Depois do fim, Sepultura nunca mais? Andreas Kisser abre caminho para o futuro
Por Bruce William
Postado em 09 de dezembro de 2023
Logo no começo da coletiva de imprensa realizada no dia 8 de dezembro de 2023 onde o Sepultura anunciou o encerramento de suas atividades após uma turnê prevista para durar ao menos um ano e meio, assim que deu a notícia, Andreas disse em seguida que sempre admirou o Eric Clapton e o Cream: "Em 1968, no auge da carreira, eles resolveram parar, fazer uma turnê. Eu achei aquilo muito digno, de você ter consciência que aquilo é um processo que tem começo, meio e fim", disse Andreas, que logo em seguida ainda comenta: "Tem vários músicos que ficam presos a certas marcas, certas épocas da sua carreira, da sua vida, e param de evoluir, querem reproduzir uma coisa que não existe mais", dando a tônica do pensamento que ajudou a nortear a decisão.
Bem mais adiante na coletiva, Vagner Mastropaulo da Onstage e Alquimia Rock Club perguntou para Andreas se esta turnê será do tipo Slayer - que anunciou o fim, cumpriu as datas marcadas e nunca mais voltou ao palco - do tipo Ozzy Osbourne - que desde os anos noventa anunciou turnês de despedidas mas sempre retornou depois de algum tempo - ou um meio termo, com a possibilidade de shows pontuais em festivais.
"Pode ser tudo isto que você falou", respondeu Andreas. "O futuro está aberto. O lance de acabar, a gente não precisa definir nada em relação ao futuro. Como eu disse, portas abertas sempre, daqui cinco, dez, quinze anos, who knows? O que vai estar acontecendo? Então a gente está muito tranquilo com isso agora, é viver o presente, não pensar neste tipo de coisa porque não faz parte do que a gente está fazendo agora. A gente não quer colocar limite de data e nem falar que é pra sempre, as possibilidades estão sempre abertas. O momento é esse: é de parar, de celebrar, de curtir esses dois anos e realmente respeitar isso. Agora, o que vai acontecer pra frente..."
Relembrando que o Cream se reuniu em 1993 para tocar na cerimônia de posse do Hall da Fama do Rock, e em 2005 fez algumas apresentações em Londres e nos Estados Unidos. Se eles são inspiração para Andreas, fica aí a dica...
Ainda na coletiva, Andreas comenta depois que esta coisa de turnê de despedida virou uma estratégia do business, mas que muitas vezes força o artista além de suas capacidades: "Se você comparar o que a gente está fazendo com o Ozzy, o Kiss, eles foram até o limite. Eu não queria fazer isso, o Ozzy não consegue mais subir no palco. Mas ele quer! É difícil você aceitar esse tipo de coisa, quanto mais velho você ficar, mais difícil é você aceitar este tipo de mudança, este tipo de parada. Você vê isto com jogador de futebol, com qualquer profissão. Obviamente com a música você pode tocar até 80 - você vê o Paul McCartney três horas no palco, 81 anos e curtindo a vida adoidado, maravilhoso. Isto é uma inspiração pra todos os músicos, que a gente pode seguir uma carreira longínqua e com qualidade. Mas é isso, o momento é pensar no agora, e o resto vamos ver".
Sepultura anuncia turnê de despedida
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps