rotas e cabelos longos e despenteados dos dois. Mas as atitudes mudaram quando Bill e Tony, ajudados por Stu, tiraram seu equipamento do carro. Entre os amplificadores havia um Vox Ac30 que Bill prontamente informou ser seu reserva, portanto, "podem usar". Comparando com o equipamento que a banda tinha, agora eles poderia realmente "fazer um barulho!" E quando Bill começou a tocar, ficou evidente que ele conhecia seu instrumento bem. Mas será que ele poderia tocar o blues?

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Essa pergunta perdurou por mais de um ensaio. É claro que Bill conhecia Chuck Berry, mas Muddy Waters, Elmore James e Bo Diddley eram músicos ainda muito obscuros, alguns até mesmo na América. No caminho de casa naquela noite, Bill deve ter ficado se perguntando, "Como é que essa turma se reuniu e resolveram tocar essa música de 'uma minoria étnica', com tanta convicção?" Durante o decorrer do ano de 1962, gradualmente um número cada vez maior de pessoas passaram a se interessar em ouvir blues e rhythm & blues na Grã Bretanha. Prensagens inglesas de discos surgiam, passando a ser encontradas nas lojas com maior facilidade. Além dos Rollin' Stones, nasceram o Mann-Hugg Blues Brothers, Blues By Six, Cyrill Davies & the All Stars, sem falar no pai de todos, The Blues Incorporated, a essa altura sem Davies ou Baldrey, mas com Art Wood, irmão mais velho de um ainda adolescente Ron Wood, e que formaria posteriormente a banda Artwoods com John Lord e Keef Hartley.

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Mudança Na Cena Musical Londrina

Aos poucos, os clubes haviam feito a transição de apresentar somente jazz tradicional para blues e rhythm & blues. Com isso, começou a ficar mais fácil achar trabalho. Ao final do ano, Brian que já desistiu de tentar persuadir Carlo Little a entrar na sua banda, passa a praticamente implorar a Charlie Watts para assumir a bateria.

Charlie Robert Watts, um ano mais velho que Brian Jones, aos 14 anos comprou um banjo mas não conseguia toca-lo. Resolveu desmontá-lo para ver como funcionava e acabou se divertindo batucando com uma escova, no corpo do instrumento que tem o formato de um pandeiro. Sua mãe então lhe comprou uma bateria velha, na qual Charlie passou todo o seu tempo disponível praticando. Desenvolveu sua técnica ouvindo discos de jazz e assistindo bateristas. Depois passou a vender seus discos para comprar pratos de melhor qualidade. Os vizinhos reclamavam, mas sua dedicação mostrava aos seus pais que valeria a pena defendê-lo. Terminando o segundo grau em 1957 aos 17 anos, ele passou a estudar no Harrow School of Arts.

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Em 1960 começou a trabalhar na Charles, Hobson And Gray, uma firma de propaganda, inicialmente servindo chá, e depois como desenhista gráfico. Era o mais alinhado de uma firma que residia ao lado da Christian Dior. Vez por outra namorava alguma modelo, mas além de um grande senso de estilo, Charlie tinha para sua idade, uma excessiva preocupação em ter recursos financeiros para manter esse padrão de elegância. Tocava em diversas bandas de jazz, geralmente por pequenos períodos de tempo. Em um gig no Troubador Club, Alexis Korner o assiste e convida para tocar em sua banda. Charlie declina o convite, indo para a Dinamarca tocar com o saxofonista americano Don Byas. Voltando em Janeiro de 1962, ele encontra Alexis novamente, que ao lado de Cyril Jones, convence Charlie a entrar na sua banda recém formada, o Blues Incorporated. Charlie não entendia nada de blues e muitas vezes não entendia o que Cyril estava tentando fazer com sua gaita. Seu negocio era jazz, mas como ele mesmo definiria "numa noite boa, soávamos como um cruzamento entre R & B com Mingus." Alexis e Cyril pareciam satisfeitos e ele foi ficando.

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Charlie conheceu Shirley Ann Shepard, uma estudante da Royal Collage of Arts. Vez por outra ela vem assistir a banda, e acabam namorando. Mais tarde, quando Brian se juntou ao Blues Inc., ele reconhecia em Charlie um sujeito comprometido com a sua música. Apostando nesse tipo de comprometimento, Brian convida e continuamente insiste para que Charlie se junte a sua banda. Mas Charlie não se sentia seguro em colocar seu trabalho na agência de publicidade em segundo plano. Tanto que, quando o Blues Inc. passou de semi-profissional para profissional, Charlie pediu para ir embora (prontamente substituído por Ginger Baker) porque tocando em muitas datas seguidas, ele vivia cansado e isto estava atrapalhando seu trabalho formal. Mas Charlie percebia que o ramo estava mudando e rhythm & blues estava começando a tomar conta do circuito. As pessoas estavam aos poucos mais informados sobre o estilo e no fundo ele sabia que iria querer continuar a tocar com alguma banda. Se juntou a banda Blues By Six, tocando ao lado de Geoff Bradford, um dos primeiros guitarristas dos Stones. Charlie percebia que a música gerada pelos Stones era a que melhor captava o gênero.

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O Lider

Bill Perks não foi imediatamente inserido nos Stones como algumas histórias contam. Na verdade, por ele ser bem mais velho, com vinte e seis anos de idade, trabalhando para sustentar sua mulher e filho, os rapazes ainda tinham suas dúvidas se um sujeito "tão velho" era a pessoa ideal. Então, em alguns shows em Dezembro, Bill não tocou, sendo mantido Ricky Brown. Dick Taylor chegou a tocar novamente com a banda quando se apresentaram em sua faculdade. Mas Bill queria participar do grupo, cativado pela música 'étnica' e pelo carisma de Brian, a quem respeitava como um músico sério, e por ter um evidente conhecimento superior sobre a música que eles estavam tocando.

Brian, que cuidava das finanças da banda, tomava para ele a maior parte do dinheiro, dizendo que era para pagar despesas. Bill, Stu e Tony faziam vistas grossas sabendo que Brian, Mick e Keith estavam mesmo passando fome. Bill e Stu, durante boa parte do inverno, passavam depois do trabalho diurno, a ir até Edith Grove para bancar uns sanduíches para os três. Muitas vezes era tudo que eles comiam naquele dia. Alem do mais, apesar de soar ideológico, o desafio maior ainda era a música e isso era um sentimento compartilhado por todos.

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Charlie Watts era outro semi-analfabeto em blues e só começou a tomar uma melhor compreensão pelo gênero depois da influência de Brian Jones. Sua paixão pelo estilo era cativante. Bill fez questão de aprender rápido e o fez com gosto. Sua satisfação em ser parte desse grupo ficou claro para os demais quando Bill deixou o cabelo crescer até cobrir as orelhas e mudou o seu penteado. Sua estreia na banda foi no dia 15 de Dezembro de 1962, mas ele só foi considerado baixista definitivo no dia 5 de Janeiro quando apareceu de cabelo à lá Stones.

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Como consegui viver de Rock e Heavy Metal

Mudaram o nome da banda de Rollin' Stones para Rolling Stones, como passou a ser conhecida desde então. Novamente, influenciado por Brian Jones que ainda usava o nome Elmo Lewis, Bill Perks assumiria o nome artístico de Bill Wyman e em 1964, mudaria o nome oficialmente em cartório. Depois de um ano de insistência por parte de Brian, reforçado por Stu, Charlie Watts aceita ser o baterista exclusivo dos Rolling Stones. No ensaio seguinte, dispensam Tony Chapman. Charlie Watts estreia então no dia 14 de Janeiro de 1963 num clube chamado Flamingo, em Soho.

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Pedras Que Rolam Não Criam Limo - A História Impopular dos Rolling Stones

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Sobre Márcio Ribeiro

Nascido no ano do rato. Era o inicio dos anos sessenta e quem tirou jovens como ele do eixo samba e bossa nova foi Roberto Carlos. O nosso Elvis levou o rock nacional à televisão abrindo as portas para um estilo musical estrangeiro em um país ufanista, prepotente e que acabaria tomado por um golpe militar. Com oito anos, já era maluco por Monkees, Beatles, Archies e temas de desenhos animados em geral. Hoje evita açúcar no seu rock embora clássicos sempre sejam clássicos.
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